Capítulo 32 - Os Willians

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Ponto de Vista Da Narradora

Há muito, muito tempo atrás...

Nasceu José Willians, um futuro médico. José vinha de uma família pobre e muitos odiavam eles, apenas por serem pobres.
Mas, como um menino muito dedicado, ele conseguiu mostrar a todos seu talento e se tornou um médico. Conseguiu um emprego e atuou como médico por alguns anos, dizendo que um dia teria seu próprio hospital e seria um homem rico e respeitado, que tornaria o nome de sua família, Willians, um marco na história.
Infelizmente, José não alcançou isso. Mas ele teve um filho, Miguel. Este, por sua vez, seguiu os passos do pai e conseguiu acumular muito dinheiro. Deixou tudo para os seus dois filhos; Henry e Spencer.
A mãe dos meninos, Maria, ficou doente e os garotos ficaram divididos entre ajudar sua mãe ou seguir o sonho do avô e abrir seu próprio hospital.
Henry queria seguir os passos do avô, ele não tinha um bom relacionamento com sua mãe e tudo só piorou quando seu pai veio a falecer, em um acidente de charrete.
Já Spencer, amava muito sua mãe e queria tratar ela.
Aparentemente, Maria tinha uma doença mental que sugava sua vida, pouco a pouco. Como se já não bastasse, ela adquiriu mais doenças com o tempo. Ficou esquizofrênica e com alzheimer. A coitada estava sofrendo muito e, com os irmãos divididos, nenhum dos dois tinha o que queria.
Spencer acabou enlouquecendo e, em uma briga com seu irmão acabou o acertando com uma faca. Esse incidente quase matou Henry, que não deixou barato. Roubou todas as economias da família e começou a construir seu hospital.
Maria, acabou falecendo antes do lugar ficar pronto. E Spencer, havia tentando recuperar o dinheiro e, sem sucesso, acabou como a mãe, esquizofrênico. Henry o matou asfixiado e disse a todos que ele morreu dormindo.
Quando finalmente concluiu a construção do Hospital Henry Willians, ele mudou de ideia e fez um hospital psiquiátrico em homenagem a mãe e o irmão que ele havia matado, "indiretamente".
Porém... Seu sonho foi por água a baixo quando não conseguiu pacientes. Sem pacientes, sem dinheiro para pagar os médicos. E assim, seu hospital fechou. Ou ele o fechava, ou falia e perderia tudo. Tudo o que sacrificou para construir aquilo. Tudo o que ele deixou para trás e matou para poder fazer seu hospital. Basicamente, tudo o que ele tinha.

Henry então começou a trabalhar e juntar dinheiro. Fez isso por longos anos, até descobrir o tráfico de orgãos. Henry ganhou muito dinheiro e se aliou com uma gangue que o ajudava a encontrar "pacientes" para tratar. Quando conseguir um pouco mais do que o suficiente, Henry abriu novamente seu amado Hospital Psiquiátrico.

Enquanto a James, nosso querido contratante... Ele é filho de Henry. Seu pai nunca teve uma esposa, mas ficou com várias mulheres e teve o prazer, ou, a infelicidade de ter James. A garota de programa não quis ficar com ele e o largou na porta de Henry, então, ele o criou, do jeito desonesto dele e o fez parte do esquema.

E o Shumi? Bem, ele nasceu do mesmo jeito. Só que... A mãe do coitado havia morrido durante o parto. Henry a enforcou e ela morreu na hora. A coitada era fraca demais, segundo Henry, que mandou James se livrar do bebê. Para esfriar a cabeça Henry foi viajar e deixou James cuidando de tudo.

Com a liberdade que tinha conseguido com a viajem do pai, James batizou seu irmãozinho de Shukaku Izumi, apenas por diversão. O moreno ainda tinha um coração, mesmo que seu pai fosse um traficante de orgãos, ele não havia tráficado o coração do filho, apenas o dele mesmo.
James não teve coragem para se livrar do menino e contratou Adryan Connor para cuidar do mesmo. Quando seu pai chegou e descobriu sobre Shukaku, ele se enfureceu, mas tolerou.

P.O.V's Henry Willians (Point Of View's Henry Willians)

Dias atuais...

Fui até o quarto do pequeno demônio, a fim de fazer o que James não havia tido coragem. Acompanhei todas as fichas do doutor Connor e a criança era frágil demais para pertencer a família. Shukaku iria manchar a família, com seu nome horrível e sendo um bastardo. Já não bastava James que, para os inimigos parecia muito inteligente e forte. Mas, para mim não passava de um maricas idiota. Não sabe fazer nada direito.

Entrei no quarto do bebê e ascendi as luzes. Caminhei até seu berço no canto do quarto, notando que tudo estava muito quieto.
Coloquei minha mão em seu pequeno pescoço e percebi que o menino estava frio como gelo. Me assustei.
Apertei o interfone e mandei chamar Connor, o único que poderia ter feito isso.

- Mandou me chamar, chefe? - O loiro sorriu -

- Sim. Shukaku está morto. - o encarei - Você o matou?

- N-não... - Connor gaguejou -

- É claro que matou. Acha que eu sou idiota? Encontrei farelos de canela caídos no berço, só de chegar perto comecei a espirrar. E o único que come isso aqui, é você. - o encarei intensamente, com o meu pior olhar -

- Bem... - Adryan respirou fundo - Fui eu sim. Foi sem querer, na verdade... - ele olhou para baixo -

- Fez bem, seu idiota. - Levei minha mão ao queixo dele e o fiz olhar para mim, segurando firmemente. - Olhe para mim enquanto estiver falando comigo, me ouviu?

- Sim - ele engoliu em seco -

- Palerma. - Dei um tapa forte em seu rosto e sai do quarto - Dispensado, volte ao trabalho. - Disse e sai com passos apressados, deixando ele e o corpo do meu... Daquela criatura à sós. -

P.O.V's Adryan Connor (Point Of View's Adryan Connor)

Respirei fundo, aliviado. Levei um tapa que com certeza deixou uma marca, mas, pelo menos, não morri. Peguei o corpo do menino que estava enrolado em um lençol e fui até a lixeira do lado de fora e o joguei lá. James me viu.

- O que você está jogando aí? - ele perguntou se aproximando -

- Shumi. - respondi e o encarei, ríspido -

- O que? - o moreno olhou dentro da lixeira e viu seu irmão, ele deu um berro - Tá maluco? O que você fez?! - me empurrou e eu tropecei -

- O seu pai me mandou... - antes que eu pudesse terminar a frase, ele me interrompeu e correu, cheio de fúria para dentro do hospício. -

The Madhouse (O Hospício)Onde histórias criam vida. Descubra agora