AUD 838 - Árvore da Divina Esperança

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O pequeno galho de madeira tremeu assim que Le Chang o pegou.

Imediatamente, um olhar de espanto apareceu nos olhos do jovem e algo foi enviado diretamente para sua Alma, seus olhos escureceram e neles era possível ver o reflexo do espaço profundo, com as galáxias distantes e os planetas esquecidos na imensidão dos reinos dimensionais.

Uma voz soou dentro de sua cabeça, ela era poderosa, como o som dos trovões, antiga como a criação, alta como os tambores da guerra e assustadora como as vozes dos demônios.

"No começo, quando a Primeira Fagulha apareceu, muitas coisas vieram juntos com ela. Forças que não existiam passaram a existir apenas para manter o equilíbrio que havia em todos os lugares.

Porém, entre os Antigos, havia um que não viu alegria nesses acontecimentos, mas sim sua própria Destruição.

O Fim, notou que algo, pela primeira vez, o fez temer por sua eternidade, e, sendo assim, passou a caçar a Primeira Fagulha por todo o Vácuo Eterno, esmagando as demais forças que haviam aparecido com ela e as destruindo até restar apenas resquícios para lembrar a todos de quão poderoso e destrutivo ele era.

A Criadora viu muitos dos seus amigos perecerem nas mãos do Fim, vários foram mortos e triturados diante de seus olhos e, sem o Fim perceber, ele despertou a ira em alguém que ele jamais deveria ter provocado.

Em um dos maiores embates que o Vácuo Eterno presenciou, a Energia Dourada chegou e forçou o Fim a recuar para as profundezas do Vácuo Eterno, onde nada havia, apenas uma eterna e infinita escuridão, que ele passou a conviver com grande pesar.

Essa foi a Primeira Grande Guerra dos Antigos.

A Criadora, sob a proteção da Energia Dourada, cresceu e jamais esqueceu os seus amigos mortos pelo Fim e, conforme o tempo passou, muitos acharam graça em suas ações.

A Representação da Onipotência foi lhe entregue e muitos outros se juntaram para auxiliar aquela Pequena Fagulha, que entre os Antigos Ortodoxos, encontrava apenas desprezo.

No entanto, o Fim é alguém eterno e, eventualmente retornou, com força total, para tragar tudo e todos.

Dessa vez, ele trouxe aliados, Antigos, que rejeitavam a ideia de mudar e que gostariam de perpetuar eternamente um falso equilíbrio.

Porém, a Criadora teve sucesso, ao custo de tudo que lhe era mais precioso, ela deu forma a Criação.

Recebendo a Benção da Energia Dourada e de diversas outras Energias Primordiais, ela criou uma Formação Eterna capaz, de na Segunda Grande Guerra dos Antigos, causar danos massivos contra o Fim e assim, deu luz a uma chance, remota, mas ainda existente, de que um dia alguém viria para esmagar o Fim e vingar seus amigos.

Quando ela sacrificou-se para Criar, seus aliados, as Energias Primordiais, decidiram presentear as criaturas criadas por ela e assim, enviaram presentes diversos.

Os presentes variavam, mas, alguns vieram na forma de ajuda para inventar e que acabaram culminando da Criação dos Objetos Existenciais.

Outros culminaram na Criação das Armas de Nível Criação.

E um em particular, especial e de grande significado, culminou na Criação da Árvore da Divina Esperança.

Essa Árvore foi nutrida com os restos dos companheiros da Criadora, recuperados das profundezas que o Fim os havia lançado.

Ela era única e não apenas isso.

Suas raízes entremeavam-se por toda a Criação, seus galhos eram vazios e sem forma, suas folhas eram puro espaço-tempo e seus frutos, esses eram especiais.

Todos viam ela diariamente, mas nenhum deles a reconhecia.

