Adrien Agreste
Eu assistia Marinette se remexer inquieta enquanto Luka brincava de tomar bebidinha. Meus punhos se mantinham cerrados, tentando controlar a vontade de arrancar aquele maldito de cima dela, mas eu já não tinha esse direito a tempos, não era da minha conta o que a Mari fazia ou muito menos com quem fazia e eu já devia ter aprendido isso. Virei para o lado respirando fundo, apenas para dominar a raiva que ameaçava me controlar e me fazer agir por impulso, porque agora vendo-a com outro, eu só sentia vontade de puxa-la para um canto e contar toda a verdade, mostrar que não tive escolha, mas sabia que as coisas não eram tão fáceis assim. Nunca foram...
— Vai ser assim agora? Vai deixar ela com outro ? — Nino se aproximou, zombando da minha irritação.
— Não sou o dono dela — respondi entre dentes.
Estava pronto pra sair e voltar para o meu dormitório, quando uma batida que eu conhecia bem me fez olhar diretamente para Marinette. Mesmo que ainda se divertisse com Luka, ela também fixou os olhos em mim. Me vi inspirando o ar profundamente quando vi seus lábios se movimentando de acordo com a música, pronunciando cada palavra enquanto mantinha o olhar cravado no meu. Ignorar a Dupain-Cheng tinha sido difícil, mas eu tinha conseguido exercer essa atividade com êxito durante uma semana, porém nesse exato momento, nem com todas as minhas forças eu conseguiria cortar esse contato visual e ir embora. Nenhum de nós precisava dizer nada, apenas sentir.
— Você ainda vai foder comigo garota —passei a mão entre os cabelos, como se recobrasse a consciência.
Eu. Precisava. Ir
Dei as costas e segui para a saída, alguém precisava curtir essa noite e já estava na cara que essa pessoa não seria eu. Me espremi no meio de adolescentes bêbados, evitando ao máximo esbarrar em algum até que senti alguém puxando meu braço, não precisava olhar pra trás, a onda de arrepios que se espalhou por minha pele indicava quem era a dona daquele toque.
— Você ainda lembra — foi a primeira coisa que disse. Fingi uma expressão desentendida — Não se faz de idiota Adrien.
— Marinette volta pra festa, Chloe tá quase me matando com aquele olhar dela — indiquei com um aceno de cabeça, fugindo totalmente do assunto que ela estava falando.
— Só responde ou isso também te dá repulsa? — franzi as sobrancelhas com sua frase.
— Repulsa ? De onde tirou isso Marinette?
— De onde mais Adrien? Você não olha na minha cara, você não fala comigo, VOCÊ FINGE QUE EU NÃO EXISTO — ela gritou a última parte chamando a atenção de algumas pessoas — Vamos sair daqui.
Marinette não me deu a opção de responder, apenas me puxou para fora do galpão, me guiando para um dos corredores da escola. Eu não devia ter aceitado ficar a sós com ela. Relembrei o que ela tinha falado e voltei minha atenção pra Mari.
— É isso que você acha? Que eu me afastei porque odeio você? — indaguei. Um nó se formando na minha garganta.
— Eu tenho certeza, só não quero acreditar — sua entoação triste fez meu coração se apertar. Até onde eu estava disposto a ir com isso ?
— Mari... — segurei seu rosto para que olhasse pra mim.
Vi suas bochechas sendo coloridas de vermelho quando meus dedos a tocaram. Puxei o ar com força. Seus olhos nos meus, as pupilas dilatadas revelavam que ela queria isso tanto quanto eu, mas eu não podia. Precisava me conter.
Precisava me parar.
Me afastar
Marinette era uma droga
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Internato Miraculous
FanfictionUm internato só pelo seu nome já passa uma impressão de lugar extremamente rigoroso, o quê fazia Marinette repudiar a ideia dos seus pais em coloca-la em um. Mas o quê ela não esperava é que François-Dupont tinha lá suas peculiaridades...