Capítulo 16

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Capítulo Dezesseis

— As coisas estão tomando proporções que eu não imaginava – Ash falou enquanto segurava Valkyria e Kayd, um em cada braço os ninando. Eu havia chegado a pouco tempo e relatado tudo que havia descoberto para ela.

— Eles são bebês e já fizeram tudo isso, imagina enquanto crescem? O poder deles é forte o suficiente para que seu nascimento tenha afetado o mundo inteiro. Isso chamará atenção não só do céu, você sabe. Eles vão perceber que algo está acontecendo. Os sinais estão claros para quem quiser ver.

— Eles podem vir até nós e tentar matar nossos bebês - Ash falou, seus olhos ficando negros com sua raiva — Eu não vou deixar que isso aconteça.

Eu senti uma vibração no ar e virei em direção a porta.

— É tarde demais, eles já estão aqui. Acho que me seguiram – falei enquanto invocava minha armadura e espada — Olhe as crianças. Eu farei o que puder. Se eu não conseguir, fuja. Eu trouxe um carrinho para quatro crianças, você vai conseguir. Em último caso espalhe-os pelo mundo, com famílias humanas.

— Eu não vou dar meus filhos – Ash gritou enquanto colocava os bebês no berço correndo para arrumar o carrinho.

— Se não tivermos escolhas é isso que você fará, prometa Aisha – eu falei segurando-a pelos braços — prometa que fará isso. Dê-lhes uma chance de viver e cumprir seu destino.

Aisha olhou para o berço e então olhou para mim.

— Sim, eu prometo.

— Bom, fique aqui – eu falei antes de beijá-la rapidamente e sair para fora.

Assim que sai do lado de fora eu vi os anjos vindo. Eu não lhes dei oportunidade de chegar perto da casa. Estendi minhas asas e fui até eles. Minha espada pronta.

Meu corpo ficou tenso vendo os 7 arcanjos superiores. Rafael, Miguel, Gabriel, Uriel, Phanuel, Salatiel e Jehudiel. Eu não teria a menor chance. Mas eu caria lutando. Eu me girei a espada em minha mão enquanto voava. Quando me aproximei, minha espada bateu na espada de Miguel. Somente os milênios de prática me mantiveram ali, eu lutei com tudo que eu tinha. Minha vida dependida disso. Meus filhos e companheira que eu jamais pensei que pudesse ter. Eu faria tudo ao meu alcance para lutar por eles, minha vida era deles. E eu daria todo o tempo possivel para Aisha fugir com eles.

Eu rosnei, e desviei da espada de Jehudiel, acertando a espada de Phanuel com a minha ao mesmo tempo. Um corte atingiu a lateral do meu braço, mas ignorei a dor, e continuei lutando. Eu vi que Rafael tentava desviar para ir até a casa, mas consegui me desviar dos outros e alcançá-lo e acertar um movimento contra sua espada. O som de nossa luta ecoava como trovões. Eu pude ouvir o barulho da terra abaixo de mim se movendo e eu gemi internamente pensando que agora o inferno estava se juntando a nós.

- Agora sim porra – ouvi o grito de Aisha e quase me virei para olhar. O que diabos essa louca estava fazendo? A distração fez com que a espada de Gabriel penetrasse a carne de meu ombro, e eu gritei de dor. Mas consegui tirar ela de mim, enquanto acertava a espada de Uriel que vinha para cima de mim.

Senti mãos na minha asa e o grito de dor que saiu de maus lábios ao ter a asa perfurada pela espada de Jehudiel. Eu trinquei os dentes e continuei lutando. Eu podia ouvir Ash rindo de forma sádica enquanto o barulho de espadas também era ouvido. Der repente um vento vermelho passou por nós, o cheiro doce e sensual. Potente. Eu fiquei automaticamente duro, e os outros arcanjos atordoados.

O poder de Luxuria de Aisha, ela estava emanando-o. Eu fiquei surpreendido, mas não perdi tempo, aproveitei que os arcanjos ficaram atordoados e renovei minhas forças voltando a atacá-los.

Eu percebi que eles realmente estavam sentindo um pouco de dificuldade de se concentrar com o poder dela tão forte emanando, eu sorri com isso. Conseguindo enfiar minha espada no estomago de Uriel.

Mas Rafael, Gabriel e Miguel estavam mais controlados e logo vieram para mim, um pegou minha asa, e o outro pegou meu braço da espada. Eu tentei me soltar, mas os dois conseguiram me imobilizar. Enquanto Rafael se aproximou de mim.

— Desculpe Azrael, foi um erro tê-lo posto nessa missão, eu não saberia das consequências – ele suspirou arrependido – infelizmente temos que fazer isso. Não podemos correr o risco de a guerra ser ganha pelo inferno.

Então ele levantou a espada e eu respirei fundo pensando em Aisha e meus filhos.

— Fuja Aisha, leve os bebês – Eu gritei com todas as forças e ouvi o grito de Aisha enquanto a espada de Rafael era enfiada em meu peito.

Foi quando uma luz desceu do céu e pairou na nossa frente. Automaticamente os arcanjos se afastaram. E a forma de Anael se materializou. Suas mãos estavam brilhantes e brancas, ela canalizada o poder divino, ela me segurou e tirou a espada de Rafael de mim, antes de colocar usa mão na ferida. Enquanto isso ela descia do céu lentamente.

— Anael – Rafael falou.

— Cale-se Rafael, o Pai não quer a morte de Azrael. E nem de Aisha. Eu vim aqui a seu pedido impedi-los. — Logo estávamos no chão e eu vi um vulto de cabelos negros próximo a mim.

— Azrael – eu senti meu rosto sendo segurado e eu tentei focalizar em Aisha, que estava ali olhando para mim preocupada, ela olhou para ferida e se voltou para Rafael, seus olhos negros de raiva.

— Você...

— Sem mais brigas, Aisha.

— Mas...

— Por favor, sem mais brigas.

Anael olhou para o lado e eu acompanhei seu olhar e vi os 6 irmãos de Aisha ali, eles estavam em péssimo estado, o que me fez sorrir, afinal, Aisha estava dando uma surra neles.

— Os bebês? – perguntei.

— Dormindo, eu não lhe deixaria lutar sozinho.

— Você prometeu – falei, minha voz ficando mais forte enquanto Anael me curava.

— Nunca confie na promessa de um demônio, você deveria saber disso – Aisha falou afastando meus cabelos.

— O que diabos está acontecendo aqui? – Gabriel perguntou.

— As crianças estão destinadas a nascer a muito tempo, Gabriel. Elas são a mistura perfeita do Céu e do Inferno. Você conhece a existência dos cavaleiros do Apocalipse.

— Mas foi previsto por um "vidente" humano.

— E ainda assim ele está certo sobre a existência deles. – Anael se afastou de mim e eu pude me sentir completamente curado. Ela então olhou para mim, com aqueles olhos estranho dela.

— Deixe-me conhecer seus filhos.

— Prometa que não fará mal algum a eles.

— Prometo e não permitirei que ninguém o faça. O Pai não quer a morte de seus filhos, Azrael.

Eu olhei para Aisha, esperando por sua decisão. Ela olhou para todos ali, que parecia que não havia a menor chance de eles não quererem ver as crianças.

— Eu juro por minha alma que se algum mal vier aos meus filhos eu farei minha missão de vida matá-los – ela falou antes de se virar e andar até a casa.

Eu arqueei a sobrancelha para todos ali antes de segui-la. Eu parei na frente da casa e olhei para todos ali.

— Esperem aqui. 

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