Ascensão de um Deus (AUD) 5

AUD 891 - Tudo O Que Um Dia Me Representou

Todo o Legado Supremo estremeceu diante desta voz.

Era como se os trovões falassem sob a ordem direta de Le Fa.

Smuk Blóm viu uma lágrima escorrer por sua face e uma Aura colossal permear seu corpo.

Seus olhos brilharam cheios de poder e soberania, ela era a Segunda Rainha da Vida.

Le Fa fez um leve aceno com sua cabeça para Smuk Blóm e com um sorriso em sua face, ela se desfez em um fino pó dourado, caindo sobre o solo e sendo absorvido por ele.

Smuk Blóm olhou para frente e viu Le Chang e Le Su, ambos com sorrisos em suas faces e cheios de carinho em sua direção.

A Aura de Soberania ao redor de Smuk Blóm era colossal, qualquer um sentiria o ímpeto de ajoelhar-se perante ela, mas, Le Chang e Le Su não eram afetados por isso, afinal, eles eram poderosos e divinos demais para ajoelharem-se perante alguém.

"Hehehe! Parabéns! Parabéns!" Smuk Blóm nem viu quando Le Su apareceu ao seu lado e a felicitava com tapinhas no ombro.

"O... Obrigado..." – Smuk Blóm.

"Le Chang! Le Chang! Agora podemos dizer que conhecemos a realeza!" Dizia Le Su toda animada e sorridente.

Le Chang andou até elas e ria.

A Aura Antiga e Sábia que Le Su demonstrou anteriormente já havia desaparecido e a Le Su de sempre retornou suprema.

"Sua Alteza..." Disse Le Chang fazendo uma reverência e rindo.

Smuk Blóm riu animadamente e deu um leve empurrão nele.

"Hehehehe! Certo! Certo... Vai ser divertido ver o rosto de todos quando voltarmos..." Disse ele com uma certa expectativa em seu olhar.

Os três trocaram algumas palavras e conversaram um pouco, felicitando Smuk Blóm por sua conquista e desejando sorte para ela, afinal, uma grande responsabilidade residia em suas mãos, mas, ela não estava sozinha em tal jornada.

"Agora é você..." Disse Smuk Blóm afastando-se e apontando para o Altar de Prata.

Le Chang moveu a cabeça afirmativamente e foi até lá.

O mesmo brilhou intensamente, mas diferente do Altar de Bronze, apareceram sete caixas idênticas.

Le Chang podia sentir que havia algo de diferente em cada uma, mas, era sútil demais para ele dizer com certeza, sendo assim, precisava liberar todo o seu poder.

"É melhor se afastarem um pouco..." Disse ele virando a cabeça para trás.

"É, eu acho..." Smuk Blóm rapidamente recuou e Le Su fez uma cara de curiosidade, mas também deu alguns passos para trás.

"Liberar..." Assim que tais palavras saíram da boca de Le Chang, todos os selos sobre sua Aura e seu Cultivo foram desfeitos, seu poder foi liberado completamente e seu cultivo atingiu o seu ápice.

O espaço e o tecido da realidade tremeram e o chão vibrava intensamente.

Seus olhos encheram-se de poder e soberania, tudo ali parecia estar sob seu controle.

As Energias, Qis e Atributos se desfaziam diante de seus olhos e o poder ajoelhava-se diante dele.

Le Su arregalou os olhos surpresa, aquele poder era irreal.

Não apenas isso, quando viu a Forma da Alma de Le Chang no Reino Espiritual, ele entendeu quão soberano e supremo ele era.

Ele não era um Rei, ele era um Deus.

Sua Presença não era meramente a de um nobre mortal, nem mesmo da nobreza divina, ele estava acima, muito acima, ele pisava entre os Antigos, falava entre as Forças Primordiais, assustava o Fim e fazia tudo e todos curvarem-se diante dele.

Antes, quando Smuk Blóm foi coroada, Le Su sentiu que o ar ao seu redor parecia exigir que ela se ajoelha-se perante a jovem, mas era uma sensação muito fraca e insignificante para ela, contudo, agora, as coisas eram diferentes, ela podia sentir o Tecido da Realidade ao seu derredor a forçando a ficar de joelhos e com sua face no chão, adorando e respeitando o jovem à sua frente.

Porém, ela era poderosa o suficiente para resistir com certa facilidade.

Entretanto, é preciso entender que o fato de ela precisar resistir, mesmo que com pouco esforço, era algo surpreendente.

Le Su, com sua Herança liberada, poderia varrer facilmente centenas de cultivadores normais no Pináculo do Cultivo.

De qualquer forma, quando Le Chang liberou todo o seu poder, tudo à sua frente se desfazia e os segredos não mais existiam.

Ele podia ver claramente as Auras de cada uma das caixas.

E, uma delas lhe chamou a atenção.

Ela não emitia nada, na realidade, era como se ela nem existisse.

Diferente das outras que possuíam poderosas Auras e continham itens de valor assustador, aquela era comum e sem nada de especial, mas, era isso que a tornava única.

Entre os grandes, sua pequenez a tornava a mais especial de todas.

Le Chang sem pestanejar a pegou e assim que abriu, surpreendeu-se.

Era uma pequena esfera branca, ele não podia sentir nada vindo dela, mas, também havia um bilhete sobre ela.

"Quando o Dia enfim chegar, onde tudo ele saberá e os segredos da criação não mais serão capazes de o ignorar, então será o momento em que o quebrar revelará, os segredos da Vida, o poder da Rainha e a presença da Suprema. Ali, o oculto será descoberto e o que um dia esteve sob a escuridão, finalmente será levado para a Luz, não das estrelas, mas dos Deuses..." Murmurou Le Chang com uma certa surpresa.

Ele então pegou os primeiros itens que comprou com seus pontos, e então quebrou a esfera branca.

No instante seguinte, tudo virou um fino pó branco, os itens se desfizeram como se tivessem sido queimados por chamas divinas e tudo parecia prestes a sumir, quando ele sentiu algo queimando dentro de sua Alma.

A Chave que tinha consigo, a qual acionou o Gigante de Jade, disparou para fora de sua Dimensão Espiritual e rapidamente foi envolta por chamas brancas.

Um Pilar de Energia da Vida caiu do alto e parecia uma lança jogada por um Deus.

Quando isso ocorreu, a Chave derreteu, e moldou-se em outra coisa.

Era um papel, feito de puro Ouro Celestial, sobre eles estavam escritas algumas palavras, com pura Essência de Vida, a Essência da Vida de Le Fa, a Rainha da Vida.

Le Chang arregalou os olhos em surpresa e então rapidamente pegou a folha de ouro.

"Eu, Le Fa, a Rainha da Vida, Aquela Amada Pela Vida, Soberana do País Saol, entrego a você tudo o que um dia me representou no âmago do meu Ser..." Murmurou Le Chang e então ergueu sua face e olhou para o Castelo que agora tremia.

Ele então compreendeu algo muito importante.

Aquilo não foi feito, nem criado, aquilo lá sempre existiu.

Aquele imenso castelo não era uma construção, era o Castelo Espiritual de Le Fa, a Rainha da Vida.

E ela havia entregue a ele.

Le Fa deu aquilo que representava sua Alma, seu ser, toda a sua soberania e divindade, para Le Chang.

E ele aceitou de bom grado, e o resultado disso seria grande, único e divino.