Ascensão de um Deus (AUD) 5

AUD 822 - Bem-vindo De Volta, Amigo!

Le Chang surpreendeu-se com aquelas palavras.

E seus olhos deixavam isso claro, como poderia ela falar tais coisas se ele ainda era um mero mortal.

No entanto, o sorriso em sua face dizia que ela estava se divertindo com a surpresa dele.

"Todos que atingiram um patamar Divino ou perto disso, como eu, sabem quem é você e o que você virá a ser. No momento, mesmo que seja sobre você mesmo, eu ainda não posso lhe contar como eu e os demais sabemos, mas, acredite, o dia em que você terá as respostas para tudo, está mais perto do que você imagina..." A voz de Le Fa era alucinante e Le Chang podia ver nos seus olhos que ela dizia a verdade, lá no fundo, ele conseguia perceber um temor, não escondido, mas como se lentamente nascesse um respeito profundo por algo que ainda não existia.

"Sendo assim, Le Chang, Deus dos Deuses, por favor, dê a essa humilde mortal a oportunidade de lutar ao seu lado..." Le Fa curvou sua cabeça levemente e Le Chang sentiu um poder descomunal direcionado a ele.

Uma memória chegou até sua mente, mas Le Chang nunca havia vivenciado aquilo.

Sua memória, era uma visão, de um breve futuro, no qual seu poder não era passível de descrição.

Quando Le Fa curvou-se, uma imagem veio a sua mente.

Uma multidão, tão grande que os números não mais eram capazes de os contar, ali estavam todas as raças, todas as formas de vida, sencientes ou não, mortais ou divinos, todos se faziam presentes, e, sem exceção, estavam ajoelhados em sua direção.

Le Chang recebeu uma visão e também um lembrete do que lhe aguardava no futuro.

E ele entendeu o recado, como poderia o Deus dos Deuses abater-se por algo assim?

Ele era fraco agora, sim, mas se fosse sua hora de morrer, que morra de cabeça erguida, com o brilho da dignidade nos olhos e a honra de um sábio na face.

Le Chang sentia como se tivesse recebido o sermão mais respeitoso de sua vida, Le Fa o havia despertado para um fato e também lhe advertido por sua atitude ilógica.

Ele sorriu.

"Eu que agradeço por sua ajuda, Rainha da Vida..." A voz que saiu da boca de Le Chang não era comum e também não parecia ser ele.

Le Fa ergueu sua cabeça, aquela voz havia sido tão poderosa e profunda, que ela precisava ver se quem falava com ela, ainda era aquele jovem homem na sua frente.

Contudo, quando ela ergueu sua cabeça, ela viu um Trono Dourado e sentado sobre ele um Homem, cheio de poder, soberania, divindade e sabedoria.

Por um instante, ela se viu diante do Deus dos Deuses, como se Le Chang estivesse refletindo o seu Eu do futuro.

Le Chang estendeu sua mão para ela e Le Fa respondeu prontamente, dando sua mão para ele, como se ela fosse uma dama sendo auxiliada pelo maior dos cavalheiros.

Em sua mão direita, Le Chang carregava a Espada de Dois Gumes de Nível Criação, na sua mão esquerda, ele segurava gentilmente a mão da Rainha da Vida, e em seus olhos o brilho da onipotência se fazia presente.

"Foi um prazer lhe conhecer..." Le Chang moveu sua cabeça em respeito para Le Fa.

Ela sorriu e fez o mesmo movimento com a cabeça, no instante seguinte, ela se desfez em pura Energia da Vida, disparando para o centro das sobrancelhas de Le Chang e rapidamente ele sentiu um poder colossal dentro de seu corpo.

A Espada pareceu finalmente o aceitar e ele não mais precisava da Energia Dourada para a conseguir segurar.

Jamais na história da Criação, um ser no Dao dos Imortais havia sido capaz de manejar uma Arma de Nível Criação.

Contudo, Le Chang veio para quebrar paradigmas, esmagar os dogmas, erradicar com as regras, pulverizar os limites e superar o real.

Ele veio para ser o Deus dos Deuses.

O Cadáver do Primeiro Deus Dragão do Caos, rugiu e voou em direção a Le Chang, seus olhos emanavam um ódio supremo e ele queria rasgar o garoto com seus dentes, pedaço por pedaço.

No entanto, seu movimento foi lento, quando ele chegou a um milímetro de Le Chang, veio a perceber que ele havia perdido mais rápido que ele era capaz de perceber.

Um olhar de surpresa e pânico apareceu na face do Primeiro Deus Dragão do Caos, e então, seu corpo se dividiu ao meio.

A Arma nas mãos de Le Chang tinha resquícios de sangue negro em sua lâmina, o qual pingava em direção ao solo, como uma chuva mórbida e caótica.

Ele estava morto.

Le Chang então caiu de joelhos, exausto, seu olhar estava cansado, seu corpo desgastado, sua respiração ofegante e fumaça saia de sua pele.

Ele sabia que não seria capaz de derrotar o Primeiro Deus Dragão do Caos em um combate longo, sendo assim, ele condensou todo o poder que possuía, junto da força que Le Fa lhe concedeu, para liberar um ataque extremamente rápido e poderoso.

Ele condensou todas as suas forças para serem liberadas em um instante, com uma rapidez tão assombrosa que seus braços se moveram dez trilhões de trilhões de vezes a velocidade da luz.

Com um golpe tão rápido, o Primeiro Deus Dragão do Caos não teve a menor chance, afinal, ele estava em seu estado mais fraco.

Le Chang esgotou completamente suas reservas de Energia, não havia sobrado um pingo de poder em seu corpo, nesse estado, até mesmo um ser humano comum seria um desafio para ele.

Suas forças foram sugadas completamente, nem a Energia Dourada era possível sentir mais, era como se apenas o mínimo necessário para que ele ainda pudesse cultivar tivesse restado em seu corpo.

Aquele golpe não era o que ele tinha de melhor, afinal, sem o poder de Le Fa, ele jamais poderia atingir esse nível de velocidade e poder tirânico.

Gao Yao apareceu ao lado de Le Chang e ele tinha um sorriso em sua face, os olhos de Gao Yao pareciam agradecer ao jovem pelo o que ele fez.

Ele sabia quanta dor Le Chang havia sentido enquanto o inimigo tentava arrancar a herança de Gao Yao de seu corpo.

Aquela dor era algo que poderia rasgar a mente até mesmo de um Deus, mas, Le Chang mesmo passando por tudo aquilo, deixava claro em seus olhos que se preciso fosse, ele morreria por seu amigo.

Gao Yao estendeu sua mão para Le Chang que estava sentado no chão e ofegante.

O jovem sorriu e pegou a mão do Antigo Deus Demônio, um Deus Dragão do Caos, seu amigo.

Gao Yao sorriu e puxou Le Chang para cima, nenhum deles disse uma palavra sequer, mas, seus olhos diziam tudo.

"Bem-vindo de volta, amigo!"