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     ISABELLA MILLER

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     ISABELLA MILLER

Levou a tarde toda, e eu não encontrei nada no mínimo suspeito pela mansão. O lugar parecia uma casa de mentirinha, de fachada. Era perfeito demais. Nenhuma casa poderia ser tão perfeita assim, poderia? Era inacreditável! Algo tirado de uma imobiliária, pois nem porta-retratos com fotos de familiares haviam espalhados pela casa. Entretanto, ainda havia o escritório e o quarto de Harry para se olhar. O quarto estava trancado, nenhuma surpresa aí. Mas para a minha sorte, a porta do escritório estava aberta.

Assim que entrei, um frio se apossou do meu estômago por estar desobedecendo basicamente a única regra que Harry havia ditado: não entrar em seu escritório e quarto. Mas ignorei totalmente o sentimento e segui com o meu instinto.

A decoração do escritório era como o resto da mansão, moderna e simplista, paredes claras, móveis em tons escuros, estantes com vários livros, um pequeno bar, quadros em estilo renascentistas, chegava a ser uma surpresa, já que eu não tinha Harry como um apreciador das artes. As pessoas realmente podem surpreender, eu que o diga.

Fui até a mesa e abri o seu notebook, mas como eu já esperava, estava protegido por senha. Olhei pelos papéis espalhados na superfície, e praticamente todos eram sobre um tal de Brad Crawford. Com uma simples pesquisa no meu celular, descobri que ele era um ricaço que havia sido acusado de barbaridades contra uma pequena criança e saído impune por falta de evidências. Não entendi muito bem como ele se encaixava no mundo de Harry. Talvez fosse pesquisa para algum cliente, Brad era o CEO de uma grande rede de hotéis, talvez alguém quisesse saber se isso seria um bom investimento. Minha resposta seria um completo não. Eu nunca faria negócios com um monstro desses. Ele deveria ganhar a cadeira elétrica, isso sim, ou prisão perpetua.

Abri as primeiras gavetas, mas não havia nada que me parecesse estranho, no entanto, a última estava trancada. Nenhuma chave estava à vista, o que somente serviu para atiçar ainda mais a minha curiosidade.

– Não. Não... você está começando a me irritar...

Comecei a ouvir a voz de Harry se aproximando cada vez mais, o que me fez entrar em pânico. Eu estava perdida!

– Merda!

Olhei em volta, mas não tinha onde eu me esconder. A única saída era a porta que dava para a sacada atrás da mesa. Corri, e foi só o tempo de eu me esconder, que ouvi Harry entrar no escritório.

– Eu não ligo, caralho! Não dou a mínima! Consiga um convite para esse baile para mim, ou você vai se arrepender cruelmente! – Ele estava irritado. Seu tom de voz chegou a me dar leves calafrios. – Você sabe que eu já matei por menos, Liam. – Meus olhos se arregalaram e meu coração parou por alguns instantes, até ouvir sua leve risada e entender que ele estava brincando. – Você é um péssimo primo. Tchau. Me ligue apenas quando tiver o convite, idiota.

Me virei e consegui vê-lo por uma pequena brecha na cortina. Ele desligou a chamada e se sentou atrás da mesa, se acomodando na alta cadeira de couro e jogando sua cabeça para trás, estalando o pescoço. Ele estava tenso. Mais que o normal. Abriu os primeiros botões de sua camisa social preta, e deu um gole no que parecia ser uísque em seu copo. Ele parecia não ter a menor intenção de se mover ou sair do escritório, o que não era bom sinal para mim, já que eu estava sem saída. Cautelosamente, me sentei no chão frio de mármore da sacada, para esperar por uma oportunidade que parecia não chegar.

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