Capítulo 6

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_ Eu te dou carona. Sei como é ficar sem carro. Te levo na oficina pra você pegar o seu possante.

Mauricio sorriu feliz.

_ Você me irrita, mas é uma boa pessoa. _ bateu nas minhas costas enquanto passávamos pela recepção da emergência.

De relance, uma pessoa me chamou a atenção.

Sophia.

Estava parada no balcão da recepção, com o rosto tomado pelo pavor.

Meu coração acelerou.

_ Maurício, me desculpa. Você vai ter que ir de ônibus.

_ Ravi...

Deixei-o falando sozinho e fui apressado ao encontro dela.

_ Sophia?

Ela olhou pra mim com lágrimas nos olhos.

_ Ravi, minha avó...

_ O que houve? _ o pânico estava quase tomando conta de mim também.

_ Cheguei em casa e ela não estava. Vim pra cá e me informaram que ela não está aqui. Não sei onde procurar.

_ Calma, _ segurei suas mãos _ vamos achar D. Zélia.

Chamei a recepcionista.

_ Você tem certeza de que D. Zélia não passou por aqui hoje.

_ Absoluta, doutor Ravi.

_ Merda!

_ Doutor, pode ter acontecido qualquer coisa com a minha avó.

_ Calma, vem comigo, vamos procurá-la.

Sem questionar ela entrou em meu carro e começamos a percorrer as ruas em torno do hospital.

Ela apertava os próprios dedos enquanto as lágrimas escorriam e isso me deixava angustiado.

Meu telefone tocou e imediatamente atendi quando vi que era do hospital.

_ Doutor Ravi, soubemos que tem uma idosa caída na rua atrás do hospital, já acionamos a ambulância.

_ Estou indo pra lá.

Desliguei, jogando o celular no painel do carro.

Apesar do trânsito, não levamos dois minutos pra chegar e estacionar o carro.

Algumas pessoas estavam em volta e eu dispersei quando cheguei.

Era mesmo a D. Zélia, que sorriu ao me ver.

_ Meu amor.

_ Oi Princesa, vim te buscar. _ respondi enquanto checava o pulso dela.

_ Vovó, pelo amor de Deus, o que aconteceu? _ Sophia abaixou ao seu lado.

_ Quem é você? _ D. Zélia estava desorientada.

_ Vó, sou eu, Sophia.

Ouvi o som da ambulância e logo eles pararam na nossa frente.

_ Ela tem diabetes _ falei enquanto os paramédicos prestavam o primeiro socorro_ podem levar ela para o São Lucas, eu sou médico de lá.

Eles a colocaram na ambulância e eu puxei a Sophia para o carro.

***

_ Eu assumo daqui.

Dona Zélia já estava estabilizada na enfermaria da emergência.

_ Vou te examinar, ok?

Sophia continuava ao lado dela, segurando em sua mão.

Enquanto eu a examinava, percebia que Sophia continuava aflita.

Dr. RaviOnde histórias criam vida. Descubra agora