Levantei e fui em direção à ele, era uma carta do doutor Connor.
Peguei o envelope em minhas mãos e o abri delicadamente. Não estava lacrado tão fortemente então foi relativamente fácil. Tirei a folha do envelope e nela dizia:"Olá querida Megan :)
Desculpe por não poder estar aí, estou muito ocupado ultimamente.
Esses envelopes em cima da sua mesa são para as cartas que você poderá escrever para sua família ou amigos ou para você mesma. Lembre-se que as cartas são o único meio de comunicação com o exterior então, aproveite seu tempo de recreação e escreva uma carta.
Não conseguir achar nenhuma caneta ou lápis mas creio que o doutor Robert te deu algo para escrever.
Uma escova de dentes e outros pertences básicos e essenciais estarão na gaveta desta mesa. Eu guardei algumas roupas em seu guarda-roupas.
Não sei se gosta do estilo de roupa que lhe dei mas, em breve você poderá escolher o que quer vestir.
Não se preocupe muito com isso agora.Abraços, Adryan
Dobrei a folha novamente e guardei no envelope com cuidado. Olhei para a mesa e vi que haviam duas gavetas embaixo dela. Abri a gaveta da direita e lá continuam alguns objetos de uso pessoal como: Escova de dentes, escova de cabelo, gilete, prendedores de cabelo e outras coisas.
Fechei a gaveta e dei um passo na direção do a outra gaveta. Eu a abri e lá não tinha nada. Quer dizer, aparentemente. Antes de fechar eu dei uma rápida olhada e abri a gaveta da direita novamente. Tirei algumas coisas e percebi um pequeno detalhe; a gaveta da esquerda tinha menos espaço que a da direita, ou seja, a segunda gaveta tinha um fundo falso.
Abri novamente a gaveta da esquerda e confirmei a minha teoria, tinha espaço faltando ali. Eu puxei a madeira com toda a minha força para cima mas não deu em nada. Pensei em fazer o contrário e foi o que eu fiz. Posicionei minhas mãos em baixo da gaveta e empurrei para cima fazendo forças nas mãos, nada.
Eu estava certa que algo estava errado ali. Eu só não sei o que é mas, pode apostar que eu vou descobrir.
Vasculhei mais um pouco a gaveta da direita e percebi que tinha um relógio de pulso ali, daqueles meio antigos que tem números romanos, sabe? Era um relógio muito bonito e parecia ser caro. Os números eram brancos e os ponteiros e a borda um dourado meio bege. A parte da pulseira era de couro preto e parecia couro de verdade, não um couro vagabundo. Não sou especialista em couro então não posso afirmar.Coloquei o relógio no meu pulso direito e me deitei na cama. Fiquei encarando o teto por um tempo e resolvi olhar o relógio para ver as horas. Me espantei ao ver que já eram 18:23. Eu me levantei e fui em direção à cafeteria pois nós tínhamos o direito de comer algo leve e tomar uma água antes de ir dormir.
Peguei o GPS e dei uma rápida olhada no caminho, e em seguida, o guardando no bolso da saia. Eu não quero andar por aí segurando esse negócio a vida toda.
Destranquei a porta do meu quarto e abri a porta. A fechei novamente e tranquei por fora. Não havia nada de valor no meu quarto mas, eu não quero que ninguém mecha nas minhas coisas.
Fui até a cafeteria e consegui memorizar a maior parte do caminho, só tive que pegar o só GPS duas vezes, senti-me orgulhosa de mim mesma.
Comprimentei a Kim com um sorriso e um oi e peguei um café com leite sem açúcar e um sanduíche natural.
Me sentei em uma mesa no meio, não muito no fundo, não muito na frente. A mesa estava vazia como de costume e haviam poucas pessoas na cafeteria.
Eu comi feliz, o lanche estava maravilhoso como sempre.
Levantei-me do banco e levei meu prato e copo para o lugar onde tem que colocar para lavar. Dei um tchau para a Kim e voltei para o meu quarto para pegar minha escova e uma pasta de dentes na minha gaveta. Segui o caminho até o banheiro mais próximo (que não era tão próximo assim...) Usando o GPS que Connor havia me dado.
Parei em frente à um espelho e molhei minha escova, em seguida colocando pasta sobre ela e molhando de novo. Escovei os meus dentes e arrumei tudo bonitinho. Olhei às horas e eram 20:00 em ponto.
Ainda estava cedo mas foi um dia cheio então, resolvi ir para o meu quarto para descansar.
