Capítulo 4

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Capítulo Quatro

O tempo havia passado, mas Aisha não se cansou do clube. Ela agora estava sentada no colo de um dos homens, ela o havia feito beijar uma das dançarinas que ela nessas horas havia feito se juntar a nós. Eu consegui me afastar e dar espaço para as novas pessoas que chegaram. Eu olhava para o teto com tédio, e tentei ignorar tudo o máximo possível. O poder de luxuria de Aisha vazava dela quase que como se ela não conseguisse se conter. Havia dois homens que se beijavam e uma dançarina tinha a calça de um deles aberta. Até mesmo o dono do local estava ali, ele havia vindo para tentar impedir a orgia que praticamente acontecia ali, mas foi pego pela nevoa de luxuria de Aisha, e agora estava tão envolvido quanto todos ali.

Aisha mais assistia do que participava, ela iniciava os toques e logo juntava uma pessoa com outra. Algo que eu observei interessado. Ela nunca ia até o fim com eles, mas estava perto o suficiente e envolvida o suficiente para poder sugar sua essência de vida.

Quanto mais a pele dela brilhava de essência ela sorria e seus cabelos vermelhos pareciam intensificar sua cor, se é que era possível. Quando ela saiu do colo do homem dando lugar a outra dançarina ela virou para mim, seus olhos negros agora tinham um traço dourado em torno de seus olhos, ela se aproximou de mim e se sentou ao meu lado. Ela pegou uma caixa de cigarro na mesinha que um dos homens havia colocado ali logo que ele sentou conosco, ela colocou um na boca e estalou os dedos e o fogo do inferno surgiu em seus dedos e ela acendeu o cigarro eu revirei os olhos para ela.

— A personificação da luxuria não vai se aproveitar da orgia que ela mesma criou? – eu perguntei olhando-a.

— Transar com humanos não é tão satisfatório – ela falou enquanto a fumaça saia de sua boca — eles não aguentam muito. Eu prefiro demônios – ela então olhou para mim sorrindo — ou arcanjos.

Eu revirei os olhos diante de sua afirmação.

— Quando eu estou no inferno eu visito os sonhos deles – ela diz – eu posso mudar de forma para aquilo que eles mais gostariam de ver, homem, mulher, loira, preta, o que eles quiserem ver, eu mostrarei a eles. No mundo dos sonhos é mais fácil tirar um pouco de satisfação e alimentação, mas aqui no real, eles não são tão satisfatórios. Claro que eu abro exceções para alguns que chamam minha atenção, mas no geral, eu prefiro não humanos.

Eu apenas olhei enquanto ela falava. Era interessante entender como seu poder funcionava, isso poderia ser útil em algum momento.

— Eu gosto de anjos também, eu já fiz muito dos seus caírem – ela falou com um sorriso — eles são muito bons, não sei se é por conta do celibato, mas quando eles descobrem do quão bom é o sexo, até que eles se saciem leva um bom tempo. Teve um de seus irmãos anjos que passou quase um mês para que ele me deixasse sair da cama, nem eu me alimentando dele fez com que ele cansasse.

Eu sabia que Aisha havia feito muito, mas muito de meus irmãos caírem por conta de seu poder, mas eu não sabia que era assim. Uma pequena parte de mim, bem no fundo da minha mente ficou curiosa com isso, mas não dei atenção a esses pensamentos. Então arqueei a sobrancelha e perguntei.

— Quando iremos sair daqui?

— Já cansou? – ela riu — pobre anjinho, difícil se manter puro em tal lugar não é mesmo, não se preocupe, a Ash aqui, cuidará de você.

— Eu prefiro que não – eu disse.

— Eu nunca tive um Arcanjo – ela falou enquanto tragava o cigarro.

— Eu sei que você vai tentar de tudo para conseguir a mim, Aisha, mas o poder de seus irmãos nem mesmo chegaram perto de me atingir, eu não sou um Arcanjo atoa, eu sou muito poderoso – eu disse — me escolheram porque sabem disso. Você não tem chance.

— Bom, então se você é mesmo assim tão bom, não se importará de eu tentar – ela disse sorrindo.

Não falei nada, preferindo ficar em silencio diante de sua declaração. Quanto menos interessado nela, melhor. Uma hora ela vai perceber que não tem efeito sobre mim e desistirá.

Pelo menos era isso que eu esperava. 

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