Ascensão de um Deus (AUD) 5

AUD 963 - Eu Sou A Morte!

Le Chang estava dentro de um local escuro, uma escuridão sem fim, fria e solitária, como se ali fosse o local onde a alegria, a paz, a compaixão e o amor eram enterrados após o derradeiro morrer.

Ele estava perdido, afundado na sua própria angústia.

Le Chang estava morrendo.

Ele então começou a andar naquele local escuro, e alguns instantes depois, algo aconteceu.

Uma ponte, feita de escuridão e luz surgiu do nada, ele estava no meio dela.

Atrás havia um local verdejante, cheio de vida e de luz, a sua frente estava uma escuridão sem fim.

Sob a ponte havia um rio feito de Energia da Vida e Energia da Morte, ambas coexistiam e anulavam-se ao mesmo tempo.

Acima de tudo, o céu daquele local, haviam trevas e luzes por todos os lados, ao mesmo tempo que iluminava todo o local, as trevas tragavam toda a luz.

Ele estava na Ponte da Vida e da Morte, ali, era a representação perfeita do que era morrer, do que era o findar de uma vida.

Le Chang sabia que ele estava à beira da morte, ele mesmo se feriu e o golpe que ele usou não foi simplório.

Ele condensou 99% de todo o seu poder naquele raio de Energia Dourada, destruindo completamente seu cultivo e suas chances de Vida.

A única forma de ele se recuperar era adentrando no Dao Divino.

E ele sabia disso.

Le Chang viu que do lado negro surgiu um Ser feito de uma escuridão ainda maior do que a que já havia lá.

Ao mesmo tempo, o lado onde havia luz e a luz que havia no céu, foram imediatamente sugadas por ele.

A Energia da Vida e a Energia da Morte foram imediatamente absorvidas e a cada instante aquele ser ficava mais e mais poderoso, até o ponto que a única que sobrou foi a mais absoluta escuridão.

Le Chang estava a poucos metros de algo muito poderoso, até então considerado uma das se não a maior das forças de toda a Criação.

Era a Morte, em sua mais absoluta força.

Claro, Le Chang tinha em suas mãos a Centelha Divina da Morte, mas ter e ser capaz de a usar com perfeição eram coisas completamente diferentes.

Mesmo sendo capaz de usar vários tipos de Energia, tendo um vasto conhecimento e controle sobre elas, uma ainda era uma incógnita.

A Energia da Morte, não era a Energia mais poderosa que ele era capaz de usar, mas ela ainda assim tinha consigo um poder singular.

Aquele ser gigantesco era carregado com uma sensação indescritível de infinidade e frieza, era como se tudo acabasse diante de seu poder, seu toque era o findar de uma longa jornada.

"Parece que finalmente nos encontramos novamente...." A voz da Morte soou por todos os lados e Le Chang a ouviu, fazendo seus ossos tremerem.

Ele sentiu medo diante da morte.

"Você está forte, muito mais do que da última vez que conversamos. Até foi capaz de usar o meu poder algumas vezes, mas não se engane, você apenas arranhou a superfície do que é o meu real poder..." – Morte.

Le Chang apenas ouvia atentamente.

"O Fim está próximo e ele me fará deleitar em um banho de sangue, nunca antes foi visto tanta Morte, nunca antes eu fui capaz de demonstrar a totalidade do meu poder. O Fim pode estar em busca de exterminar tudo e todos, mas, eu sou a representação mais pura e perfeita do que realmente é o findar.

Ele é muito poderoso, nem mesmo eu sou capaz de o superar, mas, sem mim ele nada poderia fazer, porque eu, a Morte, sou o que trouxe significado para o que ele desejava fazer..." – Morte.

Le Chang sentia-se cada vez mais pequeno e ínfimo.

"Eu sou a Morte garoto! Centelha Divina da Morte? Por favor, o que você tem em suas mãos não passa de um pedaço de pedra insignificante que contém uma parte do meu poder..." A Morte, aquele imenso ser negro, moveu sua mão e sobre sua palma uma grande esfera negra surgiu, era a Centelha Divina da Morte.

Le Chang podia sentir que ali a sua frente realmente estava a Verdadeira Morte e não uma representação pífia da mesma, ele nunca foi capaz de usar tanto poder como o que estava a sua frente.

"Sabe porque minha Centelha Divina não é capaz de usar todo o meu poder? Sabe porque eu sou temido por tudo e todos? Sabe porque eu sou a maior arma que o Fim possuí? Sabe porque eu sou capaz de superar até mesmo você?..." – Morte.

Le Chang sentia o poder daquele ser a sua frente cada vez mais supremo e assustador.

Era tanto poder condensado em um só lugar que Le Chang sentia como se o seu corpo fosse atraído por uma gravidade inexplicável ao derredor da Morte.

"Eu surgi muito antes da Primeira Fagulha, a Criadora, morrer..." – Morte.

Le Chang semicerrou seus olhos, surpreso com tais palavras.

"Todos acham que eu surgi quando a Primeira Fagulha morreu, dando assim início ao Ciclo da Vida e da Morte, mas isso é irreal.

Quando a Primeira Fagulha surgiu, com ela surgiu a Vida, mas ainda não havia a Morte.

Eu surgi quando o primeiro dos aliados e amigos da Primeira Fagulha foram destruídos pelo Fim, eu sou os pedaços que sobraram dos mesmos.

Você pode achar que tem algo deles consigo, mas o que você tem na Árvore da Divina Esperança são migalhas perto do poder que eu possuo comigo.

Quando o Fim os destruiu, o fez em frente aos seres Primordiais, muitos viram quando ele lançou seus corpos aos confins do Vácuo Eterno, mas, o que ninguém percebeu foi que após eras e eras, lentamente aqueles restos começaram a aglomerar-se, e eu surgi a partir daquilo..." – Morte.

Le Chang estremeceu quando ouviu tais palavras e então algo veio a sua mente, como os trovões após os relâmpagos.

"Eu sou tão poderoso quanto a Criadora um dia foi, eu sou tão poderoso quanto um Ser Primordial, eu sou a Morte!" E com um rugido, tão assustador que faria um Deus chorar, a Morte atacou Le Chang.

O jovem recebeu um golpe em cheio, sendo lançado através da infinita escuridão que residia dentro de sua própria mente.

A Morte mostrou-se implacável e dona de um poder incomparável.

"A Vida é poderosa, com seu desejo incessante de me derrotar e, devo admitir, que ela luta bravamente todos os dias, mas, eventualmente, não hoje, não amanhã, mas em breve, eu a esmagarei sob os meus pés para todo o sempre..." – Morte.

Le Chang, gravemente ferido no Mundo Material e agora gravemente ferido dentro de sua Dimensão Espiritual compreendeu algo muito importante.

O Fim não estava sozinho, ao seu lado haviam Seres Primordiais traidores, alguns tão poderosos que fariam a Criadora parecer uma criança diante de um Deus da Guerra.

Le Chang compreendeu porque nunca ninguém foi capaz de atingir o Dao Divino, nem mesmo Le Fir o fez, mesmo sabendo como elevar-se ao patamar Divino, a Morte era imbatível, era impossível a derrotar.

Le Chang contra a Morte, uma batalha impossível de ser vencida, uma batalha que estava perdida desde o seu iniciar e que a derrota era inevitável ao seu Findar.