Capítulo 18

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Ravi

Acordei com a cara amassada no tapete. Olhei para cima e vi Sophia dormindo no sofá.

Meu relógio marcava sete em ponto e eu precisava trabalhar.

Me sentei e olhei novamente para Sophia. Seu sono estava tão profundo que tive pena de acordá-la.

Tirei uma mecha de cabelo do rosto dela, fazendo ela se mexer, mas ela não acordou.

Me levantei com calma e procurei um papel e uma caneta. Deixei um bilhete em cima da mesa e saí.

Sophia

Que dor de cabeça infernal! Nem cheguei a tomar aquela taça inteira! Maldita enxaqueca!

Abri os olhos devagar e imediatamente olhei para o chão. Ele não estava ali.

Levantei com pressa e procurei por ele, mas ele já tinha ido, mas deixou um bilhete na mesa.

"Muito obrigado pela companhia. Sem dúvidas, foi uma das melhores noites que tive depois de anos. Tive que ir para o hospital e fiquei com pena de te acordar. Espero que tenha um excelente dia. Ravi."

Mesmo não tendo nada demais no bilhete, eu o coloquei contra meu peito e senti meu coração acelerado. Um misto de sentimentos me invadiu, mas o medo tomou conta. Não posso ficar com Ravi, não posso me envolver com ele.

Ravi

_ O senhor está atrasado. _ Doutora Rose parecia irritada.

_ Me desculpe, acabei perdendo a hora.

_ Espero que tenha tido um bom motivo para isso, pois vai atrasar todos os outros atendimentos de hoje.

_ Sinto muito.

_ Sente-se por favor _ apontou o divã _ vamos começar.

Tirei os sapatos e me deitei.

_ Continue de onde quiser.

Oito anos atrás...

Eu não falava mais com a minha mãe. Por diversas vezes nós brigamos por causa da Catarina.

Nunca entendi como minha mãe podia colocar o ciúme por cima da minha felicidade.

Eu estava loucamente apaixonado pela Catarina e tinha planos para o futuro, mas me entristecia, minha mãe, que sempre foi minha melhor amiga, não me apoiar.

Eu sabia que meu pai também não me apoiava, mas ele não falava nada.

Na verdade, nós nunca fomos próximos. Meu pai sempre foi distante e frio.

Era apaixonado pela minha mãe e fazia tudo por ela e mesmo sendo distante com os filhos, sempre foi um bom pai, nunca deixando faltar nada.

Graças a seu esforço e trabalho, nós tínhamos uma boa vida, uma boa casa e estávamos sempre viajando quando possível.

O único que me apoiava era Daniel. Ele sabia o que era estar apaixonado... Seu casamento aconteceria em três meses e ele estava muito feliz, ele me entendia.

***

Acordei com o barulho no quintal.

Na noite passada eu havia dormido muito tarde, pois tinha perdido a hora com a Catarina. Ela me fazia perder a noção do tempo.

Olhei para o lado e ela não estava mais.

O barulho vindo do quintal estava forte e eu me levantei para olhar pela janela.

Dr. RaviOnde histórias criam vida. Descubra agora