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Billie x
Sexta-feira, 02 de abril

Depois de alguns minutos chorando no meu colo, Lou acabou adormecendo. A coloquei deitada em sua cama com um pouco de dificuldade e coloquei Tony ao seu lado, para que ela não se sentisse sozinha.

Fui até a cozinha, pegar alguma coisa para comer.

Na verdade, eu já estava fazendo isso, mas quando ouvi Louise fungando alto e percebi que ela 'tava tendo uma crise, a primeira coisa que eu pensei foi em largar tudo que estava fazendo e ir ajudá-la.

Eu não lembrava muito o que fazer, já que faziam anos que eu não passava por essa situação.

Espero ter conseguido ajudá-la.

Ver essas crianças chorando e tristes quebrava meu coração como se eles fossem meus filhos.

Eu sei o quão difícil é para eles agora, afinal a mãe morreu e eles não tem o pai junto deles.

Nunca vou entender o real sentimento que eles estão sentindo, mas eu sei o quanto é difícil passar por isso tudo.

Eles passaram por um trauma de ver a vida dos pais acabada em suas frentes por um doido psicopata. Mesmo que eu entendesse que eles estavam tristes, eu nunca saberia seus reais sentimentos.

Ouvi o barulho do carro de Mariana, alguns minutos se passaram e ouvi seus passos entrando na cozinha e passos pequenos correndo no andar de cima.

Mariana me abraçou por trás, dando vários beijos no meu pescoço e depois se afastou.

Me virei finalmente para olhar em seus olhos e pude ver que estavam levemente vermelhos.

— Andou chorando? — perguntei já ficando preocupada.

— Depois a gente conversa sobre isso — ela ia sair de perto, mas eu segurei seu braço.

— Você me disse que quando chegasse me falaria, você está aí, e estava obviamente chorando, então... O que houve? É alguma coisa com o bebê? —

— Billie, não é nada com o bebê, é só que... —

— Eu 'tô com fome, mamãe — Lucy entrou na cozinha interrompendo as falas de Mariana.

— Eu não posso falar agora, mas prometo que de hoje não passa — ela terminou saindo da cozinha.

— Espere um pouco, okay? Mari e eu vamos preparar o jantar — eu disse para Lucy que ainda estava ali parada esperando pela comida.

Ela assentiu e saiu correndo.

(...)

Estávamos deitadas na cama, eu mexia no meu celular e Mariana estava deitada ao meu lado, folheando um livro que eu não sabia o nome.

Eu estava ansiosa, mas eu sabia que quando ela estivesse preparada ela iria me contar.

Depois de alguns minutos eu a ouvi suspirando e chamar meu nome.

— Billie... — larguei rápido o celular, deixando ele no móvel ao lado da cama.

Me endireitei, olhando para ela preocupada, e pedindo que ela falasse o que tanto lhe incomodava.

— Já faz uns quatro meses que estamos ficando temporariamente com as crianças e eu pensei da gente... Adotar elas, para valer. Eu sei que é de repente mas eu tenho pensado muito nisso... — Eu a olhei, como se não acreditasse em suas palavras.

Eu amava as crianças e tinha me apegado demais a elas, mas adotá-las? Seria uma briga na justiça com o pai e com a avó que é meio louca.

— Não me olha assim como se eu fosse maluca — ela pediu e só aí eu fui perceber que estava a algum tempo a olhando.

Los Angeles •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora