Rainha Impostora

Capítulo 3

          Inês e Hélder correram para fora do planalto e montados no coelho, Inês começou a pensar na Alice. Será que é a mesma Alice do País das Maravilhas? Pensou no livro de autoria de Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido pelo seu pseudónimo de Lewis Carroll. Inês não estava acreditando naquele momento, estava nervosa, queria ir para casa o mais rápido possível.

– Segure-se bem, Sua Majestade! – gritou Hélder, Inês olhou para ele, que segurava-lhe fortemente para não cair do coelho, era bem provável que Inês estaria magoando-o.

– Quero ir para casa! – choramingou Inês – Leva-me para Inglaterra, agora! – exclamou Inês, seus olhos começaram a lacrimejar de nervosismo, Hélder encarou Inês confuso.

– Onde fica isso? Está no País das Maravilhas, Reino das Copas! – gritou Hélder dizendo o óbvio a Inês.

Chegando ao Palácio, Hélder saltou do coelho e ajudou Inês a descer do animal, o loiro começou a dar ordens aos cavaleiros.

– Alice está no País das Maravilhas, temos que parar Alice de prosseguir mais e proteger a Sua Majestade! – gritou Hélder, os cavaleiros começaram a se preparar imediatamente. Naquele momento aparece Pedro, sua expressão estava séria perante aquela situação, o duque olhou para Hélder e com um olhar ambos se compreenderam, Hélder foi à frente com metade da cavalaria atrás de si enquanto Pedro ficou para trás com Inês.

– Sua Alteza tem que fugir daqui! – disse – Vocês ficam a proteger o castelo, levarei Sua Alteza para um lugar seguro. – terminou pegando em Inês ao colo facilmente

– O quê?! – indagou Inês assustada com o comportamento de Pedro. O duque começou a correr com Inês ao seu colo, a rainha agarrou-se a ele para que não caísse, Inês estava confusa do que estava a se passar naquele momento aquilo que ela conhecia da história de Alice, era que Alice não era má, mas ali parecia que ela era a má da fita, ou seja, a vilã da história. Pedro levava Inês por entre os jardins reais para norte do palácio, uma enorme torre de arenito erguida era vista ao longe, era um pouco larga do que um habitual de uma torre, em seu topo era construído igual a de um castelo com poucas janelas.

– Sua Alteza vai ficar segura na Torre das Preces. – disse Pedro a correr.

– Torre das Preces? – perguntou Inês não sabendo o que era aquela torre, Pedro encarou Inês confuso com a pergunta que Inês havia feito.

– Esta foi a torre que Sua Alteza esteve trancada nela muito tempo, estou levando-a porque acho por estar muito tempo lá penso que sentirá segura lá. – explicou Pedro a Inês, a rainha olhou para a torre confusa pensando o porquê de a verdadeira rainha estar trancada muito tempo ali.

– Segura... – pronunciou chamando a atenção de Pedro.

– Não tenha medo Sua Alteza, estarei aqui para vos proteger... – reconfortou Pedro a Inês, a rainha abraçou-se mais a Pedro, de forma de agradecimento e o sentimento de culpa, afinal Pedro pensava que estava a proteger a verdadeira rainha.

Chegando à Torre das Preces, Pedro pousou Inês cuidadosamente no chão, na entrada da porta encontrava-se César para guiá-la, Inês encarou a torre alta. Então foi aqui que a rainha viveu. Pensou imaginando como seria viver ali fechada, longe da sociedade, longe de tudo, até mesmo de seu cargo.

– Por favor se esconda aqui até eu voltar para Sua Alteza. – disse Pedro – César tome conta da rainha. – deu ordens, apenas o costureiro real afirmou com a cabeça.

– O que vais fazer? – indagou Inês quase em desespero.

– Eu vou derrotar Alice – afirmou o óbvio, Pedro ajoelhou-se em frente de Inês pegou delicadamente na mão de Inês e depositou um beijo cálido nas costas da mão de Inês – Para proteger Sua Alteza. – seu olhar estava sério e determinado – César leva Sua Alteza para dentro da torre, lá ela estará segura. Por favor César, tome conta dela. – deu ordens a César fazendo o homem assentir com as ordens dadas.