XII - FESTA SURPRESA

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Chegou o dia do meu aniversário. Por um lado, era um dia muito feliz, pois tinha o meu pai e minha mãe juntos comigo juntamente com minha avó, o que era bem raro de se acontecer considerando que os dois viviam viajando. Por outro lado, era também um dia triste, pois a três dias atrás, eu perdi o meu avô.

Apesar de eu só o ter conhecido a pouco mais de dois anos, pois todos achavam que ele estava morto, eu já o amava muito. Mesmo com suas crises de "rabugentisse" ele era uma ótima pessoa e se preocupava muito comigo. Eu podia ver a forma como ele se empenhava em me ensinar todas aquelas coisas de Elemental, pena eu não ter conseguido aprender tudo antes que ele se fosse, para que eu pudesse tê-lo deixado orgulhoso de mim. De qualquer forma, em memória dele, farei o possível para aprender a última técnica que ele me mostrou, a Conversão Elementar.

Pensando nisso, acordei cedinho, 5:00 a.m. e já fui logo tomando o café da manhã.

Ninguém havia acordado ainda, então tive o cuidado de fazer o mínimo de barulho possível. Meu fogão era elétrico, e como não tinha nenhum fósforo por perto para acender o fogo sem usar o botão (o que acabaria com meus planos de silêncio pois ele era muito barulhento), eu usei o elemento fogo para acender, e aproveitei para dar uma agilizada nas coisas.

Assim que tudo estava pronto, comi e já fui logo saindo pela porta dos fundos, deixando um bilhete na geladeira avisando para aonde eu tinha ido, é claro.

Saí voando e fui para o local mais reservado que pensei para treinar minhas habilidades: o riacho.


Quando cheguei, já fui pegando um pouco de água para tentar repetir a mesma coisa que havia feito outro dia: converter a água para o fogo e depois para eletricidade ou algo perto disso.

Na primeira vez que isso aconteceu, o que foi meio que sem querer, não foi tão difícil, mas acho que eu meio que tive influência das circunstâncias e não sei se farei a mesma coisa com a mesma rapidez da última vez. De qualquer forma, eu tinha que pelo menos tentar, e eu sabia que a base para isso era a concentração.

Foquei na bolha de água flutuante e tentei começar com o básico, a manipulação base do elemento; fiquei transformando a água em gelo, depois em vapor, depois em água novamente e assim por diante. Repeti o processo várias vezes até me cansar.

Meu avô uma vez me disse que, se você aprender uma coisa nova, mas ainda não tem o domínio absoluto sobre aquela habilidade, não adianta tentar aprender outras além daquela, mas o ideal é focar naquilo que você já tem uma ideia de como fazer, assim você vai ser um especialista naquilo. Aí sim, depois de dominar aquela determinada coisa, você pode passar para uma segunda, terceira, quarta e assim sucessivamente, até finalmente alcançar o auge de seu potencial.

Pensando nisso, foquei primeiramente nos elementos básicos que eu já dominava, começando pela água, é claro. Depois passei para outro e outro até completar os sete, voltando para a água novamente e só aí comecei a tentar a conversão.

Com a esfera aquática ainda flutuando, me concentrei, e depois de um tempinho a bolha de água começou a brilhar, e das suas laterais começaram a sair algumas faíscas, fazendo ela parecer uma espécie de bola de luz líquida até que finalmente ela se transforma em uma bola de luz incrivelmente forte. Parecia aquelas bolas de plasma, só que muito mais forte e brilhante.

Satisfeito com o feito, tentei fazer o processo inverso, e novamente tive sucesso, o que me deixou muito feliz e animado para tentar novas conversões.

Nisso, eu fiquei quase toda a manhã treinando a habilidade, o que valeu muito a pena, pois além de dominar bem a conversão da água para a eletricidade e o fogo, eu também consegui converter o elemento planta e o elemento terra, porém já estava bem cansado para tentar conversões novas, então decidi voltar para casa e descansar um pouco para voltar à tarde novamente. Isso se eu conseguisse, pois estava simplesmente exausto.

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