Aconteceu que, eu me perdi pois estava tentando me localizar sem o GPS e demorei um pouco para voltar ao meu quarto. (tive que me render ao pequeno aparelho que sabia mais que eu)
Destranquei a porta e entrei para dentro, a trancando novamente bem rápido. Afinal, eu não sabia o que me esperava a noite.
Guardei minha escova e a pasta na gaveta e encarei o relógio no meu pulso. Era lindo e eu não queria quebrá-lo. Por isso, resolvi tirar e deixar em cima da mesa para eu não me esquecer de usar na manhã seguinte.
Dirigi-me até a cama e me deitei. Uma brisa fria soprou de repente eu fui obrigada a me cobrir. Até que os cobertores eram quentinhos, eu só tinha dois. Virei meu rosto para a parede e a encarei por alguns minutos antes de cair no sono.Quebra de tempo... Manhã seguinte
Acordei com um barulho horroroso e ensurdecedor. Era aquele maldito "sinal" do jardim ontem. Uma voz soou pelo quarto dizendo:
- Bom dia pacientes. Já são 6:00 da manhã, o que estão fazendo na cama ainda???? Tratem de levantar já e começaram sua rotina! Os testes começam às 7 horas, obrigado pela atenção. - hoje a voz estava mais rouca. Assim que ela parou de falar, aquele alarme soou me obrigando a ouvir aquele barulho irritante de novo. -
- Hmm... É hora de levantar - Cochichei para mim mesma, manhosa -
Fiquei alguns minutos me recuperando e esperando a minha alma voltar para o corpo. Levantei da cama e olhei diretamente para a mesa. Meu relógio estava lá. O coloquei no pulso e penteei meus cabelos, em seguida pegando minha escova e pasta de dentes e seguindo para a cafeteria, trancando a porta sempre.
Comprimentei a Kim como sempre e peguei algo semelhante a noite passada. Só o que mudou foi que era um sanduíche de frango desta vez.
Sentei-me na mesa habitual, a do meio. Nem muito na frente, nem muito atrás. E mesmo que agora a cafeteria estivesse cheia, ninguém estava sentado nessa mesa.
Comi tranquilamente aproveitando cada pedaço da comida e agradeci por gostar de pelo menos uma coisa daqui. A minha mãe não é a melhor cozinheira que eu conheço, acho que, até eu cozinho melhor que ela mas, ela sempre insistia em cozinhar. Fazer o que né.
Terminei de comer e fui até o banheiro. Antes de entrar, ouvi alguns cochichos e risos; tentei escutar, grudando minha orelha na porta.- Ah, tadinha. - risos - eu estou com tanta dó de você, Cris. - o tom era de deboche -
- Poxa, coitada dela - era outra voz mas, com o mesmo tom -
- Parem com esse teatro ridículo e enfiem as mãos no bolso dessa perdedora de uma vez! - a terceira voz estava alterada, visivelmente com raiva - Eu só quero saber o que ela de bom para nós e, se não tiver nada já sabe como vai pagar. - eu ouvi uma risada maliciosa -
- E-eu tenho 1 dólar no meu bolso direito! - uma quarta voz se pronunciou, visivelmente chorosa e trêmula. -
Eu até tentaria impedir essa patifaria, mas, sou só uma e não sou uma samurai que sai por aí e ganha de mil de uma vez. Acontece que, eu não sei nem lutar. Nem autodefesa eu sei.
Olhei meu GPS e segui para outro banheiro. Sei que abandonar o local não era a decisão certa mas, o que eu, Megan Whells, uma garota doce e meiga que não bate nem em mosca, poderia fazer?
Caminhei por minutos torturantes até o próximo banheiro e consegui distrair-me escovando meus dentes. Voltei ao meu quarto e guardei as coisas rápido, afinal esse incidente havia tomado muito do meu tempo e eu já estava atrasada.
Meu GPS dizia que meu primeiro exame de hoje seria na sala 999 com a doutora Lorraine. O nome da sala é "Oftalmologia" então, acho que farei um exame de vista.
Sai do meu quarto e tranquei a porta como sempre, em seguida indo até a sala de oftalmologia.
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The Madhouse (O Hospício)
Mystery / ThrillerMegan Whells, uma garota doce e inocente, está sendo internada pela sua própria mãe em um hospício longe de sua casa. "Por que? Por que mamãe? Eu fiz algo de errado? Eu juro que vou fazer todos os deveres! Por favor, me tire daqui!" O que terá acon...