Capítulo I

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... dias depois...


O barzinho estava vazio àquela hora, por conta do horário que ainda era cedo. As duas amigas pediram duas cervejas e conversavam animadas enquanto esperavam por outra amiga.
– Eu espero que a Anna Laura não demore. – a loira comentou bebendo mais um gole da bebida. 
– E que seja importante o que ela tem a dizer. – a morena de cabelos cacheados comentou rindo e a outra riu também.
– Você tem notícias da Tamara? – Viviana, a loira perguntou.
– A tia Inês disse que ela está cada dia mais arredia e não quer sair de casa. – Mallu respondeu. – Vive de casa para o trabalho.
– Cara isso não é justo! Não com ela. A Tammy tinha uma vida, era feliz! Aí de repente, por causa de um idiota, tudo muda.
– Eu também não concordo Vivi, mas falar isso não vai adiantar. Quanto mais a gente bater de frente, mas ela vai se isolar.

As duas fizeram silêncio por alguns segundos.
– A gente tem que fazer alguma coisa. – Viviana disse firme.
– Mas a questão é o que?

Antes que a outra pudesse responder, uma bela morena de cabelos negros, usando um sobretudo e botas de cano longo e salto alto, entrou no bar e foi direto para a mesa delas.
Hello my girls! – disse alegre beijando as duas.
– Até que enfim Anna Laura! – Mallu provocou. – Pensei que ia deixar a gente esperando, de novo.

Viviana segurou o riso enquanto a recém chegada tirava o casaco rindo de canto.
– Vai se ferrar Mallu! E de preferência com um gatão bem gostoso!
– Anna Laura! – Viviana gritou rindo e olhando em volta, se certificando que ninguém tenha ouvido o comentário maldoso. – Vocês duas não prestam.
– Ela que começou! – Anna se defendeu rindo enquanto sentava.
– Só falei verdades. Mas fala, para que a urgência em falar com a gente?
– Antes eu quero algo para refrescar. – disse rindo maliciosamente e levantou a mão chamando o garçom.

Diferente das amigas, ela pediu uma caipirinha.
– Ta, já pediu seu "refresco", agora fala. – Vivi disse impaciente.
– Calma loira olha o coração.
– Como você é debochada.
– Olha só quem fala né Malluzinha!
– Aprendi com a melhor, amiga.
– É isso aí! – as duas fizeram um high-five.
– Vocês querem parar? – Vivi pediu olhando de uma para a outra.
– Ok, agora é sério. Vocês falaram com a tia Inês recentemente?
– Já sim Anna, nós estávamos falando disso antes de você chegar. – Mallu respondeu.
– Gente, a Tamara ta cada vez pior. Ela se fechou, se isolou.
– Sabemos disso. – a loira cruzou os braços. – A gente tem que fazer alguma coisa.
– Foi por isso que eu chamei vocês aqui. – a baixinha abriu um sorriso debochado.
– O que você ta aprontando criatura?
– Nada demais Vivi só uma ideia que eu tive.
– Lá vem bomba! – Mallu comentou rindo. – Fala louca.
– Nós vamos viajar.

As duas amigas olharam para ela e depois se entreolharam sem entender.
– Seja mais clara. – Vivi pediu.
– Também não entendi.
– Vocês lembram quando a gente era mais nova e falávamos o que tínhamos vontade de fazer?
– Cara isso foi no colegial, anos luz atrás.
– Não faz tanto tempo assim Mallu, credo. Ta chamando a gente de velha, eu hein!
– Não chamei você de velha, só falei a verdade.
– Meninas nós estamos perdendo o foco. Anna, eu ainda não entendi sua ideia.
– Vocês lembram que tipo de viagem a Tammy falava que queria fazer? – Anna olhava para as amigas, a mente fervilhando com a ideia que teve mais cedo.
– Isso é fácil. – Mallu respondeu. – Ela sonhava em fazer um cruzeiro pelo Caribe.
– Isso mesmo.

As duas riram, mas viram que Anna Laura continuava séria e pararam de rir.
– Você não ta falando sério? – Viviana comentou.
– E porque não?
– Anna Laura você é louca! Como assim a gente vai para um cruzeiro no Caribe? Não tem nexo isso.
– Claro que tem. A Tammy sempre quis fazer isso, podemos fazer isso por ela.
– Louca, nós temos vidas aqui, empregos. Não da para largar tudo. – Mallu disse, mas no fundo já gostando da ideia.
– Quinze dias meninas, só isso. Quinze dias. Uma última chance pra trazer nossa amiga de volta a vida.
– Sem chance. – Viviana comentou. – Isso deve ser muito caro.
– Nem tanto, os pacotes são baratos Vivi. Uma extravagância de vez em quando não faz mal a ninguém.
– Anna Laura não da, eu tenho minha vida aqui, meu emprego.
– Todas nós temos, eu também não posso largar o SPA de uma hora para outra, mas vou falar com o meu chefe e pedir uns vinte dias adiantados das minhas férias.

Amor e Paixão no CaribeOnde histórias criam vida. Descubra agora