Eu e Connor andamos por vários corredores, parecia que não tinha fim. Longos minutos depois, chegamos ao refeitório.
- Está entregue - Sorriu - Agora você vai poder comer e conhecer algumas pessoas. Nem todos estão aqui agora, mas você pode tentar fazer amizade com os que estão aqui. Eu recomendo começar com o Baekhyun. Pode não parecer mas ele é o mais doce dos que estão por aqui. - Ele olhou para mim e eu assenti - Ele é coreano e está aqui por ter esquizofrenia. Tenha paciência com ele.
- Tudo bem. Mais alguma coisa que eu deva saber? - Fitei seus olhos verdes com um pequeno sorriso de canto -
- Ah sim, está vendo a Kim ali? - Connor apontou para uma mulher com um rosto estranho, metade era normal e a outra metade era deformada. -
- Sim, o que... - Ele me cortou -
- Ela que faz a comida. Chegue perto do local onde ela está e pode se servir - Ele sorriu e eu reparei em um daqueles "balcões" de comida que tem em alguns restaurantes self-service. Não sei o nome mas, tudo bem. -
- O que ela tem... No rosto? - Cochichei para ninguém escutar. Era óbvio que ele não queria me dizer e eu não faria a indiscreta. -
- Elefantíase. É uma doença rara, porém, não é contagiosa. A cara é feia mas o coração é bom. Pode confiar - Ele sorriu e se afastou - Espero que dê tudo certo! - Connor disse se afastando. Mas... Para onde eu vou depois de comer? -
Minha cabeça está a mil. O melhor por agora é eu me concentrar em comer.
Me aproximei do negócio de comida e peguei um prato. Tentei ao máximo não olhar para a "Kim", mas era difícil. Não que eu seja preconceituosa nem nada, mas o rosto dela me dá arrepios. Porém, meu plano de passar despercebida foi em vão. A mulher me viu e falou algo como:
- Olá novata. Espero que goste da comida. Mas não sabe que é feio não cumprimentar os outros? - Eu olhei para ela de relance -
Pensei um pouco enquanto colocava comida no meu prato. Eu tinha uma amiga surda, então tive que aprender libras. Fingi que era muda e fiz alguns sinais com a mão que diziam:
- Desculpe, eu não consigo falar direito. Por isso, costumo ficar quietinha.
A mulher pareceu se arrepender e me deixou pegar comida até que falou:
- Me desculpe. Kim não sabia.
Me virei para ela e gesticulei um "tudo bem". Terminei de pegar a comida e me dirigi até o menino que Connor falou ser Baek alguma coisa.
- Posso sentar aqui? - Perguntei ao garoto de cabelos azuis -
- Pode. - Ele nem sequer olhou para mim, que doce. -
- O doutor Connor me disse que você era o mais legal, então, o problema deve ser comigo... - Eu sei que é um plano péssimo. Mas me fazer de vítima foi a única coisa que eu pensei. -
- O Connor é um idiota. Se quer saber, ficar de mimimi não te faz uma possível amiga minha. Ele só disse para conversar comigo porquê, segundo ele, eu não tenho amigos. - O garoto finalmente olhou para mim - Ainda vai tentar ser minha amiga? - Um sorriso de canto sarcástico surgiu em seu rosto -
- Sim! Você parece ser bem legal - Eu ri. Baek fez cara de surpresa, não esperava por essa resposta. -
- Bem, como quiser. Mas não vou ficar babando ovo. - O garoto direcionou os olhos para a comida e começou a comer -
- Meu nome é Megan. - Comecei a comer também, tomando cuidado para que Kim não soubesse que eu falava. Seria constrangedor se ela descobrisse. - Eu tenho 16 anos. Aparentemente, eu estou aqui por alguma coisa criminosa... - Eu não ouvi direito a conversa da minha mãe com o recepcionista, então, não sei bem o porque estou aqui. Mas suspeito de uma coisa... -
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The Madhouse (O Hospício)
Tajemnica / ThrillerMegan Whells, uma garota doce e inocente, está sendo internada pela sua própria mãe em um hospício longe de sua casa. "Por que? Por que mamãe? Eu fiz algo de errado? Eu juro que vou fazer todos os deveres! Por favor, me tire daqui!" O que terá acon...