Até que enfim eu pararia de seguir o Agreste como um cachorrinho perdido. Finalmente tinhamos chegado no último estágio, a sala de aula de aula. Do lado de fora, pela enorme janela, eu já conseguia ver que alguns alunos esticavam seus pescoços na tentativa de ver quem estava aqui fora.
— Bom, primeiros as damas — Adrien deu espaço para que eu passasse. Revirei os olhos para o seu gesto cavaleiresco.
— Eu sei o quê tá rolando aqui Agreste e saiba, ganhou mais um ponto de ódio na minha lista por isso — falei enquanto abria a porta, mas não me dei o trabalho de entrar.
Apenas observei a cena de uma geleca verde cair e logo em seguida, um balde de farinha. Gargalhei, eu já tinha visto trotes bem melhores que esse, se é que isso pode ser chamado de trote. Dei um pulinho por cima da meleca pra evitar sujar meus tênis e me coloquei para dentro da sala, sendo acompanhada dos olhos talvez surpresos por eu não ter caído na pegadinha.
— Boa tarde turma — brinquei.
— Como você sabia do trote ? — uma menina, digo uma barbie humana, falou ficando de pé.
— Isso não é trote, vocês são o quê? Crianças do fundamental ? — eu não estava querendo bancar a chata da maturidade, por isso complementei — Já fiz melhores que esse.
Pisquei para a menina loira e fui para o meu lugar, que segundo a papelada que a recepcionista havia me entregado era a cadeira 14. Jesus, até isso era controlado por aqui ?
Assim que me sentei vi o Agreste vir na minha direção balançando a cabeça negativamente, franzi as sobrancelhas intrigada, mas logo entendi quando ele se sentou ao meu lado.
— Tá de brincadeira — tentei afastar um pouquinho minha cadeira da dele.
— Qual é Marinette ? Vai bancar a criança agora ? — ele sorriu, observando eu me afastar.
Parei imediatamente e olhei para ele, juro que se não estivesse em uma sala de aula no meio de um monte de gente que eu não conheço, eu voaria no pescoço desse garoto metido. Juro! Mas em vez dessa atitude totalmente selvagem, eu apenas o ignorei.
— Vai me ignorar também agora ? Pensei que soubesse resolver as coisas como uma adulta — disse irônico, talvez sobre a minha fala sobre o trote.
Respirei profundamente buscando o meu auto-controle, mas dessa vez ele não veio e eu apenas me levantei de supetão, sem me importar que isso chamaria a atenção de todas as pessoas a minha volta.
— Vai se foder Agreste! — gritei e joguei nele a primeira coisa que encontrei na minha frente, que no caso, era o caderno do próprio — Idiota!
— Mas o quê é isso aqui ?! — a voz grave me fez parar de jogar coisas no loiro.
Olhei para onde ela vinha e me surpreendi ao ver um homem bem mais velho do que os demais alunos. Meu Deus aquele era o professor!
Olhei para o Adrien que tinha um sorriso vitorioso no rosto. Arregalei os olhos finalmente estendendo do que se tratava, o showzinho tinha sido proposital apenas para me ferrar.
— Aquela menina começou a agredir o Adrienzinho do nada professor — a garota que eu falei parecer uma Barbie falou antes que eu pudesse me pronunciar para me defender.
Já o-d-e-i-o essa loira de farmácia!
— Por favor garota venha aqui na frente — o professor fez um sinal com a mão para que eu fosse até ele.
Sai caminhando lentamente, eu me sentia totalmente constrangida, ninguém da sala parecia querer desgrudar os olhos de mim, era como se eu fosse uma espécie esquisita de extra-terrestre. O quê é ? Ninguém nunca bateu de frente com o cabeça de milho ?
De repente as palavras ditas por Alya brilharam na minha mente me fazendo eu me amaldiçoar mentalmente. Tinha acabado de bater no deus deles.
— Poderia me explicar o quê acabei de ver ? — o professor indagou assim que parei na frente da mesa dele. Respirei profundamente.
— Acho que… Bom.... Eu… — que droga Marinette. Diz alguma coisa.
— Adrien estava tirando sarro da Marinette — olhei para atrás proucurando quem tinha dito isso e me deparei com Alya, a menina que eu havia conhecido na recepção.
Ela piscou pra mim. Aí meu Deus, já havia conseguido fazer uma amizade por aqui.
— Tem certeza disso senhorita Cesárie ? — o professor questinou a olhando por cima da armação dos óculos.
É serio isso ? Adrien nunca fez nada de errado por aqui ?
— Eu também vi — outra pessoa se levantou na minha defesa.
Acho que é ré absorvida pra mim agora. Mas quem diabos era aquele garoto ?
— Sendo assim, Adrien detenção e você garota, se apresente e também vá para a detenção — pisquei confusa. Por que diabos eu iria para a detenção ?
— Como assim pra detenção também ? Adrien é o errado aqui!
— Essa não é a roupa adequada para vim assistir aula.
— Mas eu sou novata! — tentei justificar.
— E não se deu ao trabalho de ler as regras ? — suspirei. Por que parecia que todos estavam contra mim aqui ?
— Sendo assim, oi pessoas! Sou Marinette Dupain Cheng e acho que quase todo mundo me conhece aqui — e sai da sala.
Acompanhei Adrien que ia bem mais a frente, apesar de saber aonde ficava metade das coisas aqui na escola, eu já tinha me esquecido aonde ficava a reitoria. Por isso voltei a discretamente seguir o Agreste.
— Conseguiu o quê queria não é mesmo baixinha ? — ele tinha persebido que eu estava o seguindo ?
— Seu reinado só está começando a ruir.
Ele parou e veio na minha direção e ficou um pouco próximo de mais pra mim, olhando nos meus olhos, o Agreste deu mais um passo e eu recuei.
— Vamos ver quem vai cair primeiro.
— Isso é uma aposta ? — arqueei uma sobrancelha — Porque se for, saiba que eu já ganhei.
— Muito presunçosa, não é Chengzinha — de novo ele se aproximou um passo de mim, mas dessa vez eu não recuei.
Coloquei uma mão sobre o seu peito e me inclinei na ponta dos pés, Adrien me assistia sem esboçar nenhum tipo de emoção, nem sua expressão dizia nada.
— Ainda sei suas fraquezas e… — aproximei a boca do seu ouvido — Ainda te tenho nas mãos.
Adrien me surpreendeu quando me puxou bruscamente pela nuca, deixando meu rosto perigosamente muito perto do seu. Respirei ofegante.
— Quem tem quem nas mãos agora Cheng ?
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Internato Miraculous
FanficUm internato só pelo seu nome já passa uma impressão de lugar extremamente rigoroso, o quê fazia Marinette repudiar a ideia dos seus pais em coloca-la em um. Mas o quê ela não esperava é que François-Dupont tinha lá suas peculiaridades...