- Harry?! Harry, você precisa acordar. Acorda AGORA!
- Eu... Oi? - Abri os olhos rápido ao reconhecer aquela voz.
- Harry, sou eu. O Louis. Fala comigo... - Ele me sentou e ficou segurando para que eu não caísse.
- Louis... Eu tive um sonho horrivel, você tinha sumido e tinha essas pessoas dizendo que eu era louco e que você não existia. Eu tive tanto medo, eu estou com medo... - Não consegui segurar as lágrimas ao olhar dem no fundo daqueles lindos olhos azuis. Deus, como eu tive medo de perdê-lo!
- Ei, ei, ei, está tudo bem, ok? Eu te prometo, só precisamos sair daqui logo, você precisa levantar comigo e andar, ok? - Ele me deu um beijo demorado na testa e logo depois colocou meu braço em seu ombro e me ajudou a levantar.
Eu estava fraco, confuso, perdido. Mas estava com ele.
- Bem que dizem que osso pesa, não é mesmo? - Ele deu uma risada fofa, mas eu ainda estava fraco para comentar ou brigar. Ou brigar de brincadeira.
Ele me ajudou a caminhar até uma casa antiga, cheia de pessoas estranhas num jardim enorme, todos usando branco. Achei que poderia ser um hospital, era o mais óbvio. Eu me enganei, mas não completamente. Era um hospital. Um hospital psiquiátrico. "Mas que diabos, Louis?!", tentei parecer firme, apesar da fraqueza. "Seu lugar é aqui, Harry, seu lugar é aqui até você provar que é capaz de sair. Você pode, mas não agora.", ele disse enquanto me encarava, muito sério, e me entregava para um enfermeiro grande e gordo.
Isso não poderia estar acontecendo, poderia? Louis me deixaria em um lugar em que eu não conhecia ninguém? Ou melhor ainda: ele me deixaria? Não o meu Louis.
Não.
O.
Meu.
Louis.
Me prepararam, essa parte foi horrível. Tiraram minha roupa, me deram banho com uma mangueira muito forte, me forçaram a usar roupas brancas como os outros pacientes. Sim, agora eu era um deles. Me deram uma sopa que mais parecia aquelas comidas de bebê, me levaram ao meu quarto e trancaram a porta. Pelo que eu percebi, devem ter jogado a chave fora. Para eles eu era um louco completo, mas eu sei que não sou. Louis deve estar brincando, isso não pode ser sério...
No meu quarto tinha várias coisas interessantes; tintas, mas nenhum píncel, livros para colorir mas nenhum lápis de cor. Nada com pontas, nenhum objeto cortante, nada de cordas. Os lençós eram finos como papel, provavelmente para que ninguém acabasse se enforcando. O lençól não aguentaria.
Eu quis tentar.
Peguei as tintas, derramei no chão e com os dedos comecei a espalhar a tinta nas paredes. Talvez eu estivesse realmente louco. Talvez eu já fosse, por Louis. Desde sempre e ainda mais agora. Na parece surgia o desenho de dois olhos azuis, profundos como o oceano. Aqueles olhos que eu amava tanto... Ele me deixou. Sozinho. Ele fez meu maior medo se tornar real. Meu medo de estar sozinho era agora minha única realidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Lost Boy
Fanfic"I've seen death and mass destruction But I'm telling you and I hope that I am heard I will not be commanded I will not be controlled I will not let my future go on, without the help of my soul" The Lost Boy, Greg Holden. Após se ver sozinho em um l...