Sophia
Meu Deus do céu, que braço é esse em cima de mim?
Não tenho coragem de abrir os olhos...
Tateei meu corpo.
Estou vestida, graças a Deus!
O que aconteceu?
Abri os olhos e veio a dor de cabeça.
Merda!
Se eu me mexer eu o acordo.
O que eu faço?
Aos poucos fui tentando sair dos braços dele, até que consegui.
Ufa!
Me rastejei lentamente até a beira da cama, rezando para que ele não acordasse e finalmente consegui me levantar.
_ Está tentando fugir de mim?
Me virei lentamente e vi Ravi, sem camisa, deitado na minha cama e exibindo um sorriso enorme, se divertindo ao ver minha fuga frustrada.
_ Eu não queria te acordar.
O que? Eu deveria era começar um interrogatório e perguntar se rolou alguma coisa entre nós e eu me finjo preocupada com ele?
_ Eu nem dormi. Aliás, estou com o braço dormente... Sua cabeça pesa!
Meu estômago revirou e eu corri para o banheiro.
_ Você está bem? _ perguntou ainda do quarto.
Eu não respondi, pois estava ocupada no vaso sanitário.
Consegui escutar um abrir e fechar de portas e depois ficou em silêncio.
Saí do banheiro ainda enjoada e com uma dor de cabeça inimaginável.
Com dificuldade procurei Ravi pelo apartamento, sem sucesso.
Em cima da mesa, havia um bilhete e alguns comprimidos.
"Tome isso e descanse um pouco. Estou atrasado. Você vai ficar bem. Ravi"
Como assim? Ele vem na minha casa, me deixa bêbada, me come e vai embora sem se despedir?
Filho da puta!
O mal estar que eu estava sentindo não me deixou desobedecê-lo. Tomei os comprimidos e me deitei, adormecendo.
Acordei com a campainha tocando e com dificuldade me levantei e fui atender.
Do outro lado da porta, tinha um entregador, com uma sacola na mão.
_Senhora Sophia, boa tarde.
_ Boa tarde.
_ Encomenda para você.
Sem entender peguei a sacola e fechei a porta.
Para minha surpresa, havia uma sopa e meu estomago fez barulho.
Nem pensei em como ela foi parar na minha casa, eu estava com fome e devorei rapidamente.
Deitei no sofá e dormi mais uma vez, acordando um pouco mais tarde com uma mensagem no celular.
"Está melhor? Espero que tenha se alimentado. Chego em trinta minutos para ver como você está."
_ Ravi!
"Não estou em casa".
Respondi o mais rápido que pude.
"Então está melhor. Isso é bom. Outro dia a gente se vê! Se cuida!"
Não respondi.
O que esse homem quer???
Eu queria de todas as maneiras evitá-lo. Porque por mais que eu o odiasse pelo o que ele fez, ou melhor, deixou de fazer, eu não podia negar que ele era encantador e eu estava apaixonada por ele.
Ravi era o tipo de cara que eu nunca me apaixonaria.
Apesar de bonito, ele não fazia meu tipo, porque não fazíamos parte do mesmo mundo. Mesmo se eu deixasse a história da minha avó de lado, eu jamais me apaixonaria por ele.
Mas Ravi era único. A sua beleza física de fato chamava atenção. Moreno, cabelos lisos jogados para o lado, barba por fazer e um abdômen impecável, mas o que chamou a atenção foi seu jeito carinhoso de ser, seu bom humor em meio a um mal humor insuportável e como ele podia ser cavalheiro quando queria, além de ser gentil até quando estava sendo estúpido. O homem era educadíssimo!
O tempo que passamos juntos cuidando da minha avó, foi o suficiente para me fazer olhá-lo de outra maneira e desistir de todo o meu plano de vingar a morte dela.
Mas o problema era exatamente esse! Eu não conseguia olhar para ele, sem lembrar da minha avó e isso me deixava angustiada, estressada e irritada, ao mesmo tempo que me deixava louca para me jogar nos braços dele. Eu odiava isso!
Já fazia anos que eu não tinha ninguém. Eu não sabia como reagir perto dele e ele fazia meu corpo reagir de uma maneira inédita para mim. Eu o desejava...
Não era só o coração, o corpo precisava se alimentar dele e isso para mim era novidade, pois para mim, sexo era apenas uma obrigação conjugal.
Eu não queria mesmo pagar para ver o que poderia acontecer entre nós, além de raiva e paixão, eu estava com muito medo.
***
A lembrança da noite anterior, ou a falta dela, ficou martelando o dia inteiro na minha cabeça e eu nem consegui trabalhar direito. Eu precisava tirar aquela história à limpo!
Decidi ir até o hospital após o meu expediente para tentar entender o que tinha acontecido. Eu não iria conseguir dormir sem saber o que realmente houve naquela noite.
_ Estou procurando o doutor Ravi. _ falei para a recepcionista da emergência.
_ Posso ajudar? _ uma mulher se aproximou, uma médica, provavelmente.
_ Estou procurando o doutor Ravi.
A recepcionista se afastou depois de um sinal da médica.
_ Qual seu nome?
_ Sophia.
_ Sophia?
_ Sim, eu te conheço.
_ Verdade. Você é a neta daquela senhora que eu tratei o câncer.
_ Isso.
_ Posso te ajudar?
_ Na verdade eu queria mesmo falar com o doutor Ravi. _ repeti pela milésima vez.
_ Infelizmente ele não está. Quer deixar um recado?
_ Não. Eu ligo para ele depois, obrigada.
_ Disponha.
Sorriu pra mim e eu me virei para sair.
_ Sophia?
Eu já estava saindo da emergência quando ouvi a voz dele e me virei para olhá-lo.

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Dr. Ravi
RomanceApós um grande trauma, Dr. Ravi tenta desesperadamente manter seu passado para trás, até encontrar tudo o que buscava esquecer em um grande amor e então, sua cabeça dá um verdadeiro nó. ATENÇÃO: Contem Sexo, linguagens inapropriadas e muito entreten...