Você gosta... do Kim?

549 97 228
                                    

                "Onde quer que a multidão vá, corra na outra direção. Eles estão sempre errados. Por séculos estiveram errados e sempre estarão errados." ~Charles Bukowski.

    ━━━━━━━━ ⸙ ━━━━━━━━

 
  Forço um sorriso quando Yeri conta mais uma das histórias de sua família, enquanto corto a batata em meu prato em dezenas de pedacinhos. Meus pais estão rindo tanto que tenho certeza de que é uma história engraçada, mas não consigo fingir tão bem assim quando minha mente simplesmente não está aqui. Olho para o relógio na cozinha pela quinta vez em um minuto, mas é como se os ponteiros estivessem congelados.

  Enquanto eles conversam, tento não parecer totalmente entediado.

  — Você está bem? — ela pergunta assim que meu pai e minha mãe retiram-se para pegar um albúm de fotos de quando eu era criança. Sua mão pousa delicadamente sobre o meu joelho, fazendo com que eu pare o incessante movimento de balançar de pernas.

  — Ótimo. — sorrio, pegando mais um pedaço de batata gratinada. — Isso aqui está uma delícia. Hummm...

  — É que você parece meio... impaciente. — Yeri engole em seco, olhando bem para mim. Viro o rosto, porque tenho a impressão de que ela descobrirá só de olhar no fundo dos meus olhos.

  — É impressão sua. — meus pais voltam, animados, e Yeri se afasta de mim, o rosto inexpressivo.

  — Eu espero que seja. — ela murmura, antes de se virar e prosseguir a conversa com os Jeon, como se nada tivesse acontecido.

  Já se passaram trinta minutos. Será que Taehyung já está na janela de meu quarto ou ainda está no banho? Será que ele havia desistido de esperar tanto tempo? Será que se lembrava do que eu havia lhe proposto mais cedo?

  — E eu estou muito feliz pelo Jeongguk. — ouço Yeri comentar, uma das mãos generosamente sobre a minha, e eu levanto o olhar, encarando-os. Todos esperam que eu diga alguma coisa.

  — Desculpa, o quê? — pergunto, e minha mãe ri, dando um tapinha em meu braço.

  — Ai, esse Jeongguk. Anda tão distraído esse menino. Aposto que tem um motivo, não é, filho? — ela me lança um olhar incisivo, embora esteja com um grande sorriso emoldurando-lhe os lábios.

  Acho que está tentando me dizer algo, mas não entendo, então apenas respondo: — Não.

  Todos ficam em silêncio, o que provavelmente significa que dei a resposta errada e terei uma longa conversa com a senhora Jeon mais tarde. Tudo bem, não posso me culpar; estou tão preocupado com onde diabos Taehyung pode estar que não estou prestando a mínima atenção na conversa deles.

  Todos voltam a comer enquanto encaram seus pratos, quando vislumbro a porta branca de meu quarto, no final do corredor, se abrir. A cabeça de Taehyung aparece, e nossos olhos se encontram por um milésimo de segundo, fazendo os meus se arregalarem. Por causa do susto, a batata desce de forma errada pela minha garganta, e começo a tossir e me engasgar.

  Yeri oferece-me um copo de água e minha mãe começa a praticamente espancar as minhas costas, enquanto meu pai fica repetindo para eu respirar fundo e tentar não morrer.

  Obrigado, pai, por me pedir isso. Agora não estou nem um pouco mais desesperado.

  No meio da confusão, Taehyung voltou para dentro do meu quarto, e acho que ninguém o viu, o que é um alívio.

  — Jeongguk, você tem que engolir com mais cuidado. — Yeri comenta. Devo admitir, é uma dica muito útil, ainda mais quando se trata de...

NEIGHBOURS | taekook (revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora