- Garoto ? - cruzei os braços e me assustei. O fato deles estarem tocando a pele da minha barriga não era normal.
- O QUÊ ?! - gritei tentando me cobrir. Eu estava praticamente pelada!
Não acredito que fiquei babando o Agreste ao ponto de esquecer que estava apenas de roupas íntimas.
- Tá faltando roupa aqui - ele falou jogando uma camisa sobre mim.
- Cala a boca Adrien - falei enquanto vestia sua camisa - Por que não me avisou ?
- Eu avisar que VOCÊ está pelada ? Não sabia que te distraia a esse ponto - o ênfase que ele fez questão de dar no "você" fez eu me se sentir uma grande idiota.
- Deixa pra lá Agreste - recolhi minha roupa do chão, ainda muito envergonhada para encarar o loiro.
- Meu Deus, você tá corada Cheng ? - o loiro se aproximou de mim, o quê fez minhas bochechas esquentarem ainda mais - Não me diga que está com vergonha ?
- Adrien quer sair daqui ?! - gritei batendo o pé no chão. Mais um segundo a sós com ele e eu explodira.
- Olha, se a camisa não tá fazendo você se sentir confortável, pode pegar meu short também - e mais uma peça de roupa me atingiu, me desarmado totalmente.
Não esperava aquele tipo de atitude vindo do loiro. Eu estava estática, quase não conguia vestir o short.
- Melhor agora ?
- Por que você tá fazendo isso ? - arqueei uma sobrancelha, ainda intrigada com o quê ele tinha acabado de fazer.
- Eu ainda tenho modos Cheng e quando você estiver sem roupas na minha frente, vai ser porque você as tirou pra mim - ele disse totalmente convicto que aquilo aconteceria. Gargalhei.
- Isso nunca, never, vai acontecer - o empurrei pela ponta do nariz e caminhei para a saida do vestuário.
Mas ele me puxou abruptamente pela cintura deixando nossos corpos praticamente colados.
- Só repete isso de novo, só pra eu te relembrar - sua voz rouca sussurrada fez minha mente dar voltas.
Ousei olhar nos seus, um pequeno erro. Minha respiração perdeu totalmente o sentindo, o ar já se encontrava quase que irrespirável. Suspirei, tentando conter as sensações estranhas que meu corpo estava me fazendo sentir. Mas a droga do frio na barriga insistia em descer da minha garganta para o meu estômago. Outro suspiro.
- Adrien... - desviei o olhar para sua boca, sentindo as sensações dez vezes mais fortes - I-isso nunca vai acontecer.
Coloquei a mão espalmada sobre o seu peito e o afastei levemente. Ele me obedeceu, apesar de estar querendo que ele fizesse totalmente ao contrário, mas é claro que eu nunca admitiria isso, ainda mais para Adrien.
- Eu vou lembrar disso - ele sorriu ladino, deixando uma de suas covinhas destacadas. Inferno de garoto.
- Eu não vou esquecer
- Sei que não, mas vamos ver até aonde seu orgulho aguenta, porque você pode até negar, mas suas ações estão te entregando Cheng. - o loiro lançou uma piscadela pra mim antes de sair, me deixando totalmente desnorteada.
- Eu te odeio - joguei o macacão pesado contra a porta do vestuário.
Adrien estava me deixando totalmente frustrada, esse pega e solta estava me levando a beira da loucura. Odiava o fato dele me conhecer tão bem, saber praticamente todos os meus pontos fracos e eu não saber usar isso contra ele.
Eu preciso acabar com isso...
Sai rapidamente do vestuário e corri até o loiro que não estava muito longe. Eu sabia que talvez isso poderia piorar minha situação, mas resolvi arriscar.
- Adrien! - gritei para que ele parasse.
- Mas o quê você...
- Cala a boca - me inclinei sobre as ponta dos meus pés e o beijei.
Primeiramente ele se assustou, mas logo em seguida suas mãos se encontravam enroladas na minha cintura, me puxando para mais perto de si. Sentir sua boca na minha foi como cair em um precipício de nostalgia, seu beijo ainda era o mesmo, ainda se encaixava tão perfeitamente no meu. Era como a primeira vez, o mundo de baixo dos meus pés pareceu sumir.
Levei uma das minhas mãos para sua nuca e fiz um leve carinho, eu sabia que ele amava isso, a confirmação veio da leve mordida que eu recebi no meu lábio inferior quando ele se afastou de mim.
- Que porra Marinette - Adrien estava ofegante, com sua testa colada na minha.
- Preciso ir - sussurrei e sai correndo, correndo para longe do meu inferno particular.
Aonde eu estava com a cabeça? Por que diabos beijei o Agreste ? A ideia não era se manter longe ?
Levei os dedos aos lábios, ainda formigantes por causa do beijo. Aquilo só tinha alimentado tudo o que eu já vinha sentindo, meus gatilhos do passado tinham vindo a tona.
- Por que tão impulsiva? - questionei me encostando na parede do corredor da cantina.
Olhei para os lados, estava vazio. Resolvi sair, lembrando do quê tinha acontecido quando fiquei sozinha. Um calafrio subiu por minha espinha só de pensar no ocorrido.
- Então você não me quis porque estava de olho nele ? - Nathaniel apareceu, me parando. Que droga.
- Olha, me deixa passar por favor - pedi, tentando ser educada. Eu não queria que aquilo se repetisse.
- Que deixa passar nada! Todas vocês, são todas iguais, correndo atrás daquele moleque idiota - ele agarrou meu braço, impedindo que eu corresse.
- Nathaniel me solta, você tá me machucando - eu não queria chorar, mas as lágrimas já desciam sem permissão.
- Cala a boca! - sua mão se apertou ainda mais contra meu braço - Você deu pra ele ? Claro que sim, está com as roupas dele.
- Nath...
- Eu disse pra calar a boca - um tapa estalou no meu rosto - Viu ? Se tivesse ficado calada isso não teria acontecido.
O olhei, em choque pelo o quê tinha acabado de acontecer.
- Mas que caralhos você pensa que tá fazendo garoto ? - a voz aguda ecoou por todo o corredor vazio.
- Quer sair daqui sua vadiazinha mimada ? - o ruivo me soltou e no mesmo instante eu quis correr, mas não podia deixar Chloe sozinha com aquele ser podre.
- Você disse o quê ?! - ela gritou no mesmo momento que partiu pra cima do ruivo - Vou te mostrar o que uma vadiazinha mimada é capaz de fazer...
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Internato Miraculous
FanfictionUm internato só pelo seu nome já passa uma impressão de lugar extremamente rigoroso, o quê fazia Marinette repudiar a ideia dos seus pais em coloca-la em um. Mas o quê ela não esperava é que François-Dupont tinha lá suas peculiaridades...