58

1.9K 175 135
                                    

Mariana x


Eu estava ajudando as crianças com a decoração da casa e minha mãe estava na cozinha.

Billie estava lá com ela e algumas das minhas tias, minha mãe deve estar a enchendo de histórias. Misturando inglês com português e rindo das próprias piadas que minha mulher com certeza não está entendendo.

Quando eu era menor a gente nem fazia decoração, mas Lucy insistiu que fizéssemos e como minha mãe ama a baixinha, obrigou meu pai a ir comprar algumas decorações de última hora.

Depois de montar a árvore, Anthony e eu estávamos enfeitando enquanto Lucy corria espalhando enfeites pela casa e comendo o que minha mãe dava a ela.

Amelia estava vendo desenho e não sei como não reclamou de fome ainda e Louise tinha saído com a filha da minha prima que tinha quase a idade dela para conhecer as redondezas.

— Sua mãe não quer mais que eu saia de perto dela, me ajuda — Billie sussurrou se aproximando.

A olhei e até seu olhar pedia por ajuda.

Eu tive que rir de sua feição assustada, agora eu tinha certeza que minha mãe devia estar enchendo ela de histórias.

— Eu amo minha sogra, mas não consigo entender metade das coisas que ela fala. Assim, eu entendo algumas coisas, mas ela fala rápido e... — Billie continuou — Parece que suas tias fazem piadas sexuais mas eu não entendo —

Com certeza minhas tias estavam fazendo piadas sexuais.

E eu agradeço por Billie não está entendendo porque as piadas com certeza são sobre nós duas.

— É só balançar a cabeça e rir amor, ela deve estar contando histórias minha, de quando eu era menor. E é claro que minhas tias não estão fazendo esse tipo de piadas — tentei conforta-la.

Billie assentiu. Tadinha.

Era melhor ela não saber o que elas estavam falando.

— Coloca essa bolinha ali atrás, meu amor — eu pedi ao Anthony.

— Eu vou voltar pra lá, então — ela me deu um beijo rápido e voltou para a cozinha.

Acabamos de arrumar as coisas e eu verifiquei as crianças.

— Sua irmã já chegou? — perguntei a Lucy.

Ela deu de ombros, voltando a comer uma rabanada quente que minha mãe devia ter dado a ela.

— Vai ficar com dor de barriga — eu disse.

— É muito bom — ela lambeu os dedinhos açucarados.

Lhe dei um beijo estalado e voltei para a arrumação.

Alguns parentes meus não vieram passar o natal aqui. Provavelmente os homofóbicos que souberam da minha presença.

Como se eu me importasse, quanto menos pessoas, mais comida.

(...)

Faltavam poucos minutos para o dia vinte e cinco, que era quando começariamos a comer. Os menores já tinham dormido e depois que eu os coloquei na cama, voltei para a sala, encontrando todos lá, conversando e rindo.

Meu pai estava mais afastado de todos, na varanda enquanto bebia seu champanhe e olhava para a paisagem. Eu me aproximei, ficando ao seu lado.

Nós ficamos em silêncio, mas eu sabia que ele tinha percebido a minha presença ali.

— É tão estranho ver você assim. Tão crescida e com uma família formada — ele chamou finalmente minha atenção.

— Eu sei — admiti.

Los Angeles •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora