Capítulo 8

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_ O que você está fazendo? _ Maurício perguntou sentando-se ao meu lado no Pub.

_ Baixando um aplicativo de viagens no meu celular. Sei lá! Estou pensando em sair por aí como mochileiro... Ou talvez conhecer o interior do país. Não sei.

_ Ravi, até agora você não me falou o que aconteceu!

Olhei pra ele.

Eu era um amigo muito filho da puta mesmo!

Ele sempre me contou tudo o que acontecia com ele, desde o primeiro beijo que deu na Melissa, até o dia em que perderam o Bebê que estavam esperando com tanta ansiedade. Ele era meu amigo, mas às vezes eu achava que não era amigo dele.

Dei um gole na cerveja e respirei fundo.

_ Estou com uma sensação de que estou sendo passado pra trás. _ revelei sem cerimônia.

_ Por quê?

_ Já fiz coisas piores nesse hospital do que sumir por um dia e nunca fui jogado para o escanteio. Nunca fui obrigado a tirar férias.

_ Ravi, você está no seu limite. Com o passar do tempo, você foi ficando cada vez mais ranzinza, mais insuportável. Ninguém aguenta mais você.

_ Quanta sinceridade. _ dei outro gole na cerveja.

_ Eu estou falando sério. À medida que vai interiorizando o seu estresse, você fica pior. Você está piorando a cada dia que passa.

_ Estou ruim assim?

_ Muito pior do que imagina. Todo mundo sente falta daquele Ravi leve, brincalhão, feliz.

_ Tá foda.

_ Você pode melhorar, basta você querer. Acho que essas férias vão te fazer bem. É bom que esteja procurando viajar. Você tem que deixar esse lugar um pouco de lado.

_ É, pode ser.

***

_ Diga a ela que eu não estou em casa.

_ Ela já subiu, seu Ravi. Sinto muito.

Preciso fazer um workshop com esses porteiros!

Abri a porta sem paciência e Daniela entrou sem pedir licença.

_ É até bom que você tenha vindo, porque precisamos conversar.

_ Sim, precisamos conversar.

_ Você me pareceu satisfeita em assumir o meu lugar.

_ Eu fiquei surpresa. Não esperava por isso. Por que não me avisou que ia tirar férias?

_ Porque nem eu mesmo sabia.

Ela levantou uma sobrancelha, parecendo surpresa.

_ Ravi, o que está acontecendo? _ cruzou os braços.

_ Nada.

_ Eu quero te ajudar.

_ Eu não preciso de ajuda. Agora, se me der licença, tenho uma mala para arrumar. Amanhã estou saindo daqui.

_ E vai pra onde?

_ Surfar por aí.

_ Ravi, _ colocou a mão no meu rosto _ não entendo por que está fugindo dos seus problemas.

_ Não estou fugindo. Me arrancaram dos meus problemas, é bem diferente.

_ Eu sempre vou estar aqui para o que precisar.

Eu não respondi e não fiquei nada surpreso quando ela me beijou.

Com calma foi tirando a minha blusa, beijando meu pescoço e me provocando.

Dr. RaviOnde histórias criam vida. Descubra agora