Capitulo Nove

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CAPÍTULO NOVE

PARTE UM:

Benjamin Scott POV

Franzi minha testa ouvindo aquela voz familiar. Uma voz que por muito tempo me fez um bem danado e agora causava arrepios de tanto nojo. Fechei minha cara ao ter certeza de que estava ouvindo a voz certa e que realmente Sabrina estava na porta da minha casa.

— Cara... — George disse com uma expressão séria.

— Por que vocês ficaram tão sérios? — Stacy perguntou com a cara fechada, como se estivesse estressada com nós três.

— O que tá rolando aqui? — Lola perguntou da mesma maneira.

Literalmente elas eram melhores amigas que se defendiam em absolutamente tudo.

Me levantei da cadeira, adentrei a sala e vi Ayla na porta encarando Sabrina. Ver aquele ser humano loiro me causou certa repulsa. Uma vontade imensa de xingar, gritar e fazer tudo que não tive coragem de fazer me dominou. Respirei fundo.

— O que esta havendo aqui? — perguntei sério.

— Ela está te procurando. — Ayla tentou sorrir para mim, mas não escondia como estava irritada.

Bastava apenas saber o motivo dela estar brava, sendo que eu mesmo não fiz nada.

—  Vamos levar as meninas embora. — George disse entrando na sala, acompanhado das garotas e de Tyler.

— Eu vou com vocês. — Ayla disse apressada.

— Por que? — perguntei segurando seu braço com delicadeza.

— Benjamin, preciso falar com você. — Sabrina disse da porta — Oi meninos.

— Vamos logo. — Tyler disse a ignorando.

— Vou buscar a minha bolsa.

Ayla se soltou de mim e subiu as escadas correndo.

— Vai embora da minha casa. — falei antes de correr atrás de Ayla — Por que você está indo embora? Fica aqui comigo, dorme aqui.

— Benjamin, acho melhor eu dormir na minha casa. — ela respondeu sem me encarar.

— O que está havendo? — segurei seus braços e a obriguei a olhar pra mim — Poxa, fica.

— Não vai rolar. — me encarou séria e eu franzi a testa — Tenho muita coisa para fazer, podemos nos ver amanhã, ok?!

— Ayla, conversa comigo, cara! Você acha maneiro sair assim sem falar nada e sem ter motivos? Achei que dormiria comigo hoje.

— Ben, os meninos estão me esperando para ir embora e a sua amiga está lá embaixo. Podemos nos ver sem problemas amanhã, dorme amanhã comigo mas agora eu quero ir para casa.

Ayla soltou seus braços, beijou meus lábios de maneira rápida e saiu do quarto.

Seu olhar era uma mistura de esperança com decepção, o que me deixou totalmente perdido. Eu tinha a decepcionado de alguma maneira? Mas literalmente não fiz. Era como se eu tivesse a traído... Mas não. Não tínhamos nada e eu também não tinha mais ninguém.

Ouvi a porta fechando no andar debaixo e me senti sozinho. Bufei, ainda tendo esperança da minha garota estar me esperando e disposta a conversar e me ouvir.

— O que você ainda esta fazendo aqui, porra? — perguntei, encarando Sabrina com ódio.

— Preciso muito conversar com você, falar tudo que preciso falar. Éramos amigos.

— Some da minha casa e da minha vida, por favor.

— Benjamin... Eu sei que não tenho direito nenhum de te pedir isso, mas me escuta.

— Não tenho tempo para te ouvir, tenho que sair.

— Você vai atrás daquela menina? Pelo amor de Deus, ela nem faz seu tipo.

— E quem faz meu tipo? Você? A mulher que acabou com nosso noivado para ficar com um dos meus melhores amigos?

— Eu sei que errei mas você nunca poderá dizer que não te amei. Te amo muito, me arrependi pra cacete de tudo que fiz.

— Sabrina, vai se foder! — gritei irritado — Some daqui, porra. O que você veio fazer aqui? Não tem sentido nenhum, agora que estou bem, você vem e aparece! Porra, me esquece.

PARTE DOIS

Ayla Davis POV

Minhas amigas nem ficaram comigo para saber como estava realmente me sentindo, até porque aleguei estava tudo bem e que não tinha motivo nenhum para ficar triste. Então elas se arrumaram e foram dormir com os meninos, já que iriam embora amanhã. Nunca que eu seria a empata foda delas.

Me joguei no sofá encarando o teto e bufei, sabendo que estava sentindo um ciúme desnecessário de Benjamin. Ele poderia seguir a vida dele normal. Eu nunca pedi exclusividade ou algo do tipo, muito pelo contrário, nosso relacionamento era completamente aberto e sem cobranças. Mas as coisas eram tão naturais que realmente achei que assim como eu, ele não estava se envolvendo com mais ninguém.

Peguei meu  celular vendo algumas ligações de Benjamin e pensei em retornar, mas ele iria querer saber porque fui embora e sendo sincera nem tinha uma desculpa para aquilo. Só senti ciúme e decidi ficar sozinha.

— Ayla! — escutei a voz de Benjamin e logo minha campainha começou a ser tocada  várias vezes.

Me levantei do sofá, abri a porta e o encarei com a testa franzida.

— O que está fazendo? — perguntei.

— Eu precisava te ver então vim até aqui. — respondeu com a respiração ofegante — Você não tinha que ter ido embora.

— Tudo bem. Vamos dar uma volta?

Fechei a porta atrás de mim, entrelacei nossos dedos e comecei a andar em direção à praia. Benjamin estava me parecendo bem nervoso e não queria ter a sensação de que era por minha causa.

— Por que foi embora?

— Só achei que precisava ficar sozinho com a loira. Ela queria falar com você e disse ser um assunto sério.

Benjamin ficou quieto. Me sentei na areia esperando ele sentar ao meu lado, demorou um pouco mas logo com um suspiro, seu corpo se jogou ao meu lado.

— Conversa comigo. — pedi baixinho.

Observei seu corpo se deitar na areia e seus olhos se perderem no céu estrelado. Me deitei em seu peito, ficando cara a cara com ele. Vi um sorriso crescer em seus lábios e meu coração bateu acelerado.

— Sabrina era a minha noiva. Tivemos um relacionamento bem longo, mas terminamos no final do ano passado depois que a peguei na cama com o Oscar, que na época era meu melhor amigo junto dos meninos.

— Uau. — mesmo parecendo surpresa, estava me sentindo triste por ele — Sinto muito.

— Eu não a via desde que acabamos nosso noivado e agora do nada ela bateu na minha porta.

— Era realmente algo sério? — questionei balançando os ombros.

— Não quis ouvir.

— Você gosta dela?

— Graças a Deus, não. Fui muito apaixonado por Sabrina, planejei várias paradas para nós dois e me dediquei muito a ela, realizei todos os sonhos que estavam ao meu alcance.

— Eu entendo, tem gente que não valoriza as pessoas.

— Não sinto nada pela Sabrina. — dessa vez ele disse mais sério e segurou meu rosto, encarando meus olhos — Ela é o meu passado, apenas isso.

Minha respiração ficou ofegante, sentia minhas mãos suando e uma curiosidade bateu em mim querendo saber o motivo dele querer me tranquilizar em relação a isso.

Beijei seus lábios com delicadeza, sentindo meu corpo entrar em chamas.

— Está tudo bem. — respondi ofegante — Passado?

— Somente o meu passado. É a minha palavra.

Amor em chamas || Original Onde histórias criam vida. Descubra agora