ℬℯ𝓈𝓉 𝒲𝒶𝓎 𝒯ℴ ℒℴ𝓋ℯ

Danger

Camila Cabello's point of view

Assim que cheguei em casa decidi começar a fazer o almoço antes de ler aquela maldita pasta, as informações que Lauren tinha me dado mais cedo conseguiram me deixar completamente confusa e paranóica. Se isso tudo acabar não sendo uma coincidência eu moro com a porra de um criminoso, mas embora eu tivesse tentado apenas ignorar aquilo... O objeto vermelho continuava na minha cabeça como a porcaria de um letreiro neon me impedindo de focar em qualquer outra coisa.

-Por favor, não seja um babaca. -Murmuro respirando fundo ignorando tudo o que estava fazendo e me sentando na mesa da cozinha.

Respirei fundo antes de finalmente abrir o arquivo e a foto estampada na primeira página fez meu coração gelar e meus olhos se encherem de lágrimas. Eu não conseguia acreditar que o Nat poderia ser uma pessoa tão cruel e tão fria, ele parecia ser alguém tão calmo e ele era tão cuidadoso comigo. Ler todas aquelas informações foi como receber um balde de água fria na cabeça, como se tivessem tirado o meu chão e como se eu não fosse capaz de respirar. Eu não conseguia acreditar, quer dizer... Eu não queria acreditar e aceitar que fui enganada. Doía demais a ideia de estar abrigando alguém que machucou tanta gente, era como se automaticamente parte da responsabilidade do que ele fez fosse depositada em mim.

Quando finalmente parei de chorar horas já poderiam ter se passado, eu simplesmente tinha ficado naquela mesa e deixado tudo sair. Toda a raiva, tristeza e dor foram embora através dos meus olhos, aquilo tinha acalmado um pouco a minha alma, mas infelizmente minha mente continuava tão pesada quanto uma bigorna. Eu só não conseguia decidir o que fazer, se eu ligava para ela ou se avisava para ele. Anatoly era um criminoso, mas ele continuava sendo meu amigo... meu irmão. Parecia obvio o que fazer, então por que eu não conseguia pegar a porra do celular?!

Deixei meus dedos percorrerem pela tela do celular, digitando o número que já fazia parte da minha vida a alguns anos. Eu não conseguia simplesmente o dedurar e fingir que nossa amizade nunca existiu, eu não era assim. Eu nunca conseguiria mentir para alguém que eu gosto... e pode soar estranho, mas eu me importava com aquele filho da puta.

-Nat?. -Digo baixinho, como sempre ele havia atendido no primeiro toque.

-Kaki?Tudo bem?Você está com a voz de choro. -Ele disse e antigamente eu poderia jurar que ele estava realmente preocupado. -Aquela agente que você está saindo te machucou?! Kaki, se ela te fez chorar eu juro que a mato.

-Não... não foi nada disso. -Digo um pouco assustada, eu não me lembrava dele ser tão assustador. -Você pode vir pra casa?Por favor. Eu acho que não estou bem.

-Você não deveria estar no hospital? -Sim, eu deveria. -Quer saber? Não importa, eu ligo e aviso que você não está muito bem. Daqui meia hora estou aí.

-Vai demorar tanto assim? -Você devia era achar bom, quanto mais longe dele mais segura você está.

Merda de consciência, cale a boca!

-Eu estou fora da cidade, resolvendo um probleminha. -Ele falou e foi fácil perceber que estava irritado com algo. -Parece que a carga que a equipe que contratei não estava onde precisava estar. Mas não se preocupe, eu estou indo para casa te ajudar e resolvo esse outro problema amanhã.

-Tudo bem, obrigada por isso Nat. -Murmuro baixo antes de desligar, eu estava um pouco nervosa demais para falar qualquer outra coisa.

Fechei os olhos e apenas tirei alguns minutos para tentar apagar todas as imagens que voltavam em flashs na minha cabeça. Agora eu só precisava ligar para a minha morena de olhos verdes e pedir para ela me dizer o que fazer, mas já era a quinta vez que eu ia parar na caixa de mensagens e aquilo me assustava. De alguma forma, eu sabia que ela estava em perigo... e aquela sensação estava apertando os meus pulmões e impedindo o ar de entrar corretamente.