Signs Of The Times

Capítulo 12

Capítulo Doze

Dois Meses Depois...

— Fala a verdade se essa vista não é de tirar o folego – Ash falou, sentada em meu colo, sua barriga enorme. Ela estava prestes a dar à luz a qualquer momento. Nós estávamos sentados do lado de fora da casa olhando as montanhas. Já era a noite e faltava alguns minutos para virar o ano.

— Eu não me canso de olhá-la – eu falei sinceramente. Era uma vista deslumbrante realmente.

— Esse bebê poderia chegar logo – ela disse — eu estou tão grande que pareço um balão.

— Você está deslumbrante.

— Você só diz isso porque me ama.

Revirei meus olhos e continuei a acariciar sua barriga inchada de nosso filho. Eu não via a hora dele nascer e eu poder pegá-los no colo. Eu me perguntava com quem ele seria parecido, mas não conseguia imaginar.

Ouvimos ao longe o barulho de fogos de artificio e eu sorri para Ash.

— Feliz 2020, meu amor.

— Feliz 2020.

Nos beijamos docemente, antes de me afastar e olhar seus lindos olhos dourados. Foi então que eu senti uma água escorrer por minhas pernas. Eu e Ash olhamos pra baixo, seu vestido encharcado também.

— Finalmente – ela disse.

Eu sinceramente queria dizer que fiquei calmo, e a ajudei todo momento para se preparar. Mas vamos apenas dizer, que meu corpo ficou congelado no local por um bom tempo. Tempo o suficiente para Ash rir de mim, enquanto se levantava e ia andando calmamente para dentro da casa, onde já havíamos deixado as coisas prontas para seu parto que poderia ocorrer a qualquer momento.

Quando meu corpo voltou a si eu corri para dentro de casa, onde Ash já estava nua e sentada na cama, respirando fundo. Ela sorriu para mim quando eu entrei.

— A água está quente – ela disse – fique de olho e pegue nosso bebê.

— Certeza, que você não precisa de ajuda? – eu perguntei preocupado.

— Azrael, eu sou um ser demoníaco, minha mãe deu à luz a todos nós sem ninguém ao lado dela. Você só está aqui por garantia. Eu nasci e vivi no inferno, fala sério. E pelo amor, tira esse olhar apavorado do rosto. É só um parto.

— Se você diz – falei ainda bem nervoso. Eu poderia ver o alargamento de sua boceta já preparada para dar à luz. O sangue preto escorria e a visão estava me enchendo de pânico. Mas Aisha estava tão calma, que nem parecia prestes a dar à luz.

— Ok, vamos lá – Ela disse e respirou fundo antes de fazer força, eu fiquei de olhos arregalados olhando aquilo. Seu corpo trabalhando para trazer meu filho a vida. Eu observei encantado.

Os minutos se passaram, e o corpo de Ash brilhava em suor, as contrações iam e vinham e ela fazia força. Seu rosto mantinha serenidade nas pausas, mas se contorcia de dor quando as contrações vinha. Eu podia ver seus olhos dourados bem lentamente ficando negros. Mostrando o quanto de energia ela estava gastando. Não era muito, mas dava para ver isso acontecendo.

Logo eu pude ver a cabeça coroando. E meus olhos se arregalaram, eu peguei a flanela e me preparei para a próxima contração.

— Mais uma Ash – eu disse e ela sorriu, seus dentes arreganhados antes de fazer força e a cabecinha saiu e logo em seguida o corpinho. Eu olhei o bebê que começou a berrar encantado. Eu rapidamente o peguei delicadamente, era um menino, eu limpei seu rostinho, e o nariz e olhei para ele um pouco.

Ele era perfeito, eu estava absolutamente apaixonado pelo pequeno ser em minhas mãos. Me aproximei de Ash e lhe entreguei o bebê para que eu pudesse cortar o cordão umbilical.

— Ele é perfeito – ela disse — olha como ele é lindo. Azrael, eu estou apaixonada por nosso filho. Ele é o serzinho mais perfeito. Eu vou virar uma idiota completa perto dele, não é?

— Se você ficar, eu também irei. Dê-me o pequeno Kayd, para eu terminar de limpá-lo enquanto você descansa.

— Mas acabei de pegar ele – ela fez biquinho, e eu ri dela. Eu estava exultante demais. O bebê parou de chorar e ficou ali quietinho mexendo a mãozinha. — Ok, você pode pegar ele, mas limpe-o logo para que eu possa pegá-lo.

Eu o peguei delicadamente dela e o levei até a banheira que eu havia preparado, eu chequei a água que ainda estava morna, graças a Ash. Tirei então a flanela que envolvia seu corpinho, e coloquei ele na banheira, assim que fui dando banho e saindo os resquícios de sujeira eu pude observar sua pele branquinha. Quando vi uma marca de cavalo bem pequena em seu pulso de bebê. Achei estranho, mas não dei muita importância até ouvir o pequeno gemido de Ash. Quando olhei para trás ela estava olhando para a barriga.

— O que foi? – eu perguntei preocupado, sem soltar Kayd.

— Termine com Kayd, e encha outra banheira. Tem mais um bebê. Eu deveria ter desconfiado pelo tamanho dessa barriga.

— Outro bebê? – eu perguntei chocado. E quase soltei Kayd de susto, mas não o fiz.

— Sim, agora cala a boca e ande logo – ela disse e eu rapidamente voltei minha atenção a Kayd, e terminei de limpá-lo. Levei até a mesinha onde tinha as roupas e tudo necessário, e troquei ele, colocando frauda e roupas quentes. Eu só ouvia os gemidos de dor de Aisha. Peguei Kayd e levei até o bercinho, e o coloquei lá, antes de correr para a banheira, esvaziando-a e a limpando em tempo recorde, antes de encher ela de água morna novamente e levá-la para o quarto, bem a tempo de ouvir o grito de Ash.

— Azrael – ela falou e quando cheguei perto dela, a cabeça já estava coroando. Peguei outra flanela e esperei ansiosamente. Não deixando meu cérebro processar que eu estava tendo mais de um bebê.

Eu observei o corpinho saindo e mais uma onda de sangue saindo junto. E eu olhei para Ash preocupada, mas há mesma tinha um olhar determinado no rosto, ela nem mesmo parecia cansada.

Eu peguei o outro menininho em meus braços, ele era mais gordinho que o Kayd, e berrava fortemente. Eu sorri emocionado, eu olhei para a Ash que observava a criança orgulhosamente. Um sorriso no rosto. Eu fiz o mesmo processo que fiz com Kayd, com esse bebê. Eu limpei seus olhinhos e nariz, e envolvi ele na manta antes de entregá-lo a Ash.

Enquanto Ash o admirava e o ninava contra seu corpo suado, eu cortei o cordão umbilical e fiz o que tinha que fazer.

— Qual o nome daremos para ele? – Ash perguntou acariciando o rostinho do bebê.

— Heallen – eu falei e Ash arqueou as sobrancelha antes de sorrir.

— Tudo bem, é um bom nome – ela falou – Olá Heallen, meu rapaz valente.

Ela riu feliz antes de me entregar ele e respirar fundo. Eu beijei seus lábios rapidamente antes de seguir até a banheira, onde eu comecei a lavar o corpinho de Heallen. Assim como Kayd, Heallen também tinha uma marca de cavalo, só que a dele ficava em seu pescocinho. Eu senti meu corpo gelar, principalmente quando ouvi o resmungo de Ash.

— Só pode ser brincadeira.