Reencarnação - Drarry ✔️

Capítulo Quatro

— Albus! — gritou Scorpius irritado ao abrir a porta de seu quarto e o moreno grunhiu por ser acordado daquela forma.

— Que merda... Por que eu decidi deixar a rede de Flu aberta para você mesmo? — resmungou enquanto se levantava. — Draco! — exclamou empolgado e pegou seu afilhado no colo. — O que aconteceu? Você não me pediu para ficar com ele hoje.

— E não ia. — Scorpius disse irritado. — Mas Draco está a semana inteira falando do Harry. — reclamou. — Eu não estou entendendo Albus. Draco nunca falou até encontrar o filho de James e agora não sabe ficar quieto. A cada dia ele está expandindo o vocabulário dele como se estivesse compensando todo o atraso por não ter falado até agora.

— Eu também acho estranho. — Potter se defendeu. — Você acha que não fiquei assustado que a primeira palavra do seu filho foi Harry? Eu nunca falei de Harry para Draco, Scorpius! — exclamou nervoso. — São inúmeros fatores e um mais absurdo que o outro!

— Hawy. — o pequeno choramingou. — Qué Hawy. — o Malfoy mais velho suspirou pesadamente.

— É o que ele vem repetindo a semana inteira. Chloe está até brava que Draco não quer saber de mais nada além de ver Harry.

— Não é minha culpa. — protestou o amigo.

— Eu sei que não é, Albus. Só... Foi uma semana difícil por causa dessa... Adversidade...

— Linda palavra difícil, mas James não falou nada de me trazer Harry. Não vai adiantar nada você querer que eu fique com Draco.

— Por favor, consiga a companhia de Harry hoje. — pediu Scorpius e Albus pensou que talvez estivesse ficando louco em ouvir um pedido daqueles.

— Eu vou fazer uma chamada. — alertou se levantando e o loiro então se permitiu reparar nos cabelos bagunçados do moreno após acordar e sorriu com a nostalgia de acordar em Hogwarts e ver o amigo daquele mesmo jeito.

Mas sem um bebê no colo, com certeza.

— Merlin! Que bom que você ligou, Albus! — James disse com certo desespero.

— Não sabia que eu era tão amado por você, James. — brincou e no meio do fogo Draco viu Harry no colo de James e ambos chamaram o nome um do outro a sua maneira.

— Viu? É por isso que eu queria falar com você. Harry não para de falar que quer ver o Draco. — reclamou. — O que você fez com o meu filho?

— Por que vocês acham que a culpa é minha!? — reclamou o padrinho irritado.

— Porque foi você que ficou cuidando dos dois, é lógico. Se eu soubesse que você iria cuidar dos dois eu teria tentado deixar Harry com outra pessoa.

— Você fala como se Draco fosse uma ameaça, James. — Severus murmurou decepcionado, achava que James havia superado essa parte, porém estava enganado.

— Amor, pare de ser idiota. — reclamou a mulher aparecendo nas chamas. — Albus, o que acha de passar o dia n'A Toca? Sabemos muito bem que você foi convidado, então traga essa sua bunda sonserina e seu afilhado para que os dois possam brincar, está bem? — perguntou Ellen apaziguando a situação e Scorpius sorriu com aquilo.

— Sim, mamãe. — brincou Albus com um sorriso. — Eu vou me arrumar e já irei para A Toca.

A contragosto, Scorpius deixou Draco nas mãos de seu melhor amigo e foi embora assim que percebeu que o homem estava arrumado e alimentado.

Quando Albus chegou na Toca percebeu que Harry já esperava ansiosamente seu novo amigo. Por esta razão, os deixou brincando enquanto ia cumprimentar todos. Vovó Molly aparentava cansaço pela idade e por estar a manhã toda preparando comida para todos, mas estava visivelmente feliz em ver a casa cheia e isso se refletia em seu marido.

Enquanto alguns decidiram ir ajudar na cozinha e dar uma pausa para Molly — porque jamais poderiam dispensar ela de sua tarefa favorita que era preparar o que encheria o estômago de todos ali presentes — a matriarca foi ver seu bisneto e consequentemente seu amigo.

