So Put

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Escola PK - Saiki Pov - um dia e ½ até a merda acontecer

- Ah! Oi! Saiki, né?! - ela se virou e respondeu depois que eu a chamei

" Coragem, Kusuo! É manter uma conversa amigável, e não deixar ela descobrir quem é você... Ainda"

- tudo bem com você? - eu soei um pouco nervoso.

- tudo, eu só achei que fosse outra pessoa por um instante, mas depois te reconheci! E com você? - ela disse com aquele sorriso adorável de sempre

- tá tudo certo, é... Você me parecia bem distraída hoje, S/N!

- ah, É verdade! Falando nisso, Obrigada novamente por ter me puxado!

- não tem de quê! Era o mínimo que eu podia fazer!

" Afinal, eu prometi que estaria sempre lá por você..."

- você... É ...  Você se encomoda seeu te acompanhar até em casa. Assim você não precisa se preocupar em ser atropelada, eu fico de olho.

Ela parou de prestar atenção no meio frase e se distraiu com alguma coisa que ela pensou.

Curiosamente eu não ouvi nenhum chiado nem os pensamentos dela, nem os pensamentos das pessoas ao redor.

- ahn, S/N?

- EU! Desculpa, eu perdi o fio da meada, o que que você disse?

Sua expressão de surpresa me pegou com a guarda baixa. Tão pura.

Segurei o riso e reformulei a frase:

- eu perguntei se você se importa de eu te acompanhar até a sua casa, Sabe, só pra garantir que nada vai te atropelar!

- Ah! Sim, sim, Claro! Seria muito legal da sua parte! - ela inclinou a cabeça pro lado delicadamente.

Começamos a andar e eu continuava nervoso. Não sabia como desenvolver uma conversa sem deixar escapar alguma coisa que revelasse quem eu sou.

Temos uma amizade legal. Será que ela acharia que eu fui babaca de manter o Ciborgue como uma Segunda personalidade?

- Então...  você não fala muito ao que me parece...- ela começou a falar quebrando o silêncio

- acho não mesmo... - dei de ombros, sem saber como responder corretamente.

- Sabe, sua voz é estranhamente familiar pra mim

Eu suei frio. Ou ela tinha descoberto ou tinha deixado passar um fato muito óbvio.

Tão óbvio que eu me pergunto como eu mesmo Deixei e passar: minha voz e a voz do Ciborgue não tinham alteração.

- sério?

- é, mas eu acho que é porque eu costumo misturar os nomes, as pessoas...

" Amém que ela deu bola fora! Eu não faço ideia de como iria me explicar"

E voltamos a estaca zero do silêncio desconfortável

- Hey, Você gosta de doces?

Eu concordei com a cabeça, afinal esse era um dos meus pontos fracos.

- eu tenho um pouco de gelatina de café em casa, se você quiser! Você pode entrar, e ficar um pouco, podemos até adiantar o trabalho do folclore!

fiz um sinal positivo com a mão e sorri sem mostrar os dentes

Chegamos depois de alguns minutos. Tiramos os sapatos e eu me sentei no sofá

Enquanto ela foi na cozinha, eu olhei em volta, pela sala, como quem está ali pela primeira vez e não quer nada.

Ela voltou com dois potes e colheres. Eu me lembrei de uma das nossas primeiras conversas, quando ela me disse que sabia fazer gelatina de café caseira.

- só não estranhe estar fora da embalagem convencional, essa é caseira! Eu mesma quem fiz!

Doce? bom.
Seu doce favorito? Ótimo.
Seu doce favorito feito pela garota que você gosta? Melhor ainda!

Eu logo experimentei e me deliciei com a sobremesa era suave, mais ao mesmo tempo saboroso.

Sentia ela me encarando enquanto eu comia, mas não tinha problema, eu estava adorando.

Terminei de comer, e pensei:

"Se é pra conseguir aquela receita, é agora ou nunca!"

- Sabe, gelatina de café é um dos meus doces preferidos, poderia me passar a receita qualquer dia desses?

- não sou muito de compartilhar receitas, mas quem sabe um dia?!  Então Saiki, eu sei que vamos fazer o trabalho só amanhã, mas depois que você disse que pensou em usar o folclore brasileiro, eu separei algumas ideias. Já ouviu falar do boto Cor-de-rosa?

Eu fiz que não com a cabeça, e então ela veio até perto de mim no sofá e me mostrou as fotos do que parecia ser um golfinho rosado.

- dizem que ele comumente é um boto normal, mas quando é época de festa ele se transforma num homem muito bonito, usando um chapéu largo para esconder seu nariz e seu respirador, e sai por aí seduzindo as mulheres jovens. Depois de engravida-las, ele volta para a água sendo um boto novamente...

Ela me entregou o aparelho, e eu dei uma olhada no animal e em outras lendas que apareciam no site.

Ela parecia tão concentrada contando a história do boto, que suas feições ficavam adoráveis. Como uma criança exibindo seu brinquedo novo.

De repente algo chamou minha atenção. Uma imagem de sereia. Algo nela me dizia que eu já tinha visto ela em algum lugar. Então resolvi perguntar.

- qual é essa daqui?

- ah! Iara! A mãe dágua, uma índia que foi morta pelos seus irmãos, porque era a melhor caçadora da aldeia. Do seu corpo jogado no rio, ela se tornou uma sereia, cantando sedutora para atrair quem ela achava serem seus irmãos ou algum ser que machucasse a floresta amazônica para afoga-los.

- eu não sei porque mas algo nela me lembra você... - eu deixei escapar. Ela tinha uma ótima oralidade. Eu poderia ficar ouvindo ela falar o dia inteiro.

- Sabe, não é a primeira vez que me comparam com a Iara, o que você acha que uma sereia como ela tem a ver comigo?

Por onde posso começar? Você é a garota mais linda que eu já vi, com certeza poderia ser uma sereia. Sua voz é encantadora Quando você fala de algo que te interessa. Eu me pergunto como você é cantando...

Sem perceber me aproximei um pouco enquanto respondia:

- não sei, se ela encantava as pessoas, deveria partir muitos corações... Você me parece alguém que partiria qualquer  coração por onde passa!

Ela me olhou fundo nos olhos, e lentamente abaixou o celular.

- você acha que eu encantaria as pessoas então?

" Sim, com toda a certeza! Está fazendo isso comigo agora mesmo, inclusive!"

- os outros elementos do seu folclore também usam da luxúria para conseguirem o que querem?

- não muitos, mas convenhamos, a forma mais fácil pra quebrar alguém é pelo coração...

Antes que notassemos estavamos mais perto do que nunca. Nossos rostos quase se tocavam.

Eu tive que tomar cuidado, se eu me movesse um pouco mais, nossos lábios fariam contato direto.

Eu notei seu belo rosto ficar levemente vermelho, era como se estivessmos conectados um ao outro por um Akai Ito invisível.

Estava Quase pensando bem alguma coisa pra dizer quando a campainha quebrou nossa hipinose.

- Correio!

Chained To The Rhythm- Saiki K X Leitora [ 𝙿𝚛𝚒𝚖𝚎𝚒𝚛𝚊 𝚝𝚎𝚖𝚙𝚘𝚛𝚊𝚍𝚊] Onde histórias criam vida. Descubra agora