Capítulo XIV

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Todos já sabiam o que havia acontecido e o clima não estava nem um pouco animado na volta. Tom e Jeremy mantinham distância dos outros, já Lívia estava morrendo de vergonha, talvez tivesse sido melhor ninguém saber de nada.

Viviana estava sentada a um canto do barco observando o começo do pôr do sol que prometia ser incrível, mas sua mente estava bem distante daquele espetáculo da natureza.
– Com licença. – Bruce pediu sentando ao seu lado e ela o encarou com um leve sorriso.
– À vontade. – soltou um suspiro triste e encarou as próprias mãos entrelaçadas em seu colo. – Não está me julgando como os outros?
– Não. – ele respondeu passando o braço sobre os seus ombros. – Você tinha um motivo para fazer o que fez e ninguém pode ou deve julgá-la.
– Obrigada.
– Vai acabar tudo bem.
– Ela me odeia Bruce. – Vivi encarou a irmã com olhos marejados e inspirou fundo para não chorar, estava mais sensível que o normal por causa da gravidez.
– Não, ela não odeia você, só está muito chateada. O que também é compreensível. Dê um tempo, o destino vai se encarregar de colocar tudo no seu devido lugar.

...

– Você é perfeito sabia. – Tamara disse olhando nos olhos azuis de Steve.
– Sou é?
– É sim.

A moça sorriu e deu um beijo suave em seus lábios. Tammy estava deitada sobre o peito forte, as pernas entrelaçadas. O lençol cobria apenas seus quadris.

Devagar, ela correu o dedo pela tatuagem que ele tinha no peito.
– Quando você perde o contato com a quietude interior, perde o contato consigo mesmo. Quando você perde o contato consigo mesmo, você se perde no mundo. – leu a frase que estava tatuada em inglês. – Interessante. Quem escreveu isso?

Steve acariciou a cintura dela.
– Um escritor alemão chamado Eckhart Tolle. Ele fala muito sobre iluminação espiritual, eu gostava de ler seus livros quando estava na guerra e tinha algum tempo de folga.
– Eu não consigo imaginar os horrores que você passou lá. – Tammy já tinha reparado que ele tinha várias cicatrizes pelo corpo. Com certeza elas eram um lembrete constante daquela época.
– Não queira mesmo imaginar. – Steve fez uma carícia suave em seu rosto e colocou uma mecha do cabelo castanho atrás da orelha. – Quando voltei para casa foi mais difícil ainda, demorou até eu me acostumar a ter uma rotina e perceber que nem tudo que me rodeava representava perigo. Eu vivia em estado constante de alerta e ansioso com o que poderia vir a acontecer.

Tammy o encarou surpresa e Steve sorriu a abraçando.
– Eu disse a você que entendia perfeitamente pelo que você está passando, mas você não acreditou.
– Eu não imaginava Steve. – ela ainda estava surpresa.
– Eu entendo a sua dor, entendo o seu sofrimento, melhor do que ninguém.

Tocada pelas palavras, a garota sorriu emocionada e se aproximou colando os lábios aos dele.

Envolvidos no clima de paixão, os dois não ouviram as vozes do lado de fora da cabine e foram surpreendidos por Mallu que entrou.
– Opa! – a moça exclamou chocada e divertida, e puxou a porta fechando antes que Bucky entrasse. – Foi mal! – gritou aos risos e Bucky a olhava sem entender.
– O que foi?
– Acho que a gente interrompeu alguma coisa lá dentro.
– Sério? – o rapaz também riu imaginando a cara de Steve.

Tammy e Steve pularam da cama e se apressaram em vestir as roupas que estavam espalhadas no chão.
– Gente que vergonha! – ela ria de nervoso se atrapalhando com os laços do biquíni.

Steve riu também e se aproximou pegando nas mãos dela.
– Você não tem que ter vergonha. – disse antes de lhe dar um beijo suave.

Amor e Paixão no CaribeOnde histórias criam vida. Descubra agora