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Não deu nem tempo pra sentir saudades

Mariana x

Estacionei o carro às pressas entrando no elevador para ir em direção ao andar que eu queria. Eu estava a alguns minutos atrasada e a culpa é toda do fuso horário, que eu ainda não tinha me acostumado. Também tenho que voltar a me acostumar com o calor, já que o frio de London ainda estava bem fresco na minha memória.

Passei pelo corredor do hospital, procurando pela sala da doutora, eu tinha vindo aqui nas férias então já sabia da doutora que ia me acompanhar, eu só não tive tempo de perguntar seu nome. Dei duas batidas e ouvi um "entre", assim que entrei vi que ela não estava sozinha, pelo contrário, acho que minha turma já estava toda ali.

— Atrasada, Pinheiro — ela disse e eu me desculpei.

— Eu sinto muito pelo atraso, ainda estou me acostumando com o horário — eu dei uma pausa e li o nome em seu crachá — Dr. Roberts — Ela assentiu e ficou de pé atrás da cadeira, eu fui para um canto, assim como as outras pessoas que estavam ali.

— Então turma, eu sou a doutora Emma Roberts — Eu lembrei da atriz na hora e mordi o lábio tentando segurar a risada.

"Por favor Mariana, não ri. É seu primeiro dia". Eu pensei.

— E não, não é por causa da atriz Emma Roberts — eu ri, não era uma piada, seu tom não era de brincadeira, mas eu ri, e não tinha ninguém mais rindo. Os outros alunos olharam pra mim e eu senti meu rosto queimar de vergonha — Continuando... Eu vou acompanhar vocês, durante as aulas aqui no hospital —

Ela pediu para que nós a seguíssemos e nos guiou por todo o hospital e todas as alas, nos levou até alguns aparelhos e por fim paramos em um corredor onde só havia crianças.

Paramos em frente a uma porta e Roberts nos entregou um prontuário e nos levou até mais perto, onde pude ver que havia uma criança ali, ela aparentava ter uns nove anos. Tinha uma moça com ela, elas conversavam e a menina soltava algumas gargalhadas fofas. Pelo jeito que a moça estava vestida, logo percebi que era de família rica.

— Não pensariam que hoje seria só visitação, certo? —

A doutora falou e depois deu uma lida no último papel que restara.

— Sarah Montgomery, oito anos. Febre alta, dores de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Vou dar dez segundos para lerem o prontuário dela e me falarem uma doença — eu pensei um pouco, enquanto dava uma breve lida no prontuário, mas quando ia responder, uma mulher loira que estava perto de mim respondeu.

— Dengue — ela disse rápido — Eu li aqui, que ela viajou para um país exótico a pouco tempo então... A doença é dengue — eu escutei o palpite dela e neguei olhando o papel na minha mão.

— Alguém tem outra opção? — todos ficaram em silêncio — Pinheiro? — eu levantei o olhar e neguei — Tem certeza? —

— Bom... Não acho que seja dengue — falei levantando o olhar — São bem parecidos os sintomas, mas a paciente apresenta dificuldade respiratória e olhando daqui eu vejo seus olhos um pouco avermelhados, isso é sintoma de Sarampo. Então... Eu acho que não seja dengue e sim sarampo —

— Você acha? — a doutora perguntou arqueando a sobrancelha — Tem que ter mais certeza que isso —

— Bom... Levando em conta os sintomas, é certo de que seja sarampo — eu disse mais uma vez erguendo o olhar, tentando soar um pouco mais confiante.

— Bem observado, Mariana. A senhorita está certa — ela abriu a porta nos dando caminho para passar. Nos apresentou para a mãe da menina e para a menina.

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