O Sumiço

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 Eu também não aguentava ver, os meses se passavam e parece que todos fechavam os olhos para o que acontecia a doce menina, sua aparência já era de alguém cansado e algo como uma tristeza profunda começou a se enraizar no seu coração, ela ainda conversava com sua família, porém amigos... Isso a menina não possuía mais, ela tinha que viver somente para o possessivo e insatisfeito marido.

Então eu tenho um recado a dar, Cuidado! Muitas vezes aquele que afirma que é o príncipe encantado não passa de um sapo disfarçado, no caso de Min-Joon a culpa não foi dela, ela acreditou que poderia ter uma chance de continuar sua felicidade, mas não podemos viver somente de aparência não é mesmo? Conheça, pesquise, procure se informar antes de se meter em um problema. Em diversos casos não há agressão física como o de Min-Joon, mas há a psicológica, inibição e até o cárcere fazendo a pessoa achar que é a verdadeira culpada.

Então o melhor a se fazer é realmente analisar onde está se metendo antes que o pesadelo comece, Min-Joon não teve a sorte de poder parar aquilo ou dizer não, na verdade a pobre garota não teve escolha!

Voltando ao que estava falando antes, eu a vi diversas vezes escondida na floricultura, expressando seus sentimentos com a única amiga que lhe restava, sua irmã, e pude a ouvir chorar e se lamentar para o caminho que tudo estava indo.

- Flores – ela acariciou uma rosa branca – eu gostaria de ser como elas, apenas florescer quando chegar sua época e ter achado alguém que me fizesse bem!

Respirei fundo antes de tomar qualquer atitude, eu não podia agir precipitadamente estragar qualquer relação que a menina tivesse, mas novamente a pergunta apareceu: que relação a menina tinha se tudo ao seu redor estava ruindo?

Discretamente adentrei a loja e analisei as mais diversificadas flores, as brancas me chamaram atenção e então um plano começou a passar em minha cabeça, consegui sair despercebida e esperei o momento certo para colocá-lo em ação, eu só torcia para que fosse a menina que me atendesse e que tudo ocorresse como o planejado.

No dia seguinte lá estava eu novamente e dessa vez a menina secou suas lagrimas e veio em minha direção:

- Olá, posso ajudar?

- Já quis ser como uma flor? – perguntei fingindo me perder em pensamentos

- Admito que ultimamente eu gostaria sim, não uma maltratada, mas sim que estivesse em boas mãos, sem sofrimento e sem maldade, apenas bondade e amor.

Concordei silenciosamente com o que a mesma disse e aponte qual flor eu gostaria, enquanto a mesma pegava esbarrei não tão acidentalmente nela, a fazendo furar seu dedo e um pequeno fio de sangue sair pelo mesmo.

- Talvez quando menos esperar seu desejo possa se concretizar! – a menina me olhou desacreditada e apenas sorri pegando a flor e lhe dando as moedas, quando ela menos esperasse uma flor ela viraria.

Eu esperei fazer efeito, as palavras pesarem e realmente o que ela pediu se realizar e devo dizer que foi durante o almoço que Min-Yoon caiu ao chão tomando a forma de uma intacta rosa branca, eu como realizei o que a mesma queria decidi cuidar daquela linda flor até a mesma achar seu real e verdadeiro amor.

A família entrou em desespero com o sumiço da jovem mulher, o marido achou que ela poderia ter fugido com alguém e para evitar ser difamado preferiu se mudar a dar consolo aos familiares desolados, eu comecei a trabalhar no lugar da moça escondendo seu real paradeiro e desejo, cuidando da mesma todos os dias.

Min-Joon ficou conhecida por conta de seu estranho desaparecimento e todos prestaram condolências ao longo dos anos por conta de nunca se haver explicações, porém eu e ela sabíamos que foi melhor assim, ela se salvou de um fim pior e doloroso.

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