Capítulo 3 - Fase 1 - Ganhar Confiança

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Eu e Connor andamos por vários corredores, parecia que não tinha fim. Longos minutos depois, chegamos ao refeitório.

- Está entregue - Sorriu - Agora você vai poder comer e conhecer algumas pessoas. Nem todos estão aqui agora, mas você pode tentar fazer amizade com os que estão aqui. Eu recomendo começar com o Baekhyun. Pode não parecer mas ele é o mais doce dos que estão por aqui. - Ele olhou para mim e eu assenti - Ele é coreano e está aqui por ter esquizofrenia. Tenha paciência com ele.

- Tudo bem. Mais alguma coisa que eu deva saber? - Fitei seus olhos verdes com um pequeno sorriso de canto -

- Ah sim, está vendo a Kim ali? - Connor apontou para uma mulher com um rosto estranho, metade era normal e a outra metade era deformada. -

- Sim, o que... - Ele me cortou -

- Ela que faz a comida. Chegue perto do local onde ela está e pode se servir - Ele sorriu e eu reparei em um daqueles "balcões" de comida que tem em alguns restaurantes self-service. Não sei o nome mas, tudo bem. -

- O que ela tem... No rosto? - Cochichei para ninguém escutar. Era óbvio que ele não queria me dizer e eu não faria a indiscreta. -

- Elefantíase. É uma doença rara, porém, não é contagiosa. A cara é feia mas o coração é bom. Pode confiar - Ele sorriu e se afastou - Espero que dê tudo certo! - Connor disse se afastando. Mas... Para onde eu vou depois de comer? -

Minha cabeça está a mil. O melhor por agora é eu me concentrar em comer.

Me aproximei do negócio de comida e peguei um prato. Tentei ao máximo não olhar para a "Kim", mas era difícil. Não que eu seja preconceituosa nem nada, mas o rosto dela me dá arrepios. Porém, meu plano de passar despercebida foi em vão. A mulher me viu e falou algo como:

- Olá novata. Espero que goste da comida. Mas não sabe que é feio não cumprimentar os outros? - Eu olhei para ela de relance -

Pensei um pouco enquanto colocava comida no meu prato. Eu tinha uma amiga surda, então tive que aprender libras. Fingi que era muda e fiz alguns sinais com a mão que diziam:

- Desculpe, eu não consigo falar direito. Por isso, costumo ficar quietinha.

A mulher pareceu se arrepender e me deixou pegar comida até que falou:

- Me desculpe. Kim não sabia.

Me virei para ela e gesticulei um "tudo bem". Terminei de pegar a comida e me dirigi até o menino que Connor falou ser Baek alguma coisa.

- Posso sentar aqui? - Perguntei ao garoto de cabelos azuis -

- Pode. - Ele nem sequer olhou para mim, que doce. -

- O doutor Connor me disse que você era o mais legal, então, o problema deve ser comigo... - Eu sei que é um plano péssimo. Mas me fazer de vítima foi a única coisa que eu pensei. -

- O Connor é um idiota. Se quer saber, ficar de mimimi não te faz uma possível amiga minha. Ele só disse para conversar comigo porquê, segundo ele, eu não tenho amigos. - O garoto finalmente olhou para mim - Ainda vai tentar ser minha amiga? - Um sorriso de canto sarcástico surgiu em seu rosto -

- Sim! Você parece ser bem legal - Eu ri. Baek fez cara de surpresa, não esperava por essa resposta. -

- Bem, como quiser. Mas não vou ficar babando ovo. - O garoto direcionou os olhos para a comida e começou a comer -

- Meu nome é Megan. - Comecei a comer também, tomando cuidado para que Kim não soubesse que eu falava. Seria constrangedor se ela descobrisse. - Eu tenho 16 anos. Aparentemente, eu estou aqui por alguma coisa criminosa... - Eu não ouvi direito a conversa da minha mãe com o recepcionista, então, não sei bem o porque estou aqui. Mas suspeito de uma coisa... -

The Madhouse (O Hospício)Onde histórias criam vida. Descubra agora