AUD 875 - A Cada Instante

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Le Chang sentou-se sobre o Oceano de Energia Dourada e ficou um tempo admirando a beleza daquele lugar.

Havia simplicidade, mesmo em meio a uma representação tão divina e gloriosa.

Não havia exagero, era tudo como deveria ser, sem enfeites ou distorções, era o que era.

Era uma paisagem que não encanta os olhos, mas acalenta a Alma.

Ver aquela pequena estrela, do tamanho de um Grão de Mostarda, sendo capaz de fazer tudo girar ao seu redor, era algo lindo.

Era como ver o orgulho ajoelhando-se perante a Humildade.

Era como ver o ódio ajoelhando-se perante o Amor.

Era como ver a tristeza ajoelhando-se perante a Angústia.

Era como ver a soberba ajoelhando-se perante a Simplicidade.

Era como ver o forte ajoelhando-se ao Fraco.

Era como ver o infinito ajoelhando-se perante o Único.

Era como ver a morte ajoelhando-se perante a Vida.

Aquele local era cheio de sabedoria, beleza e simplicidade e isso inundou a mente de Le Chang.

Ninguém sabe com total certeza quem é, afinal, jamais poderemos testar todos os nossos limites.

Até que ponto somos humildes?

Até que ponto somos generosos?

Até que ponto somos gratos?

Até que ponto somos fortes?

Até que ponto perdoamos?

Até que ponto sonhamos?

Até que ponto acreditamos?

Até que ponto iremos?

No entanto, ao adentrar no Dao da Ascensão, todas essas perguntas podiam ser respondidas, afinal, ali o ser veria sua Alma, em seu estado mais básico, sem adornos ou mentiras, apenas a pura e mais absoluta verdade estaria ali.

Le Chang sabia perfeitamente quem ele era, onde estavam seus limites e o que poderia fazer.

E então, após passar um tempo incalculável dentro de sua Alma, ele suspirou, colocou-se em pé sobre o Oceano de Energia Dourada e sorriu olhando para o alto.

No instante seguinte, ele novamente se viu olhando seus amigos e aliados cultivando ao longe.

Ele percebeu que o que pareciam centenas de anos dentro de sua Alma, na realidade foram apenas um piscar de olhos fora dela.

Le Chang era forte, muito forte.

Quando seus olhos encontravam com algum ser vivo, ele era capaz de ver e entender coisas que antes não podia.

Le Fa, quando foi salva por Le Chang, preocupou-se com sua aparência e ele riu, porque não a via com olhos mundanos, mas com os olhos de um Pai Divino, vendo sua Alma, seu caráter e sua personalidade.

Atualmente, ele ainda não havia atingido esse nível de poder, mas, já era capaz de perceber nuances, como, por exemplo, a tendência da Alma de uma pessoa, ou seja, ele podia dizer se ela era uma boa ou má pessoa.

Alguns podem dizer que ser bom ou mau, varia de um local para o outro, afinal, o que é ser bom para um, nem sempre é para o outro.

No entanto, havia algo que servia de padrão para comparação, a Vida.

Le Su deixava isso bem claro, sua atitude não queria dizer que todos deveriam ser infantis como ela, mas que deveriam ser sinceros, humildes, generosos e puros como as crianças.

Ascensão de um Deus (AUD) 5Onde histórias criam vida. Descubra agora