Molly se surpreendeu ao ver o quanto os dois estavam se dando bem e não se desgrudavam enquanto falavam coisas que às vezes eram incompreensíveis. Apesar das dificuldades, juntou-se aos pequenos e brincou um pouco com eles.

— Eu não entendo. — murmurou Ellen.

— O quê? — Albus perguntou apenas para possibilitar que a mulher desabafasse, pois tinha noção do rumo da conversa.

— Harry não falava de jeito nenhum. Eu estava extremamente preocupada com seu desenvolvimento por causa disso, levamos eles a médicos trouxas e a medibruxos, e nenhum deles tinha uma resposta. Todos me disseram que eu deveria esperar. — ela suspirou frustrada. — Por que Draco seria a resolução desse problema?

— Desculpa, Ellen. Eu não sei...

— Não precisa pedir desculpas, querido. — Ellen disse com seu típico sorriso que acalmava a todos. — Eu estou aliviada que Harry seja capaz de falar. É apenas...

— Intrigante. — concluiu o padrinho e a mãe concordou.

— Tenho certeza de que os dois vão se tornar melhores amigos insuportáveis e inseparáveis como o trio de ouro era ou como você e aquele Scorpius são.

Albus riu e concordou com a cabeça.

[...]

Enquanto ninguém prestava atenção no rapaz cuidando de seus afilhados, este aproveitou a oportunidade para perguntar para as duas crianças algo que soava burrice em sua cabeça.

— Harry. Draco. — chamou a atenção de ambos. — Como vocês se conhecem?

Os dois pareceram achar a pergunta muito complexa para se responder porque trocaram olhares e depois olharam para o mais velho como se pedisse desculpas por não saberem como se expressarem. Albus se sentia um idiota supondo que aquilo se devia ao limitado vocabulário deles.

— Vocês se conhecem de outra vida? — Albus persistiu e ambos sorriram um para o outro e se abraçaram. — Certo... — ele murmurou sem saber se aquilo era um "sim" ou uma ação sem sentido. Pensou na teoria que havia cogitado enquanto havia aproveitado a primeira refeição daquele dia e concluiu que não havia nada a se perder. — Harry, você é meu pai? — perguntou e segurou sua risada perante aquela estúpida pergunta.

— Papa. — repetiu a palavra e ficou sem saber se Harry compreendera sua questão e havia concordado ou se apenas havia repetido a palavra que escutara.

— Você realmente gosta de cuidar deles. — Lily comentou se aproximando de Albus que já havia decidido deixar o assunto de lado e agora brincava com alguns carrinhos que James e Ellen haviam trazido.

— Eles são os filhos que eu não vou ter. — explicou com orgulho.

— Você realmente não tem interesse, Albus?

— Definitivamente não. — concluiu ele. — Esses dois são suficientes e você sabe que eu não tenho interesse em ter alguém comigo como James e Scorpius tem.

— Eu sei, mas... Você não se sente sozinho?

— Sozinho... — pensou. — Você sabe das confusões que me meti antes de Scorpius namorar Rose. Eu odiava ser o Potter sonserino. Mas com certeza isso não tem haver com minhas decisões e muito menos com meus desinteresses românticos e sexuais. As pessoas têm ambições diferentes para a vida, Lily. Somos diferentes e não há nada de errado nisso. — explicou calmamente e Harry bateu o carrinho que tinha nas mãos contra o seu repetidamente. — O que foi, Harry? Acha divertido bater no meu carrinho?

Lily observou o irmão com surpresa. Jamais esperou tais palavras dele, mas sorriu satisfeita com o diálogo. Ele parecia ter aprendido muita coisa ao decorrer da época em Hogwarts.

Os meninos estavam em ótimas mãos.

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Palavras: 1294
Publicado: 23/08/2020

Tenho que confessar que um relato do meu pai comigo quando bebê que me inspirou a escrever a cena do questionário do Albus com os piticos osjapasjopasjpo

Muito obrigada por estarem lendo, comentando e votando <3
É uma honra ter vocês por aqui!