Suas Raízes eram chamadas de Fluxos Energéticos as quais alimentavam em vez de alimentar-se, seus galhos eram conhecidos como o espaço entre os Reino Dimensionais, suas folhas eram os Próprios Reinos Dimensionais e seus frutos especiais, jamais foram vistos, por ninguém, porém, há uma profecia, entregue por um dos Antigos, que dizia o seguinte:

"Quando o Fruto da Árvore da Divina Esperança amadurecer e finalmente cair, quem o pegar, será capaz de herdar o poder que há muito foi negado pelo Fim.

E, nesse dia, os amigos da Pequena Fagulha, retornarão bravamente, liderados por um, o qual erguerá a Espada que transpassará os Hereges, se elevará acima dos Antigos e Reinará acima da Eternidade."

Então, ao entregar essa Profecia, esse Antigo entregou um pequeno pedaço de madeira, o único pedaço físico e realmente vivo da Árvore da Divina Esperança.

Esse pedaço de madeira, era a representação máxima dessa grandiosa árvore, que não apenas ajudava a sustentar a Criação e a estruturar, mas também a alimentava com Energias e forças além da compreensão.

A Criadora idealizou uma grande obra e pintou um lindo quadro, cheio de vida, beleza e esperança, mas o material lhe foi entregue por muitas fontes diversas.

E, seus nomes haviam sido escritos nas bases que fundamentavam toda a Criação.

Alguns poucos os conheciam como Padrões Lógicos, os quais eram as assinaturas deixadas por aqueles que auxiliaram, pouco ou muito, a Criadora em sua Criação.

Os Padrões Lógicos, eram os blocos construtivos de tudo que existia e, nada mais justo que isso, para representar aqueles que auxiliaram a Criadora em seu último golpe contra o Fim.

Sendo assim, aqueles que entregaram o tecido do quadro, a moldura, a base, os pincéis, os panos, as madeiras e bancos, para que, usando a si mesma como tinta, a Criadora pudesse expressar, toda a sua genialidade, todo o seu poder, toda a sua criatividade, todo o seu sonho, todo o seu Ser, foram eternizados e respeitados eternamente.

E assim, ao entregarem o que tinham de melhor em suas mãos, a Criação pode finalmente dar seu primeiro inspirar e consigo, a esperança criar.

Sendo assim, aquele que um dia empunhar, o pequeno Galho da Árvore da Divina Esperança, deverá se lembrar, de que tais palavras foram ditas por muitos e ouvidas por todos.

Aquele, que um dia em sua mão, uma parte da Árvore da Divina Esperança, repousar, receberá as revelações do começo dos tempos, seus olhos serão abertos para o Passado, Presente e Futuro e herdará a Esperança de muitos e todos.

Para aquele que a Árvore da Divina Esperança julgar digno, será ele que em suas mãos repousará eternamente a Representação dos Antigos..." A voz terminou de falar e quando o fez, Le Chang sentiu seu corpo tremer dos pés à cabeça.

A mão que segurava o galho, estava envolta em Energia Dourada e em um piscar de olhos, fissuras na realidade começaram a aparecer de todos os lados.

Le Chang se assustou quando sentiu tantas Energias diferentes chegando até ele.

Porém, a Energia Dourada rapidamente veio à tona e pareceu dizer: "Ordem!"

Então, lentamente, Energia por Energia, Poder por Poder, Antigo Por Antigo, foi sendo absorvido pelo jovem.

E ele então entendeu.

A Esperança de muitos e todos, eram fios de incontáveis Energias, algumas tão Primordiais quanto a Energia Dourada e de nenhuma delas ele conhecia seu nome.

Ele percebeu que a quantidade de poder dado a ele não era o suficiente para muita coisa, pelo menos, não por agora.

Porém, brevemente ele entenderia o que isso significava.

Le Chang olhou para sua mão direita e o galho se desfez em um pó dourado que imediatamente disparou para entre as sobrancelhas do jovem.

Quando isso ocorreu, algo incrível aconteceu dentro de sua Dimensão Espiritual e ele também descobriu algo surreal, um novo poder, que ele jamais sonhou em ter.

Ascensão de um Deus (AUD) 5Onde histórias criam vida. Descubra agora