Capítulo Seis

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Conforme os anos se passaram, Albus começou a ter mais certeza de que a relação de seus afilhados ultrapassava a vida atual e passada deles. Jamais contou isso para alguém, pois sempre considerava seus pensamentos loucura. Ele percebeu que conforme cresciam, as duas crianças passaram a esquecer o que sabiam das vidas passadas, mas elas demoraram até quase os quatro anos para esquecerem de tudo da vida passada. Estranhamente, ninguém mais parecia ter descoberto comentários inusitados como ele descobrira.

Era seu último dias com seus afilhados antes que eles fossem para Hogwarts oficialmente.

Albus sentiu-se velho.

Eles decidiram passar o dia dentro de casa jogando com um vídeo game — extremamente trouxa, mas os três amavam.

— Padrinho, você acha que meu pai me perdoaria se eu fosse para a Sonserina? — Harry perguntou assim que morreu no jogo.

— Por que você acha que eles não iriam gostar? — Albus devolveu a pergunta. — Merda! — praguejou ao ser morto por Draco que sorria satisfeito.

— Porque só você é da Sonserina. E meu pai não parece gostar muito disso...

— James não é perfeito, assim como nenhum ser humano, Harry. — começou enquanto soltava seu controle para poder dar atenção ao sobrinho. Notou que Draco não se importou em terem que deixar o jogo de lado, apesar de ainda querer jogar mais. — Seu avô uma vez me contou um segredo que eu acho que mais ninguém sabe.

— O quê? — Harry questionou interessado.

— O chapéu seletor leva em conta o que você pensa. Meu pai ia ser mandado para a Sonserina, mas ele pediu que não fosse para aquela casa e acabou na Grifinoria.

— Eu posso... Escolher..?

— Não sei. — respondeu com sinceridade. — Eu queria ser mandado para a Grifinoria, mas acabei dentro da Sonserina. Eu penso que aquele chapéu não considera exatamente nossa opinião, mas sim o porquê do que nos leva a pensar aquilo.

— Que complicado... — murmurou Draco prestando atenção na conversa.

— Não precisam ficar pensando nessas complicações. Pensem que vocês farão grandes amizades independente da casa que estiverem. E não há nada de errado se caírem em uma casa diferente da que esperam, está bem? — os dois concordaram, mas Harry ainda demonstrava estar em um conflito interno. — Se os pais de vocês ficarem bravos com a ideia, eu vou azarar eles por vocês.

Os futuros estudantes sorriram com a ideia infantil.

No fim, Harry foi parar na Sonserina junto com Draco e James quis colocar a culpa em Albus. Naturalmente, Ellen não permitiu e após alguns dias o pai já havia melhor aceitado a ideia. Enquanto isso, Scorpius estava feliz da corrente "Malfoy sonserino" não ser quebrada, mas ele nunca pareceu se importar com a ideia de seu filho ir para outra casa, porque ele estava cogitando a ideia há um tempo.

Mas havia achado engraçada a carta conjunta de seus afilhados contando que a Sonserina puxou um coro com o nome da casa quando Draco sentou-se para receber o chapéu e a Grifinoria decidiu fazer o mesmo quando fora a vez de Harry.

Imprudência Grifinoria ambos tinham. Albus não conseguia deixar de rir toda vez que recebia uma carta contando uma nova aventura deles. Apesar disso, pelas cartas mostravam terem conseguido se provar garotos incríveis e dignos da lealdade de muitos estudantes.

As notas deles eram invejáveis. A dupla Potter e Malfoy não era uma novidade, pois Albus e Scorpius haviam chocado a todos com a amizade deles, mas Harry e Draco atuais eram cópias da versão um ponto zero, a comparação era inevitável.

Uma carta de Harry contou que o professor de História da Magia os considerava os próprios avôs. O fantasma simplesmente não via a diferença.

Através de inúmeras cartas e até mesmo durante os dias que viu ambos nas férias pôde comprovar que os garotos sofriam a mesma coisa que outrora passara. A insuportável pressão que seu nome trazia. A incrível semelhança e os nomes iguais intimidava ambos com a expectativa de que fossem péssimos ou bons como seres humanos.

Ideia estúpida. Albus queria proteger aqueles dois e estuporar a todos.

— Tio. — Harry chamou após o jantar n'A Toca.

— Diga.

— Você acredita em almas gêmeas? — a pergunta surpreendeu Severus.

— Eu não acreditava. — confessou.

— Não? O que te fez acreditar?

— Você e Draco.

— Eu e Draco? Por quê? — indagou interessado.

— Não sei... — mentiu. Ele sabia muito bem o motivo. — Vocês dão essa impressão... Por que a pergunta sobre almas gêmeas?

— Na última aula de adivinhação a professora leu minha mão e a do Draco... Ela abriu um sorriso enorme e falou toda feliz que eu e ele somos almas gêmeas...

— Isso é ruim? Te preocupa? — questionou afligido com o receio do sobrinho.

— Eu disse para ela que não acreditava nessas idiotices. Ela não pareceu ficar abalada... — ali estava ele provando que se arrependia de ter dito aquilo à docente, o mais velho não evitou o sorriso perante a constatação. — "Pois deveria, Potter. Sabia que reencarnamos com um propósito? Não consigo ver qual o de vocês, mas deve ser bom saber que sua alma gêmea está por perto, não acha?" Ela me respondeu algo assim.

— E exatamente o quê nessa conversa está te deixando desse jeito?

— Isso significa que eu deveria amar Draco? Romanticamente falando. — Severus sorriu com a pergunta.

— Não necessariamente, Harry. Acredito que você não tenha compreendido o conceito de almas gêmeas ainda. Mas você não deveria se preocupar com romances. Você ainda tem só doze anos. Apenas aproveite para viver e se divertir com seu melhor amigo.

— Harry! Larga seu tio e vem aqui me ajudar com a sobremesa! — brigou Ellen e a contragosto o filho foi para a cozinha.

— Do que Harry estava falando? — James perguntou se aproximando do irmão.

— Sabe, James... Existem coisas que você não conta para seus pais, eu estou aqui para isso. Não se preocupe, se fosse algo perigoso eu te contaria.

— Você só serve para estragar meu filho, Albus. Não confio em você.

— Se realmente não confiasse não teria me escolhido como padrinho. — provocou sorrindo. — Eu estou falando, não é algo que você precise se preocupar. — o Potter mais velho pareceu pensar acerca, pois ficou alguns segundos em silêncio.

— Obrigado por ser esse apoio para Harry. — o mais novo não evitou a surpresa com o agradecimento.

— Eu amo eles, você sabe disso. — foi a única coisa que respondeu.


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Publicado: 13/09/2020
Palavras: 1105

Para compensar minha demora com os dois últimos capítulos, postei esse beeem antes k

Muito obrigada por lerem e comentarem! <3

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