AUD 978 - Declaração de Guerra!

123 16 3
                                    

Enquanto isso, no território do poderoso Clã Bloodfire, um grupo de anciãos estava reunido.

Era uma sala grande, com cadeiras dispostas em formato de uma arquibancada circular, no centro, estava Wolf Bloodfire.

"Conte-nos o que ocorreu..." Quem disse foi um homem idoso, de cabelos vermelhos e olhos profundos, cheio de graça e poder.

Este homem era o Líder do Clã, pai de Wolf e Wilk Bloodfire, seu nome era Lup Bloodfire.

Sua face apesar de demonstrar uma grande quantidade de poder e sabedoria, era tomada por um grande luto e tristeza.

"E... Eu não sei. Wilk... Wilk estava lutando com um dos jovens do Clã Moc e ao ver que não seria capaz de o derrotar, ele simplesmente enlouqueceu, de tal forma que em um piscar de olhos uma quantidade assustadora de poder surgiu, com ele sendo o epicentro. Não tardou para que ele se transformasse em um imenso Dragão Maligno..." – Wolf Bloodfire.

Os anciãos se entreolharam, pensativos e cabisbaixos.

O Clã Bloodfire estava ameaçado de extinção, afinal, muitos jovens morreram, muitos queriam as cabeças dos anciãos em uma bandeja de prata.

"P... p...Pai... D... Desculpe, Líder.... Onde Wilk conseguiu aquele poder?..." Indagou Wolf.

Lup olhou com um olhar de derrota para ela.

"Ninguém sabe. Seu i... seu irmão... Wilk Bloodfire foi enviado em uma missão com um grupo de pessoas há algum tempo, todos morreram, apenas ele retornou. Assim que chegou, ele já estava mais poderoso e seu olhar parecia mais maduro, denso e levemente sinistro. N... Na época, todos pensamos que ele havia sido forçado pela situação de vida ou morte há ascender de patamar no Dao Divino. Contudo... A... Agora, não... não temos tanta certeza..." – Lup Bloodfire.

.............................................................................

"Isso é ridículo! Nós não perdemos apenas três jovens gênios, perdemos três filhos, netos e genros!" Um homem gigantesco, deu um murro em uma mesa de madeira e a fez rachar.

Se aquela mesa não fosse feita de uma das mais raras madeiras que havia no Céu Terreno, ela não seria apenas rachada, afinal, aquele soco, carregado de ódio, era capaz de fazer todo o Reino Supremo Mortal estremecer.

"Eu concordo com o Ancião Gráin, devemos vingar o nosso Clã a qualquer custo..." Disse outro homem, de aparência idosa e cansada, mas cheia de poder.

"Então está decidido! O Clã Zemsta declara guerra ao Clã Bloodfire!" Disseram todos os presentes naquela sala.

...........................................................................

"Eles mataram quatro de nossos jovens cultivadores! Mataram meus dois filhos e dois sobrinhos! Isso não ficará impune!"

"Eles eram o futuro de nosso Clã! Entre eles jazia meu futuro genro! O amor de minha filha! Eu não descansarei enquanto não rasgar a garganta de todos os anciãos do Clã Bloodfire!"

"Então está decidido! O Clã Díoltas declara guerra ao Clã Bloodfire!"

............................................................................

E assim foi, cerca de dez Clãs haviam recebido um pesado golpe, perdendo jovens moças e moços aclamados como o futuro de seus respectivos clãs.

E isso faria o cheiro de sangue percorrer todo o Céu Terreno, uma guerra estava por vir, uma onde rios de sangue cobririam as belas paisagens.

E todos sabiam disso, o luto estava permeando todas as vilas, cidades e capitais daquele planeta, pois, eles tinham certeza que nada poderia fazer o ódio desaparecer.

Sangue é pago com sangue, dor é paga com dor, angústia é paga com angústia e vida é paga com vida.

A morte regozijava-se e afiava sua foice, pois, ela sabia, com a maior das certezas, que em breve ela teria muitas vidas para ceifar.

