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Perdoe-me o horário, lindos! Tive alguns contratempos envolvendo hospital e demorei para corrigir o capítulo. Mas cá estamos com mais uma atualização. Aproveitem <3





Camila point of view

16 de março de 2024, Miami, EUA.



Equilibrei o misto quente em cima da xícara grande de café preto que fumaçava e a mão livre coloquei no bolso da bermuda jeans que eu vestia. Esbarrei no celular que não me pertencia e capturei os fones e em seguida encaixei eles respectivamente em meus ouvidos.


Empurrei a porta grande de madeira com o ombro enquanto pegava o celular e pela a terceira vez desde o momento que acordei, liguei para o número que Karla deixou registrado no aparelho, número esse que era somente para emergências. Acontece que eu estava em pânico e depois da discussão de ontem com a esposa da minha irmã e ter noção de que Lauren sabia que eu estava claramente mentindo sobre absolutamente tudo desde que cheguei, me deixava completamente apavorada. E o fato de que não consegui dormir mais que três horas porque estava completamente perturbada com sua respiração em meu pescoço e seu corpo tão próximo ao meu.


E isso tudo estava me deixando com os nervos à flor da pele. E nessa manhã de sábado eu acordei um caco. E Lauren acordou radiante como se nada tivesse acontecido.



- Hey, bom dia! - Karla finalmente atendeu a chamada de vídeo. Parecia feliz ao me oferecer um sorriso após sua saudação. - Como estão as coisas por aí? - Perguntou interessada.


Ela, assim como eu, estava sentada atrás de uma mesa. E em sua mão estava aquela caneta dourada enquanto parecia assinar alguns papéis. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e nas laterais do rosto caía algumas mechas curtas junto da sua franja. Eu não conseguia distinguir se ela estava em uma casa ou no escritório de algum prédio. Mas julgando pelas suas roupas simples, uma camisa preta de gola alta sem mangas, e a janela grande com grades atrás dela, talvez ela esteja em uma casa.

Ignorei sua pergunta e dei um longo gole no líquido preto ainda quente e respirei fundo e em seguida encarei ela. Karla levantou as sobrancelhas quando não respondi de imediato.


- Bom dia, sua filha da puta arrombada do caralho. - Soltei cada palavra com muita vontade.


- Ei, ei, ei. - Soltou a caneta e gesticulou para que eu tivesse calma. - Aconteceu alguma coisa?


-Tudo aconteceu, Karla. - Comecei. - E eu não sei se você lembra, mas eu vou ficar seis meses por aqui sendo VOCÊ. - Apoiei o celular na moldura que ainda estava na mesa e apontei em sua direção. - E pra isso dar certo o mínimo que você tem que fazer é me comunicar. Principalmente sobre o fato de que você estava fora durante um mês inteiro e também que a sua esposa é maluca!


- Não é para tanto, Camila. - Ela disse simples.



Eu a olhei indignada e mordi o meu misto quente com ódio. Tomei mais um pouco do café preto enquanto Karla assinava mais uma folha.



- Diga-me, como Lauren está? - Começou mas seu olhar ainda estava nas folhas e sua mão ainda movimentava a caneta sobre as mesmas.



- Eu não sei se você entendeu. - Esquivei da sua pergunta. E com as mãos livres gesticulei começando a me exaltar. - Mas Lauren sabe que a história dos lapsos de memória é uma puta mentira. E além disso, também aconteceu uma discussão muito séria e por um momento achei que estaria tudo perdido. - Ela parou o que fazia e finalmente levantou o olhar para o meu. - Se vamos fazer isso por seis meses, você precisa me dizer coisas básicas. É literalmente o básico, entende? Você sempre foi muito inteligente, Kaki. Mas sinceramente, está agindo feito uma anta em relação a isso aqui.

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