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     ISABELLA MILLER

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     ISABELLA MILLER

A oportunidade era óbvia. Eu apareceria no treino com a roupa mais colada e curta possível, até procurei no meu armário, e deixei separado o short e o top. Mas quando acordei naquela manhã, percebi o quão sem noção eu estava sendo. Harry estava tentando me ajudar e eu estava ali, tentando o seduzir por razões egoístas. Nada legal, já que eu realmente precisava da sua ajuda e precisava aprender a me defender o quanto antes.

Por isso, coloquei todo o meu plano em pausa e vesti uma legging, que ia até embaixo dos joelhos, continuei com o top que havia separado, mas por cima dele vesti um casaco moletom, ficando assim, praticamente toda coberta. Eu realmente queria aprender algo para nunca mais ter que passar por uma situação como a de ontem novamente.

Quando cheguei na academia, Harry já estava lá, correndo em uma das esteiras. Vestia um short e uma camisa regata, e já estava um pouco suado. A imagem do paraíso. Uma verdadeira tentação. Eu tinha chegado as seis e dez, então ele já deveria estar lá há um tempo.

– Desculpa o atraso. 

– Sem problemas. – Ele foi diminuindo a velocidade da esteira, até parar. – Faz alguns alongamentos, e então esteira por quinze minutos. Só para acordar o corpo.

– Ok.

Eu comecei a me alongar, enquanto Harry foi se deitar em uma das maquinas para começar a levantar peso. Com toda certeza havia no mínimo uns cento e cinquenta quilos ali, ele era impressionantemente mais forte que eu pensava. Quando os meus quinze minutos acabaram, fui para onde ele já estava me esperando, um extenso tapete emborrachado do outro lado da academia. Harry estava bem no centro dele e me chamou para ficar de frente para ele. 

– Eu vou te mostrar algumas formas de se defender quando alguém tentar te segurar a força, ok? – Eu assenti. – O que você faz se alguém te segurar pelos ombros assim. 

Ele colocou suas mãos em meus ombros, me segurando com certa força. Tentei me abaixar, mas foi inútil, tentei também tirar as suas mãos, mas ele era claramente mais forte. 

– Eu não sei. – Desisti.

– Você tem que empurrar as minhas mãos, mas não por fora como estava fazendo, e sim por dentro. Por fora você só vai estar empurrando a mão do cara ainda mais para você. Tenta por dentro, as duas mãos de uma vez, empurrando os meus pulsos com toda força para os lados.

Fiz exatamente o que ele mandou e acertei os seus pulsos com os meus anti braços, o empurrando para fora. E realmente funcionou, suas mãos caíram para o lado, me libertando. 

– Eu consegui!

Comemorei, sorrindo sem conseguir acreditar, mas com a minha pequena distração, ele me agarrou pela cintura, colando o seu corpo no meu. Olhei para ele completamente desnorteada, enquanto tentava processar o que tinha acontecido.

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