Capítulo XIX

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A cidade de São Paulo e seus arranha-céus foram ficando cada vez mais visíveis. Mesmo de madrugada, a cidade não parava, o movimento era constante.

As garotas saíram do avião e foram pegar a bagagem.
– Vamos chamar um uber. – Anna comentou sentando na mala.
– Mas não da pra ir todo mundo no mesmo carro.
– Mallu tem razão, faz assim... – Viviana sugeriu. – Como eu e a Lívia vamos para o mesmo lugar, pegamos um, e vocês três moram relativamente perto uma da outra, pedem outro pra vocês.
– Boa. – Mallu aprovou a ideia já abrindo o aplicativo para pedir o carro. Vivi também pediu um.
– Eu to cansada. – Lívia reclamou esfregando os olhos.
– Todas nós estamos maninha, não vai demorar para chegar em casa, agora a noite não tem trânsito.
– Gente parece que a viagem jaz faz tempo que aconteceu. – Mallu comentou. – Sei lá.
– Também sinto isso. – Lívia riu. – Nem parece que desembarcamos hoje de manhã.
– E o casamento da Nat? – Anna perguntou. – Alguém vai?
– Eu vou. – Tammy respondeu saindo do silêncio.
– Também quero ir. – Mallu riu sentando na calçada, suas pernas doíam terrivelmente.
– Eu também vou, minha faculdade vai ta na primeira semana e quero correr do trote. – Lívia fez uma cara dramática e todas riram. – E você maninha?
– Eu já vou estar trabalhando, mas quero dar um jeito de ir. E você Anna?
– Acho que não vou, não tenho motivos.
– A Natasha convidou todas nós Anna, isso já é um motivo.
– Nós nem conhecemos eles direito Maria Luísa, eu não vou.

As meninas ficaram quietas para não haver desentendimentos, Anna Laura ainda estava chateada por causa de Jeremy, seria melhor não contrariar.

Alguns minutos depois, os ubers chegaram e depois de uma breve despedida, elas foram embora. Anna Laura foi a primeira a chegar em casa.
– Anna ta chateada ainda por causa do Jeremy, não gosto de vê-la assim.

Tamara continuou em silêncio, olhando as luzes da cidade pela janela.
– Hei Tammy não fica assim.
– Não consigo acreditar que vai dar certo Mallu.
– Amiga não fica pensando nisso, só deixa o tempo passar e da um voto de confiança ao Steve, tudo vai se resolver.

O motorista parou o carro em frente à casa de Mallu.
– Tudo bem você ir sozinha pra sua casa?
– Tudo bem sim, eu me viro.
– Qualquer coisa me liga e já sabe, eu estou esperando você aqui, nem pense em desistir.
– Tudo bem. – a garota sorriu de leve com o jeito mandão da amiga. – Amanhã mesmo eu converso com eles e já vou arrumar minhas coisas.
– Ok. – as duas se despediram com um beijo e um abraço, e Mallu desceu.

Tammy se sentia nervosa e ansiosa enquanto ia para casa, sabia que teria uma batalha difícil pela frente, amava muito seus pais, mas eles eram seus maiores obstáculos para sua liberdade. Mas precisava ser forte, não poderia abaixar a cabeça e desistir do que queria como sempre fez.

Alguns minutos depois o carro parou em frente a uma casa pequena com um pequeno jardim na frente.
– É aqui moça? – o motorista estranhou a demora dela em descer.
– É aqui sim, obrigada.

Ela desceu e o homem tirou sua mala do porta-malas.
– Eu espero você entrar. – o motorista ofereceu e ela assentiu de leve agradecendo, a rua estava vazia àquela hora e poderia ser perigoso.

Abriu o cadeado do portão e entrou devagar trazendo a mala. Em seguida foi para a porta e colocou a chave na fechadura, seu coração acelerou e sua vontade foi sair correndo, pegar o avião de volta para os Estados Unidos e ir ao encontro de Steve, mas não podia fazer isso, ainda não.

Acenou para o homem agradecendo e fechou a porta. A casa estava às escuras e ela sentou no sofá acendendo o abajur.
– Tammy? – a voz da mãe soou e ela ouviu passos na escada, forçou-se a colocar um sorriso no rosto.
– Oi mãe.
– Ai meu amor que saudades! – Inês abraçou a filha bem apertado, estava morrendo de saudades dela. – Como foi a viagem?
– Foi ótima mãe, eu me diverti muito.
– Eu imagino o tipo de diversão. – o pai dela comentou descendo a escada.
– Cesar, por favor, ela acabou de chegar, deve estar cansada.
– Eu também estou cansado, e amanhã levanto cedo! E olha a hora que essa garota chega em casa, de madrugada!
– Cesar, por favor, os vizinhos! – Inês pedia.
– O vôo foi marcado essa hora pai pela própria agência de viagens, eu não podia fazer nada. – Tamara tentava manter a calma.
– Você foi nessa viagem contra a minha vontade, eu lhe disse para não ir e você foi.
– Eu não pedi nada a você. – ela rebateu vendo o pai arregalar os olhos, pensava em Steve para lhe dar forças e não desistir. – Eu fui sim e não me arrependo.
– Você ainda mora debaixo do meu teto Tamara!
– Por pouco tempo, não se preocupe, eu vou sair de casa e parar de lhe dar dor de cabeça.

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