Capítulo 6

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Capítulo Seis

Assim que chegamos ao um galpão enorme. Assim que ela desceu do carro já havia alguém ali para cumprimentá-la. Ela sorriu e começou a segui-lo. Eu fui atrás dela enquanto ela falava animadamente para o cara o que ela estava procurando em um carro.

Quando eles entraram o homem que estava com ela, seu nome era Michael, que olhava para ela como se ela fosse um pedaço de carne que ele quisesse comer, o que era basicamente como todos os caras olham para ela. Ele nos levou até uma sessão onde só tinha carros enormes, com rodas imensas. Me deu um pouco de satisfação quando Aisha o fez se calar e caminhou direto até um dos carros.

— Esse é o Audi All Trail? – ela perguntou, mas era claramente um pergunta retorica — vamos levar esse.

O homem ficou atordoado, com ela estendendo-lhe um cartão preto. A compra demorou um pouco para tudo ser feito e podermos sair com o carro, mas Aisha disse que o dinheiro era a chave, para pegar um carro era muita burocracia, mas quando se lida com números altos eles conseguem agilizar as coisas.

Não me surpreendeu.

Duas horas depois saímos com o carro, ela havia deixado o seu BMW no estacionamento e ligou para um dos seus demônios vir buscar. Ela disse que tinha um galpão só com seus carros, ela gostava de colecionar eles. Ela falou tudo isso enquanto íamos a caminho agora do supermercado comprar as coisas.

Assim que chegamos ao tal mercado que ela falou, Aisha já tinha um sorriso no rosto novamente. E saiu do carro empolgada. Eu a segui, ela logo pegou um carrinho e deu para mim. E eu revirei os olhos enquanto o arrastava atrás dela.

A loja em si era enorme e tinha um monte de coisa que eu sinceramente nem sabia para o que servia. Mas aparentemente, Aisha sabia. Ela olhava tudo muito atenta, comparava qualidade. E nesse meio tempo ela ia me explicando tudo. Eu aprendi mais com ela sobre as coisas humanas nesses 3 dias, do que em milênios em que protegia a humanidade.

Ela olhava uma barraca enorme que mais parecia uma casa. Eu com meu 1,95 conseguiria ficar de pé dentro dela tranquilamente.

— O objetivo da barraca não é só dormir? – eu perguntei.

— Tecnicamente, mas eu tenho esperança que eu tenha você me fodendo, e eu definitivamente quero você me fodendo em várias posições e a gente precisa de espaço para isso – ela falou sem tirar os olhos da barraca e eu simplesmente fiquei olhando para ela atônico. Balancei a cabeça e sai da barraca, deixando-a decidir ela mesma.

Ela saiu uns 3 minutos depois e pegou a barraca e colocou dentro do carrinho. Então foi olhar colchões, mas ela achou um que você montava e virava tipo uma cama, eu fiquei observando enquanto ela pegava tudo.

Ela pegou muitas coisas e quando fomos para o caixa onde novamente ela pagou tudo com seu cartão preto. Enquanto ela finalizava a compra eu peguei as coisas e fui até o carro e fui guardando as coisas. Assim que tudo estava arrumado e Aisha já me esperava no banco do motorista, eu me sentei e ela deu partida.

— Para onde agora?

— Roupas – ela disse simplesmente e eu suspirei. De novo não.

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Já passava das 16 horas da tarde quando finalmente saímos para viajar até o Grand Canyon. Aisha, realmente não tinha limites quando o assunto era compras. Até mesmo roupas para mim ela comprou.

Agora estávamos aqui no meio da estrada no deserto enquanto ela dirigia em velocidade alarmante. Eu suspirei e olhei para a belíssima paisagem que o pai havia criado. E pensar que a milhares de anos aquela paisagem era completamente diferente do que é hoje. A terra e suas transformações constantes.

— Então Azrael, o que você faz para passar o tempo nesses séculos sem o sexo? Porque assim, a eternidade já é entediante por si só, sem sexo então. Como você consegue?

Eu revirei os olhos, um hábito que estava se tornando cada vez mais comum ao lado dessa mulher.

— Não se pode sentir falta de algo que nunca fez, Aisha. E a luxuria é uma necessidade que não acometem os arcanjos – eu falei simplesmente.

— Eu discordo, inclusive, estou determinada a provar que a luxuria é universal – ela disse — você só precisa do incentivo certo. Não se preocupe meu caro. Meus irmão são os que mais causam destruição, mas a maioria dos anjos, humanos e demônios caem sob meu poder. Até mesmo meus irmão e meu país se curvam ao meu poder. Acredite amor, é uma questão de tempo até eu ter você.

— Amor? – eu perguntei, arqueando a sobrancelha e propositalmente ignorando seu discurso.

Ela sorriu sensualmente.

— Gostou? É fofo.

— Você é impossível.

— Que isso gato, é apenas minha personalidade exuberante.

Me controlei para não revirar os olhos novamente, meu olhar fixo na paisagem em nossa volta. Ash ligou a rádio e colocou uma música qualquer e começou a balançar com a música, tentei não olhar o quanto os seus seios exuberantes se mexiam acompanhando seu corpo.

Não era coisas que eu deveria notar. Eu fechei os olhos e levantei meu rosto, deitando-o no encosto do carro. Quando abri os olhos eu pude ter uma visão clara do céu em pleno anoitecer. Uma das vistas mais bonitas.

O discurso de Aisha veio de novo em minha mente, até mesmo Lúcifer era refém de seu poder. Eu precisava ser forte para resistir, eu já podia sentir meu corpo querer responder a ela. Ela queria ficar pelo menos quatro dias no deserto. Eu e ela sozinhos. Eu teria que ser forte e resistir a ela.

Essa era uma missão, uma missão que Haamiah e o arcanjo Rafael escolheram para mim, dentre todos, eles escolheram a mim. Eu não podia decepcioná-los. 

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