O sofá, a mesa da sala e a escrivaninha

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Foi exatamente isso que levei ao me mudar para a casa de Louis em 2012. Esperamos dois anos para decidir quando seria a hora certa, até que simplesmente decidimos que a hora já havia passado, mas talvez tenha sido melhor assim. Era muito bom ser namorado e namorado. Continuamos a ser, claro, mas agora parecia mais um casamento. A lua de mel durou até meu último dia em casa, dia esse que eu não lembro quando foi... 

Mas para a mudança não precisei levar muito, Louis morava sozinho a um bom tempo e tinha tudo que precisávamos: menos um sofá, uma mesa para a sala de estar e uma escrivaninha. Até então ele fazia todas as refeições na cama, assistia TV na cama e lia, estudava, etc. também na cama. Ou seja: ele morava na cama! Eu tirei meu sofá do quarto que minha mãe nunca entendeu o motivo pelo qual eu gostava tanto, era uma questão de estilo e um bom preço. Foi um verdadeiro achado! Eu sempre amei escrever e desenhar, então usava minha escrivaninha, levei para continuar fazendo o que eu amava com conforto. E a mesa, bom... Foi um presente. Era a mesa dos meus pais, eles acharam que seria bom fazer as refeições sempre juntos na mesa, como um ritual, isso mantinha a união do casal. E eu amo formar um casal com Louis. 

Na teoria a mudança deveria ser fácil, mas tudo o que eu levei era muito pesado e não tinhamos dinheiro para pagar alguém que subisse com as coisas. E afinal, para quê contratar alguém que levasse apenas três coisas? Desperdício. Eu e Lou subimos minhas roupas primeiro, a coisa mais fácil. Tudo ficou na mala grande e na minha mochila por muito tempo, ele não tinha espaço para nada porque tinha muitas roupas guardadas. Já a escrivaninha também não nos deu problema, não era muito pesada, não era grande, super fácil de encontrar um espaço no quarto. 

O nosso primeiro desafio foi a mesa: como faríamos para subir com ela? Não era grande, mas também não era pequena. Nós tentamos com ela de lado, com ela em pé, com ela de cabeça para baixo. Perdemos horas na frente do prédio pensando no que fazer até que depois de rir muito o síndico nos informou que há um elevador de serviço nos fundos do prédio. Só precisávamos desmontar a mesa, tirando suas pernas, e subir por lá. "Eu odeio aquele síndico! ", eu disse com ódio quase escorrendo no canto da boca enquanto Louis ria da situação. O que eu quero dizer é: por que aquele idiota esperou tanto para nos ajudar?! Mas pelo menos subimos com a mesa, montar se tornou um segundo plano, que demorou semanas para ser posto em prática. 

O último e pior dos problemas foi o sofá, ele era muito grande e pesado e não tinha como desmontar. Louis morava em um dos ultimos andares do prédio, só de pensar minhas pernas tremiam de fraqueza. Ele odeia aquele sofá, e odiou mais ainda naquele dia. Me implorou que eu jogasse fora, era pedir para perder tempo subir com aquilo.

- Quem vai querer assistir no sofá quando se tem uma cama boa como a minha? - Ele disse num tom de desafio.

- As visitas, ou você quer meus pais na nossa cama? Ou nossos amigos, não sei. Mas você quer? 

- Claro que não! Imagina que estranho eles se divertindo onde fazemos sexo... - Ele riu alto, é um idiota. 

- No sofá também podemos fazer... 

- Subindo o sofá em 3, 2, 1. - De repente ele pareceu amar a ideia, mas ele ainda odeia o sofá pelo sofrimento que nos causou.

Enquanto sofríamos horrores para subir com o móvel, conversamos sobre a vida nova que estávamos começando naquele dia. Ele parecia animado, eu estava explodindo de alegria por dentro. Parecia aquelas meninas de 15 anos escrevendo o sobrenome do garoto que gostam no diário. Eu tenho um diário e está cheio de "Harry + Louis = Love", e eu não me envergonho. Apenas digo a verdade. 

Conversamos tanto, mas tanto que não percebemos os andares e acabamos no último. Um antes da cobertura. Ele gritou de raiva, eu gritei de raiva. Acabamos rindo. Subimos mais um andar e deixamos o sofá lá mesmo, eu desci para pegar cervejas e ficamos por ali até tarde. Se tornou o nosso safe place, é o que ele diz. Mas meu lugar seguro é dentro do abraço dele.

Nota: Só para dar uma atualizada mesmo, desculpa (se alguém ler), eu realmente desanimei. Mas não consigo mesmo deixar incompleto. Talvez eu adiante logo para o final, não sei.

The Lost BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora