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     ISABELLA MILLER

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     ISABELLA MILLER

Merda.

Eu havia matado novamente.

Você é uma má pessoa, Isabella. Uma má pessoa!

De todas as coisas em que pensei quando decidi seguir Harry e descobrir para onde ele e Brad estavam indo, "matar alguém" definitivamente não entrava na lista. A única coisa! A bendita única coisa que eu não queria que acontecesse, aconteceu novamente.

Eu alternava o meu olhar do corpo no chão, para Harry, ainda um pouco em choque, enquanto tentava entender o que estava acontecendo. A única coisa que eu sabia, ou melhor, sentia, era que eu não estava triste ou arrependida. O que me assustava um pouco e tornava tudo ainda pior. Brad era um nojento filho da mãe, que teve o que mereceu, mas isso não significava que precisava ser eu a agente do seu carma.

– É o que eu faço. Me pagam para isso.

Isso era uma piada?

– Isso não faz sentido! Por que fariam isso?

– Não precisa fazer sentido, se é a verdade. Pessoas matam umas as outras todos os dias. Não há explicação. A diferença é que eu recebo para isso.

Ele não estava errado. Apesar de ter meus motivos, eu era uma prova viva disso.

– Então, o que está me dizendo? Que... que você é um assassino de aluguel?

Ele assentiu. Comecei a pensar em tudo o que aconteceu nos últimos dias, em como ele me "comprou", e tinha tanto dinheiro, apesar de eu nunca o ter visto sequer trabalhar. É claro que ele estava envolvido em coisas ilegais. Mercado de ações, o meu cu! Eu deveria ter percebido que isso era uma grande mentira! Harry era um mentiroso, um criminoso e um assassino... uma má pessoa, assim como Jack. Assim como... não, não éramos nada parecidos!

– Se isso é mesmo verdade... então... então, o que me impede de apertar esse gatilho agora? Eu estaria matando um assassino.

– ...Você não tem ideia de como sair daqui. Seria presa em um piscar de olhos! Talvez até uma prisão perpétua, ou cadeira elétrica. E esse seria o fim de Isabella Miller... Quer mesmo perder sua vida assim?

Ele tinha razão. Droga, ele tinha completa razão! Sem ele eu estaria perdida. E eu havia passado por coisas demais para simplesmente desistir de tudo agora. Ir presa estava fora de questão. Principalmente por causa de alguém como Brad. Eu precisava de ajuda, eu precisava da sua ajuda. Pelo menos até sairmos daqui.

– Você tem outro jeito?

Sua voz era quase melódica, e hipnotizante, tanto, que eu nem percebi ele se aproximar, até o seu peitoral se chocar contra o cano da arma erguida entre nós.

– Você ter matado o Brad não estava nos planos. Mas, eu consigo nos tirar daqui em segurança. A escolha é sua. Você só precisa confiar em mim.

Olhei para ele, pensando no que fazer. O que o impedia de me matar no instante que eu abaixasse a arma? Confiança? O nível de confiança que sentíamos um pelo outro era o mesmo: inexistente. Ele era um assassino e eu tinha uma arma apontada para ele. Carinho? Amizade? Fora de questão. Eu era um produto para ele. Alguém que ele havia comprado, e ele fez questão de jogar isso na minha cara. Dinheiro? Talvez.

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