Prólogo

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          Deixamos-nos levar no impulso sob o brilho dourado do início da tarde. Braços pequenos perigosamente alinharam os remos do destino. Nós apenas aprendemos a viver de aparências para encontrar o nosso caminho nas nossas aventuras.

– Minha Rainha... Finalmente encontrei-te.

Na grande Inglaterra, uma jovem de cabelos acastanhados com o semblante aborrecido suspirava pesadamente a olhar para o horizonte, levantou a sua cabeça ao ser chamada pela sua melhor amiga.

– O que há de errado Inês? – indagou Sofia, sua melhor amiga de cabelos loiros e de olhos azulados. Inês com os seus olhos verdes mirou o rosto de sua amiga e deu um longo suspiro.

– Não é nada. – disse a rapariga.

Inês de Aragão estava numa longa viagem de uma semana em Inglaterra com a sua melhor amiga Sofia para celebrar a sua graduação da universidade. Elas planearam fazer uma excursão de barco, pelo rio abaixo nos subúrbios de Oxford.

– Inglaterra é bem bonita... – comentou Inês, a olhar ao seu redor, Sofia puxou Inês para perto de si para um abraço e com um sorriso em seus lábios disse.

– Sabias que esta é a cidade onde a história da Alice no País das Maravilhas foi escrita? – comentou Sofia contemplando a vista da cidade com um brilho no olhar. Sofia amou tanto a literatura inglesa, por isso ela estava ansiosa para visitar Inglaterra.

– Contos de fada? Quando eu penso na Alice eu penso naqueles bolos que fazem ela grande... Ou eles deixavam ela mais pequena? – indagou Inês elevando uma de suas mãos ao queixo pensativa com a sua própria pergunta, Sofia revirou os seus olhos com aquilo que Inês havia dito.

– Preferes encontrar uma boa comida do que um bom romance. – ralhou Sofia com Inês.

– Não podemos ir embora sem tomar o chá da tarde em Inglaterra, não é? Eu mal posso esperar pelos doces que compramos também! – disse Inês recordando-se que as duas passaram por uma doçaria com doces típicos de Inglaterra, fazendo com que Inês ficasse com águas na boca. Sofia suspirou indignada quando Inês abanou o saco de papel na sua mão.

– Inês, Inês. – exclamou Sofia abanando sua cabeça para os lados. Mesmo que Inês quisesse encontrar um amor num país estrangeiro, ter um namorado e casar está longe de ser um sonho.

No porto de pesca, um barco pequeno em que Inês e Sofia andavam era um barco tradicional de frete em Inglaterra. Aparentemente é usado para o turismo. Havia uma pequena doca para ancorar os barcos para além da Secção Ísis do Rio Tâmisa.

– Eles diziam que o autor recitou a história enquanto levava o barco descendo o Rio Tâmisa. – falou Sofia.

– Então esse é o ponto exacto onde a história da Alice começou. – exclamou Inês entregando o bilhete para o homem e com cuidado adentrou no pequeno barco. Repentinamente, algo mexeu nos arbustos. Era um gato preto, em seu olho uma cicatriz, seus olhos verdes pareciam encantadores, que mudavam de cor consoante que mexia e do nada, o gato preto furtou da mão de Inês o saco de doces.

– Hey! Os meus doces! – gritou Inês para o gato, Inês ainda tentou se inclinar para o gato para tentar alcançar o gato, naquele momento uma caixa de música começou a tocar na mente de Inês e uma voz grossa masculina e rouca começou a cantar de forma sombria.

"London bridge is falling down, falling down, falling down.

London bridge is falling down, my fair lady"

Inês arregalou o seu olhar para o gato e naquele momento perdeu completamente o seu equilíbrio. O barco havia balançado fortemente e o pé de Inês escorregou. Inês fechou os seus olhos e caiu ao rio ouviu Sofia gritar por ela e pedindo ajuda desesperadamente, mas aquela música não saia de sua mente.

Rainha ImpostoraOnde histórias criam vida. Descubra agora