Festa

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—  Hoje você vai fazer aquele loiro de farmácia se arrepender — Chloe falou enquanto ia depositando uma quantidade de base no meu rosto.

— Não é como se eu já não tivesse tentado —  murmurei.

—  Não é do que ele fez Marinette, é de ter te deixado escapar de novo —  Alya completou o raciocínio de Chloe. A loira apenas assentiu concordando.

Me calei, voltando a pensar em como Adrien tinha me evitado a semana inteira. Não é como se eu estivesse tentando me aproximar dele, mas nem olhar nos meus olhos ele olhava. Para o Agreste era como se eu tivesse sido apagada mais uma vez da sua vida, na verdade, era como se ele me excluisse de novo.  Respirei fundo, pensar nisso me machucava de uma forma que eu não conseguia medir, eu sentia meu coração se afundando em um poço de tristeza infinita. Engoli a seco o nó que se formou na minha garganta e voltei a prestar atenção no que as meninas falavam, pensar no loiro só ia me fazer chorar e com certeza não era isso que eu queria pra hoje.

—  A minha primeira vez foi horrível, estava mais seca que casca de laranja no sol —  ouvi Chloe dizer e senti como se fosse explodir de tanto que meu rosto esquentou.

— A minha foi uma maravilha, nem sabia que podia não doer, sabe? —  Alya gesticulou com um olhar maldoso, um olhar que a Bourgeois parecia conhecer bem.

— Como assim ? — perguntei por fim, depois de tentar entender sozinha no que elas estavam querendo chegar.

—  Ué Mari, nunca ouviu que a primeira vez dói feito o inferno, ou que você sangra como se tivesse sido esfaqueada lá embaixo? —  concordei com a cabeça, mas a verdade é que eu nunca tinha sentido curiosidade de pesquisar sobre.

Eu já tinha feito algumas coisas, porém nunca, de forma alguma tinha chegado nos finalmente. Era como se meu corpo travasse toda vez que tentava passar da linha vermelha.

—  Pera... —  Alya deu uma pausa dramática, como se pensasse —  Você ainda é virgem Mari?

—  É que eu nunca achei alguém que me fizesse sentir... Bom, o fogo todo —  mexi as mãos nervosas,  estava envergonhada de falar da minha intimidade tão abertamente.

—  Tesão Marinette, pode falar —  Chloe falou assim que concluiu a maquiagem com um gloss na minha boca —  Ninguém nunca te fez se sentir excitada ? Sabe, piscando?

Me calei, porque eu tinha sentido essa sensação, mas não admitiria pra ninguém além de mim que as mãos, a boca de Adrien Agreste já tinham feito minha calcinha molhar de forma que achei impossível. Eu podia sentir, mesmo que a maquiagem escondesse, que meu rosto estava mais vermelho que uma maçã bem madura.

— Não — pronunciei por fim, me levantando e admirando o quanto Chloe tinha talento quando se tratava de beleza.

—  Cada um no seu tempo, uma hora você encontra um homem ou uma mulher e vai ficar louquinha pra dá — as palavras da loira me fizeram querer me enterrar —  Agora vamos garotas, eu sou anfitriã da festa e nem cheguei lá ainda.

Chloe deu uma última conferida no cabelo e segurou Alya e eu pelas mãos e nos arrastou para fora do quarto. Estava de noite, bem tarde da noite na verdade, quase uma hora da manhã, mas parecia que nenhum fiscal estava acordado para perceber que a maioria do terceiro ano saia pelos corredores como se fossem pra boate mais famosa da França. Eu mesma brilhava como uma estrela, meu vestido de paetê prateado refletia com o mínimo de luz que o alcançasse, o tecido colocado na minha pele me transformava em uma parte de brilho infinito, como um globo de pedraria no topo da balada. Alya disse que eu  estava gostosa e mesmo que eu odiasse chamar muita atenção, tinha que concordar com ela.

—  Adrien vai ? —  perguntei quando chegamos no local combinado.

—  Se já não tiver aí dentro, mas não vamos deixa aquele idiota chegar perto de você —  ela trocou olhares com Alya antes de abrir a porta do galpão onde ocorreria a festa.

A festa mais esperada da semana ocorreria em um galpão abandonado longe da escola. Era pra ser uma quadra, mas o diretor acabou desistindo da construção e deixou apenas um grande espaço abandonado longe da instituição. Era enorme e dava para todos se sentirem a vontade, ao que me parece, Chloe resolveu chamar os três blocos do terceiro ano para a sua Party. Tinha pessoa que eu nunca tinha visto na minha na vida, porém a loira parecia conhecer todos, pois sempre os cumprimentava com beijinhos em cada lado do resto.

— Mari, vou ver se encontro o Nino — Alya se afastou me deixando a sós com Chloe.

—  Tenho um negócio pra animar isso aqui —  um garoto se meteu entre mim e a loira e nos mostrou um saquinho com um pó branco.

Vi a loira sorrir e enfiar o dedo no pó e o levar a boca. O garoto virou o saquinho pra mim e eu fiz o mesmo, sentindo um gosto amargo dominar meu paladar. Coloquei a língua pra fora como se aquele sabor fosse embora da minha boca.

—  O quê é isso ?

—  Um pouquinho de diversão.

Deixei os dois e fui em busca das bebidas, precisava tirar o gosto ruim da minha boca. Parei no meio do caminho quando vi Adrien, em pé sobre um balcão, sem camisa enquanto uma garota deslizava a língua por todo o dorso do seu corpo. Paralisei, ao mesmo tempo que aquela cena fazia meu sangue ferver de raiva, também  fazia outra coisa esquentar dentro de mim e eu não sabia explicar o que era. Sentia minha boca seca e minha pele quente. Precisava urgentemente beber alguma coisa, por isso evitei o Agreste e caminhei até o balcão e virei o primeiro copo cheio que encontrei na minha frente. Foi como se algo borbulhasse em mim.

—  Olha se não é a novata —  alguém tocou meu ombro, me virando.

—  Oi — olhei para o borrão e tentei reconhecer.

Que merda tava acontecendo ? Eu só tinha bebido um copo.

—  Você quer um body shot? —  concordei com a cabeça porque tudo o que eu precisava agora era beber um pouquinho.

—  Que merda você tá fazendo ?—  foi a primeira vez que Adrien me dirigiu a palavra depois da nossa conversa.

— Deixou de ser da sua conta faz tempo — me afastei dele e segurei na mão do garoto que tinha me oferecido bebida.

O garoto me surpreendeu quando me pegou pela cintura e me sentou no balcão molhado de bebida. Arregalei os olhos quando ele começou a jogar um pouquinho de vodka no meu pescoço e aproximou a boca do local, chupando com força.

— O quê é isso ? —  murmurei, porque aquilo tinha transformado tudo que eu estava sentindo em uma sensação mais forte.

—  Ué, é o Body Shot —  sussurrou no meu ouvido enquanto derramava mais um pouquinho de vodka entre minhas pernas.

Vi ele abaixar a cabeça e lamber minhas pernas, agora eu conseguia enxergar direito, vendo claramente  quem estava entre minhas pernas deslizando a língua por minha pele.

— Luka, prazer.

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