Capítulo 29 - Faltam provas

24 0 0
                                    

P.O.V's Adryan Connor (Point Of View's Adryan Connor)

À noite, depois do trabalho no hospício

Levantei da cama e fui ao banheiro lavar o rosto, apreensivo.
Que loucura! Estou prestes a fazer algo que pode me matar...
Fui até a cozinha e comi um sanduíche que já havia deixado preparado no dia anterior.
Me vesti com uma camisa branca social, uma calça azul marinho e um paletó também azul marinho por cima. Pra completar, uma gravata vinho. Penteei o cabelo e corri para o meu carro.
Dei a partida e dirigi o mais rápido que pude até a delegacia. Já faziam alguns dias desde que entreguei as provas aos policiais mas eles não retornavam nada pra mim, nem mesmo uma ligação.
Quando cheguei, estacionei o carro em uma vaga que estava disponível ao lado da delegacia. Saí apressado e tranquei o carro, me dirigindo até o local. Eu estava eufórico, ansioso e com medo.

- B-Boa noite! Eu sou Connor, Adryan Connor. Fiz uma denuncia há uns dias e... - O recepcionista me cortou -

- Você de novo? Olha, eu já disse que estão analisando a situação. Há assuntos mais importantes no momento do que um bando de loucos, tá entendendo? - O cara com um crachá escrito: "Paolo" dizia com raiva. Era um gordinho, baixinho e com cabelos castanhos. Ele usava um uniforme cinza bem brega -

- Eles não são loucos! São pessoas como eu e você. - O olhei, estava ofegando de raiva. - Me deixa pelos menos falar com quem está cuidando do caso, por favor! - Juntei as mãos em um pedido de súplica -

- Ah, tudo bem. - o ouvi cochichar algo como "idiota" e em seguida, pegar o telefone e discar alguns números - Alô? Bem... É aquele cara do caso do hospício, ele está aqui de novo. Isso. Ele quer falar com você. - ouve um minuto de silêncio - Tudo bem, vou mandar ele ir aí. - Paolo desligou o telefone e me mandou entrar e virar a primeira esquerda e entrar na sala que estivesse lá. E assim eu fiz. -

Me sentei em uma cadeira de frente à uma mesa de madeira, muito bonita por sinal. Esperei alguns minutos e finalmente apareceu um cara com um distintivo. Ele se sentou na minha frente e começou a falar.

- Meu nome é Isaque Blossom e eu sou o encarregado do seu caso, senhor, hmm... - Blossom era um homem grande, bonito e musculoso. Ele pegou uma pilha de papéis e leu o meu nome - Connor.

- Bem, eu queria saber se o senhor já avaliou todas as provas que eu enviei. - Ditei sério, o encarando -

- Sim, sim. Porém, não temos provas visuais. Não podemos simplesmente chegar lá e prender todo mundo sem provas o suficiente. - Isaque me encarava com seus olhos castanhos, parecia que via minha alma. -

- Como assim? Os próprios pacientes são as provas vivas. Eles confirmam tudo o que está aí e tem marcas por todo o corpo deles! - Exclamei indignado -

- Não temos como provar que foram os doutores e não eles mesmos. Da primeira vez que veio trazer seu dossiê aqui, no seu interrogatório, o senhor mesmo afirmou que os pacientes, às vezes, brigavam entre si.

- O que é preciso pra acreditarem em mim? - O encarei com esperança e um pouco de ódio, por ter tantas provas e ainda precisar de mais -

- Fotos, vídeos... Se conseguir trazer algum paciente aqui para alguns exames também seria muito bom. - Blossom juntou as mãos e seus cotovelos se chocaram contra a mesa, fazendo um barulho não muito alto -

- Não tenho como tirar ninguém de lá, não sem ser pego. Mas eu tenho como provar com vídeos, eu dei uma câmera para cada um deles. Voltarei aqui amanhã com os vídeos e espero que assim você finalmente prenda os Willians. - Respirei fundo -

The Madhouse (O Hospício)Onde histórias criam vida. Descubra agora