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POV GIZELLY

Marcela estava aqui no escritório, e desde a hora que chegou ela não para de andar pra lá e pra, fica mexendo nos meus diplomas, ela fazia aquilo quando estava estressada ou queria falar algo.

— Você me irritando Marcela! Fala logo

Ela satisfeita com a minha fala sentou na cadeira a minha frente e disse

— A Rafa vai viajar pra África de novo.

— Marcela... e daí?

Não posso fingir que fiquei triste com a notícia, pois fiquei

— E daí que ela quer embora, pois não tira você da cabeça e acha que indo ela vai te esquecer.

— Me esquecer? Ela não quis nada comigo, e agora você vem com essa? Me poupe.

Eu não estava entendendo porra nenhuma, a Marcela sabia que eu estava sendo feliz com a Gabi, porque isso agora?

— Ela me pergunta de você em todo plantão Gi, ela não consegue ficar com ninguém, ela só sai de casa pra trabalhar, eu sei que ela vacilou muito, mas será que você podia pelo menos conversar com ela? Sei lá, a missão que ela faz na África é linda, mas ela não pode agir assim.

— Ai, sinceramente? Não tenho o que te dizer Ma, eu estou bem e feliz, eu queria estar compartilhando esse sentimento com ela, mas porque ela tem que ser tão complicada? E eu tenho a Gabi.

Falei com as mãos pra cima, eu estava farta.

— Conversa com ela por mim? Só impede ela de ir, cê pode fazer isso?

— Ela é adulta Marcela! - falei exasperada

— Adultos também precisam de conselhos e uma mão amiga!

Marcela sabia como pegar na ferida, e com isso eu concordei em conversar com Rafaella, fazendo a loirinha do sus ficar pulando na minha sala, essa mulher parece uma criança meu pai.

POV RAFA

Estava decidido, eu iria pra África, ficaria lá o tempo que achasse que seria necessário, não tenho marido, meus pais moram longe, não tenho ela... Gizelly. Fazia tanto que não a via, mas recentemente voltei a seguir no Instagram, ela estava cada dia mais linda e feliz, e tinha essa tal namorada, apesar que graças a Deus fazia tempo que a Bicalho não postava nada delas juntas, pois a cada post era uma facada.

Eu estava no meu último plantão no hospital, logo eu entraria de licença pra viajar, estava papeando com a Aninha, quando ela diz

— GIZELLY MEU AMOR!

eu tomei um baita susto e cuspi o café que eu estava tomando, quem me acudiu foi a dona do susto

— Oi Aninha! Como é bom te ver. - disse abraçando a enfermeira ao meu lado.

— Desculpa pelo café aí Rafa!

Eu estava vermelha de vergonha, de ansiedade, saudade, e tudo que tinha direito

— Oi Gi, tá tudo bem!

Ela sorriu fraco, e Ana foi saindo de fininho deixando a gente a sós no posto de enfermagem

— Você tá bem? Veio fazer algum exame? - perguntei preocupada

— Não, não! Eu vim te ver na verdade! - ela falou meio tímida, linda como sempre.

— Oh! Eu é você precisa de alguma coisa? Eu..

— Rafa, vamos tomar um café? Já que você cuspiu esse aí

Ela disse sorrindo, bom sinal.

— Claro, vamos!

Seguimos em direção a lanchonete do hospital e sentamos.

— Eu, bem, nem sei por onde começar...

— começa do começo uai! - falei pra descontrair, e ela sorriu

— Eu vim pedir pra você não ir pra África!

Eu arregalei os olhos, como ela sabia? Claro, Marcela.

— Eu acho que você pode arrumar meios de se encontrar do que se envolver em mais trabalhos Rafa, e eu não sei, talvez sai pelo Brasil passeando.

— A África não se trata só de trabalho pra mim Gi, e não tenho companhia pra sair pelo Brasil viajando, ir sozinha é solitário demais. - sorri fraco, ela poderia ir comigo afinal, mas eu sou burra e cai fora.

— Você não parece bem! - ela falou meia indecisa

— Talvez porque eu não estou mesmo! Me sinto mais sozinha a cada dia que passa, a vida anda sem graça sabe? Desde que eu te deixei ir, parece que tudo perdeu a cor.

Ela abaixou a cabeça, mexeu em seus cabelos, que alias estavam lindos.

— Não vim aqui pra falar da gente, me desculpa, só vim como alguém que se importa com você.

— Que bom que se importa, isso já preenche algo no meu coração!

Peguei suas mãos e apertei. Nós olhamos nos olhos, e eu vi tanta coisa ali, saudade, amor, medo, insegurança, saudade de novo.

Me biparam e eu tive que me despedir dela, provavelmente não a veria por muito tempo.

— Até quando a vida nos levar de volta pra nós! - eu falei saudosa.

— Que você consiga aquilo que procura!

Ela beijou minha bochecha e se foi.

***

Uma semana depois,

Eu estava no aeroporto, já estava na fila de embarque, esperando meu grupo ser atendido, me despedi de todos meus amigos ao longo da semana, e da minha família também, ao sentar no avião fiquei olhando o céu, o sol estava nascendo, e o dia provavelmente seria lindo, não percebi que estava chorando até que alguém me oferece um lenço

— Aceita um lenço moça?

~

/quietinha. e vamos de comentários? Ainda sigo impactada com esse exame da Gi

Ainda Bem - Girafa Onde histórias criam vida. Descubra agora