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POV RAFA

Uma garrafa de vinho estava a minha frente, ela estava vazia, eu havia bebido ela toda sozinha, não paro de pensar em Gizelly, em seu beijo, a forma como meu coração acelerou, em como eu tive a sensação que estava esperando esse beijo. Mas eu não podia, ela era minha paciente, está frágil e apenas confundiu as coisas.

É isso não é?

Não sei, pois quanto mais eu penso que nisso menos verdade eu sinto nesse pensamento, eu gostei daquele beijo mais do que devia, eu queria beija-la de novo, e de novo. A minha heterossexualidade nem estava mais em questão, solteira eu já estava, já até assinei os papéis do divórcio. Acho que o prendia era o medo, medo pela situação dela, medo de me apaixonar e me entregar de novo para alguém.

Medo.

POV NARRADOR

Rafaella chegou no seu plantão de ressaca, mas ninguém percebeu muito bem, pois todos estavam preocupados com Gizelly, a mesma passou a noite ardendo de febre, chorando, segundo ela estava com dor, mas na verdade chorou de amor, chorou pois estava doente e sentindo que estava morrendo. Quando seus colegas passaram toda situação de Bicalho para Rafaella, a mesma ficou em alerta, chamou Fernando e Ana e foram para o quarto de Gizelly, não conseguia ir sozinha, estava travada com toda a situação.

Ao chegarem no quarto  se deparam com Gizelly dormindo, como ela não dormiu, havia pegado no sono logo de manhã. Fernando e Ana olharam para Rafa esperando que ela acordasse a mulher, mas ela só pediu a Ana que a acordasse, acharam estranho já que Gizelly era a queridinha de Rafa

Bicalho foi despertando meio sonolenta, seus olhos estavam pesados e vermelhos, fora que denunciava que ela chorou bastante, aquilo partiu o coração de Kalliman.

— Ei Gizelly, como você tá hoje doutora? - disse Fernando ao ver que eu nada falava.

Ela nem se dirigiu o olhar a Rafaella, só olhava pra Ana e Fernando.

POV GIZELLY

Desde que Rafaella saiu do quarto, eu me senti tão pequena, eu senti a dor de um fora, era nítido que eu estava apaixonada pela minha médica, era nítido que os momentos que eu passava com ela foram se transformando em paixão, e o beijo dela foi tão bom, mas aquele olhar e palavras frias, aquilo me matou, eu já estava fadada a morte, e a rejeição da Rafa só acabou ainda mais comigo.

Tive febre durante a noite, não consegui dormir, até minha mãe veio pra passar a noite comigo, mas logo cedo ela teve que ir embora já que não podia ficar de acompanhante. Fui acordada por Ana, e vi que Dr Fernando estava também, e logo mais atrás, calada e séria estava ela. Eu mal consegui olhá-la, foquei só no doutor

— Eu to com sono, minha noite foi difícil! - soltei baixo.

— Fiquei sabendo Gi, mas você tá sentindo mais alguma coisa? Você se alimentou hoje? - perguntou ele todo preocupado.

— Estou sem fome doutor, vou dormir, é melhor!

— Oh Gi, se eu trouxer uma canja, você toma? - perguntou Ana preocupada

— Não Aninha, mas obrigada! - Aninha era um amor, sempre me agradava, Dr Fernando também, sempre muito prestativo.

Rafaela nada falava, e aquilo só me machucava, que tola eu sou.

Os três saíram do quarto e eu voltei a dormir. Não consegui comer nada e já era umas 15h quando alguém bateu na porta.

— Olá, Você é a Gizelly?

Uma voz fininha e animada falou, quando me virei, me dei cara com ninguém menos que Manu Gavassi

— Oi Manu, é você mesmo, ou estou sonhando? - minha voz saiu bem baixinha, eu estava fraca demais.

— Então você é mesmo minha fã, bem que Marcela disse.

— A Marcela te pagou pra vim aqui? Meu Deus ela louca.

— Não, eu e ela somos amigas, ela me pediu pra fazer surpresa pra você.

— E ela faz tudo.

Manu sorriu

— Posso cantar uma música pra você?

— Só se for áudio de desculpas! - sorri

Ela bateu palmilhas

— você é mesmo minha fã, awn! - e começou a cantar

"Eu só queria ser normal
Mas eu não sou
É só puro trauma, confusão e se quiser"

Ouvi um barulho e era Rafaella, ela olhava Manu cantar

"Que sonho ser estável
Sonho ser amável
Que sonho não botar tudo a perder
Ser controlável
Mas eu sinto demais
Me desculpo eu faço errado
Ser de verdade tem um preço
Eu sempre pago"

Aquela música nunca foi tão real, naquela situação, era tudo que eu sentia, e Rafaella estava ali ouvindo, e eu a olhava, mas ela só olhava pra Manu.

—  Quando eu te vi, tive a Certeza, certeza que era você! - cantou Manu

— Ei, não é assim a música! - eu reclamei

Ela começou a rir alto

— você só olhava pra minha amiga uai.

— Ela é sua amiga?

Ela afirmou que sim. Ah pronto todo mundo conhecia a Manu Gavassi menos eu.

— É que eu devia desculpas a ela, e acabou que o momento foi propício! Obrigada por isso, eu sou apaixonada nas suas músicas, e isso foi importante.

Manu veio com seus bracinhos e me abraçou. Ela logo foi embora, aquilo foi especial, me fez bem. No entanto Rafaella ainda nem sequer me direcionou um olhar, então eu tomaria uma decisão.

~

Dramas no Safari! Manuzinha faz tudo, Rafa frozen. O que a Gi vai fazer hein? Teorias? Bjs, votem e comentem.

Ainda Bem - Girafa Onde histórias criam vida. Descubra agora