No instante que os últimos esqueletos foram absorvidos pela terra, algo ocorreu.
Um terremoto imenso se espalhou por todo o local, de forma que o Legado Supremo tremeu por inteiro, montanhas ruíram e a água do Rio da Vida inundou boa parte do seu entorno.
Le Chang, incapaz de flutuar, apenas tentou equilibrar-se o melhor que podia no chão que movia-se caoticamente.
E então, pouco a pouco, ele viu algo surpreendente.
Do chão, um Portão imenso começou a surgir, a terra partiu-se ao seu redor, criando vales imensos e pedras tão grandes quanto montes, caiam do alto daquele portão, criando crateras ao atingirem no solo.
Aquele portão era colossal, tão grande quanto a maior das montanhas.
Ele era negro, mas não apenas isso, todo ele era feito com ossos, os quais pareciam ter sido carbonizados e chegaram perto de virar cinzas.
Unindo aqueles ossos, havia um metal líquido que movia-se como se fosse algo vivo, aquele metal transmitia uma sensação de peso sem igual.
Le Chang, com seus olhos, percebeu que uma esfera no tamanho de uma unha daquele metal, pesava em torno de um bilhão de toneladas.
Isso o assustou, aquilo ali não era uma força que estava em um patamar mortal, aquilo era algo mais.
Antigo, poderoso, sinistro e maligno.
Aqueles ossos eram todos de seres no Pináculo do Cultivo, das mais variadas raças, como de Deuses Dragões, Elfos, Tigres Divinos, Humanos, Anões, Feras Mágicas, Raças Humanóides e das demais Raças Divinas.
O poder para fazer algo como aquilo não poderia ser mensurado.
Uma força capaz de usar ossos dos poderosos como tijolos?
Algo capaz de exterminar Raças Divinas e os humilhar a tal ponto?
Que ser era forte o suficiente para tal?
Nem mesmo os Três Seres Negros demonstraram um poder desse nível, e, para fazer algo do tipo, eles teriam que retirar suas amarras e usar o poder divino que eles possuíam, afinal, eles eram Deuses.
Contudo, além deles, nunca outros deuses pisaram no Reino Supremo Mortal.
Sendo assim, um Mortal capaz de trucidar e pisar sobre todos os outros?
Algum dia houve alguém tão supremo e tirânico a tal ponto?
Le Chang tinha dezenas de perguntas fervilhando dentro de sua mente, perguntando-se coisas que talvez jamais tivessem respostas.
Aquele Portão, por si só, era algo de um poder assustador.
Aquilo era tão grande e sua massa era tão assustadora, que Le Chang sentiu-se sendo puxado por sua gravidade.
Era preciso entender que todo aquele lugar tinha seu espaço selado, de tal forma que nem Le Chang, usando a Energia Dourada, era capaz de moldar o espaço ao seu bel prazer.
Então, um material, um objeto, demonstrou ser mais poderoso que Le Chang em seu ápice.
Que ser era capaz de ter como entrada de seu território, um Portão capaz de suprimir deuses?
Le Chang ficou olhando para aquilo e claramente sentiu-se pequeno.
Não era possível ver o topo dele, já que ele havia atingido uma altitude acima das nuvens.
Além disso, o Portão tinha um tipo de fechadura no centro horizontal dele, bem na parte de baixo, em uma altura que Le Chang era capaz de alcançar sem precisar flutuar.
Sendo assim, apesar de tudo lhe dizer para correr, ele andou com convicção e quando chegou perto daquele portão, respirou fundo e levou a mão até a fechadura, que era basicamente um crânio de um elfo, e uma corrente presa em ambos os lados dele.
Para abrir, Le Chang precisaria despedaçar aquele crânio, para sua sorte, o crânio não era tão resistente, afinal a força do ser ao qual ele pertencia, estava apenas no Dao dos Imortais.
O jovem rapidamente o quebrou e quando o fez, foi jogado centenas de milhas para trás, quando o Portão se abriu a uma velocidade assustadora.
Le Chang cuspiu sangue e percebeu que ele havia sido gravemente ferido.
Seu peito afundou, seus pulmões foram esmagados, seu fígado se rompeu e seu baço foi trucidado.
Suas pernas estavam quebradas em vários lugares e sua mandíbula também estava fraturada.
"Isso não deveria ser capaz de mover-se nessa velocidade..." Era o pensamento do jovem.
Como poderia algo mais pesado que os maiores buracos negros, ser capaz de mover-se a velocidades próximas a da luz.
Sim, o portão se abriu a uma velocidade de cerca de noventa por cento da velocidade da luz, mesmo que o espaço estivesse selado para não permitir isso.
Um objeto, capaz de se opor às leis impostas naquele lugar, isso era assustador.
Contudo, quem estava ali não era um cultivador normal, era Le Chang.
Ele rapidamente chamou a Energia da Criação e a Energia da Realidade, afinal, elas eram as únicas capazes de resistir a desintegração causada por aquele lugar.
A Energia da Criação era a única acima da Energia da Vida e da Energia da Morte, enquanto que a Energia da Realidade estava no mesmo patamar que elas.
Então, fazendo uso dessas energias, Le Chang rapidamente começou a recuperar seus graves ferimentos, o que não demorou mais que alguns minutos.
Se qualquer um visse a velocidade absurda que ele se curava, com certeza, ficariam pasmos.
Ele então se colocou de pé como se nada tivesse acontecido e bateu em suas roupas, tirando o pó.
"Certo... Certo... Veremos o que você tem para mim..." E com um sorriso em sua face, Le Chang disparou para dentro do Portão.
Le Chang surpreendeu-se ao perceber que Portão na realidade não era um portal, mas sim uma escadaria que ia em direção às profundezas da terra.
Havia uma construção tão grande sobre o solo?
Se o Portão estivesse em escala, o castelo, e seja lá o que for que esteja abaixo do solo, seria grande o suficiente para cobrir uma parte imensa do subsolo.
Ele provavelmente esteve andando por um bom tempo sobre esse complexo, mas não percebeu.
Le Chang continuou descendo as escadas com grande velocidade, mas sempre com total atenção ao seu derredor.
Não tão surpreendente assim, o Sentido Divino de Le Chang só conseguia atingir um raio de uma milha ao redor dele.
Apesar de parecer bastante para quem estava dentro de um castelo, isso não se aplicava ali.
As paredes que estavam no subsolo, tinha duas milhas de espessura e eram feitas com aquele metal líquido e ossos de seres em diversos patamares de poder.
Le Chang viu ossos de seres sem cultivo algum, outros no Dao da Integração, no do Dao do Espírito e por aí vai.
Todos estavam representados naquela mórbida e assustadora construção.
Era como se Le Chang estivesse adentrando no lar do mal, da corrupção, do caos, da destruição, da tristeza e do ódio.
Aquele lugar era o mal encarnado, era o local onde a morte afiava sua foice, onde as almas sofriam eternamente, ali era o inferno para os demônios, o pesadelo dos monstros, o castigo para os deuses.
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Ascensão de um Deus (AUD) 5
Fantasy( PARTE 5 ) Creditos: https://saikaiscans.net/series/ascensao-de-um-deus-aud Em um pequeno Clã, um jovem nasceu com seus Canais de Qi e Meridianos quebrados, ali seu futuro havia sido definido por todas a sua volta como nada além de fracasso. Todavi...