E, Le Chang, nada era capaz de fazer para a parar, afinal, mesmo sendo o Deus da Morte, tendo ela subjugado ao seu lado, ela ainda tinha um papel crucial em toda a Criação.

Mesmo ele sendo o seu Deus, ele, no momento, não era capaz de a impedir de cumprir seu papel e mesmo que pudesse, ele não o faria, afinal, o equilíbrio é sagrado.

...............................................................................

"O que faremos..." Um grupo de homens e mulheres estava reunido ao redor de uma grande mesa de cristal.

A sua frente estava um grande manjar, com deliciosas iguarias de diversos planetas e constelações, bebidas raras e algumas quase extintas, apreciadas apenas pelos mais ricos e poderosos do Céu Terreno.

No entanto, nenhum deles tocava em nada, parecia que a sede e a fome havia fugido de seus corpos e nem mesmo a gula era capaz de os fazer comer, pois, diante do caos e destruição, até mesmo os pecados empalidecem.

"E... Eu não sei... É um fato de que o Clã Bloodfire será atacado, mas... o que... o que aconteceu... Não... Não temos como contestar... Crime é crime..." Sundar Vonstorm murmurou com um olhar cansado e cheio de dor.

Ela era poderosa, a Ordem da Justiça Terrena era uma força inigualável naquela região, mas, mesmo assim, haviam limites para o que eles poderiam fazer.

Uma coisa era lutar contra o ódio de um, dois, três, talvez quatro Clãs, mas dez?

Era um preço alto demais a ser pago para proteger um Clã do nível do Clã Bloodfire, não apenas isso, eles não eram inocentes.

Mesmo que Wilk Bloodfire tivesse agido sozinho, ele matou muitos jovens de diversos Clãs e ali, entre os Deuses, o que reina é a lei do dente por dente, olho por olho e, sem dúvida alguma, vida por vida.

Era impossível saber o que viria a seguir, se uma total obliteração, uma tortura sem fim ou uma guerra que atravessaria gerações, mas, uma coisa era certa, choveria sangue dos céus e a luz das estrelas faria seu trabalho de transformar tudo em uma mórbida, mas bela visão.

................................................................

Le Chang retirou um copo e uma garrafa de um de seus anéis de armazenamento, abriu a janela de seu quarto e olhou em direção às montanhas que se perdiam no horizonte.

Ele derramou uma generosa quantidade de um delicioso vinho.

Admirando a queda daquele líquido de cor vermelho forte, ele não pode deixar de pensar na quantidade assustadora de sangue que estava prestes a jorrar.

"BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMM!"

As montanhas ao longe foram pulverizadas e terremotos eclodiram por todo o planeta.

Le Chang continuou olhando, levantou o copo e brindou, com um vulto negro que jazia a sua frente, com uma poderosa foice em suas mãos.

"Ceife, ceife como jamais antes fez, que o sangue deles banhe sua lâmina, que sua fome seja saciada e que o caos reine. Afinal, eu sou muitas coisas, entre elas, o Deus da Morte e o Deus dos Demônios, e, em meu coração uma simples lei impera, justiça acima de tudo, justiça acima de todos. Que vidas sejam pagas com vidas, que dor seja paga com dor, que caos seja pago com caos e destruição com destruição!" – Le Chang.

Ele era muitas coisas, mas não tolo, ele sabia que o crime de Wilk Bloodfire era o crime do Clã Bloodfire, pois, eles eram poderosos o suficiente para investigarem a fonte de poder macabro que Wilk tinha consigo.

No entanto, tendo consigo um poderoso cultivador, os fez se recusarem a fazerem as devidas perguntas, se tivessem indagado, investigado, a fonte do salto absurdo de poder de Wilk, eles poderiam ter evitado o caos que estava prestes a sobrevir.

Le Chang colocou-se de pé e no instante seguinte, a Morte desapareceu da sua frente.

"Vá! Que a Morte os acompanhe!"

Um olhar negro surgiu nos olhos de Le Chang, um brilho macabro, o olhar do Deus da Morte!

Ascensão de um Deus (AUD) 5Onde histórias criam vida. Descubra agora