Eu praticamente montei um home care para dar mais conforto a Dona Zélia a medida em que ela foi piorando e isso foi acontecendo bem rápido.
Ela não queria ir para o hospital, então eu achei melhor montar uma equipe de cuidados na casa dela, embora minha decisão tivesse contrariado Sophia, mas eu pouco me importava com a opinião dela.
Nas últimas três semanas, eu a visitei diariamente e me assustava o fato de que o tempo dela estava terminando.
Nós, Sophia e eu, fizemos de tudo para que ela tivesse dias felizes e juntos a levamos para vários lugares diferentes. Apesar de Sophia nunca conversar comigo, ou demonstrar interesse em iniciar uma amizade ou qualquer outra coisa, ela nunca me tratou mal, sempre foi cordial e educada, mas dava pra ver que ela queria distância e a repulsa dela por mim, me fazia ter repulsa dela também.
_ Ela dormiu.
Sophia me arrancou dos meus pensamentos.
No mesmo momento, eu me levantei do sofá e me dirigi até a porta.
_ Você volta amanhã?
_ Você tem dúvidas?
_ Não. _ abriu a porta _ Boa noite, doutor.
Acenei com a cabeça e saí.
Senti uns pingos no rosto quando abri a porta do carro.
Para minha surpresa, o carro não ligou quando virei a chave na ignição.
_ Puta merda!
A chuva caiu.
Abri o capô do carro tentando identificar o problema, mas eu sou médico e não mecânico.
Entrei novamente no carro e peguei o celular.
O celular estava descarregado.
Puta que pariu!
Olhei para a casa de Dona Zélia.
Nem fodendo!
Bati com as duas mãos no volante e respirei fundo.
Maurício sempre falava que eu tinha que trocar de carro, pois era uma lata velha. Mas eu gostava dessa lata velha, ela nunca tinha me deixado na mão, até esse dia. E eu fiquei muito frustrado.
Inclinei a poltrona e deitei, fechando os olhos.
Acordei com alguém batendo na janela.
Sophia.
A chuva ainda caía com força e eu abri a janela para falar com ela.
_ Você precisa de ajuda?
_ Se eu puder recarregar meu celular... Meu carro não quer ligar e só preciso fazer uma ligação.
_ São duas horas da manhã, doutor. Ninguém vai te atender agora.
_ O seguro me atende.
_ Vamos entrar, lá dentro você decide o que vai fazer.
Concordei com ela. Eu precisava apenas colocar uma carga no meu celular.
Ela voltou para a casa antes de eu sair do carro e ficou me esperando na porta.
Ao entrar, observei que o sofá estava arrumado, com um travesseiro e um lençol.
_ Acho melhor o senhor passar a noite aqui _ ela comentou ao perceber que eu estava olhando curioso _ já está tarde, lá fora é perigoso e mesmo que chame o seguro, eles vão demorar.
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Dr. Ravi
RomantikApós um grande trauma, Dr. Ravi tenta desesperadamente manter seu passado para trás, até encontrar tudo o que buscava esquecer em um grande amor e então, sua cabeça dá um verdadeiro nó. ATENÇÃO: Contem Sexo, linguagens inapropriadas e muito entreten...