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Bem vindos! (para alguns de novo) Caleidoscópio antes se chamava two pieces, one love. Era uma estória que já estava no capítulo 14 mas eu não estava tão feliz com o caminho que ela tava tomando e estava atrasando bastante as atualizações por N motivos. Então isso aqui é um remake de uma história não finalizada, então aproveitem e se divirtam!

Aos que já leram, eu espero que vocês gostem mais uma vez dessa estória e que curtam as mudanças






Camila Point Of view



12 de março de 2024, Dublin, Irlanda.


Era manhã, bem, bem cedo quando Karla bateu em minha porta. E quando eu confirmei ainda meio sonolenta que toparia aquela loucura, dando ênfase ao fato de que era somente por uma necessidade, minha irmã sorriu pela a primeira vez e então deu início as nossas aulas de transição de personalidade. Ela tagarelava algo sobre a sua vida sentada na ponta da cama enquanto gesticulava em minha direção. Eu, ainda com sono, estava sentada na poltrona velha que tinha no quarto de forma desleixada e com uma caixa de donuts no colo, Karla ao lembrar da minha paixão por essas coisinhas fez a grande caridade de trazê-las.



— Uhum... - Concordei com algo, mas eu estava mais interessada no donuts colorido que estava prestes a morder se Karla não tivesse puxado ele de minhas mãos e o guardado na caixa e a colocando na cama longe de mim. — Ei!



— Camila, é sério. Para isso funcionar você tem que colaborar e eu tenho certeza que você não escutou nada do que eu falei.




— Eu estou colaborando, mas antes  preciso comer ou então não funciono.  Você sabe. – Respondi o óbvio e dei de ombros.



Karla cobriu o rosto com as mãos respirando fundo, eu quase ri. Eu amava tirar ela do sério.




— Sim, eu sei. Sei também que você é a porra de uma criança e que nunca vai mudar. ‐ Falou firme enquanto me encarava. Olhei surpresa com uma cara divertida, não me deixando abalar com suas palavras.




— Uau, você ainda sabe xingar. - Fiz a minha melhor cara de assustada. — Eu achei que os anos em Miami e a convivência em meio aos engomadinhos havia tirado a essência de Boston de você. ‐ Citar a nossa cidade natal pareceu irritar a mais velha ainda mais.


Karla ficou de pé, me lançou aquele olhar que só um irmão segurando uma faca enquanto te ameaça pela a casa seria capaz de lançar ao outro. Até achei que ela iria avançar em minha direção como nos velhos tempos quando eu a irritava apenas por diversão. Mas ela apenas virou de costas, respirou tão fundo que fui capaz de ouvir e em seguida virou com a mão estendida em minha direção.




– O fone. Agora. – Ela disse séria ainda com a mão estendida.



Bufei e levei a minha mão até a minha orelha direita que estava estrategicamente coberta por uma boa parte do meu cabelo cobrindo um fone de ouvido.



— Camila, sem gracinhas agora. ‐ O tom de voz estava baixo, não estava mais irritada. Ou ela disfarçava muito bem. — Só...Só por favor, presta atenção agora. – Ela pediu e eu assenti. Karla parecia cansada e eu resolvi prestar atenção.






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