Capítulo 31

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O povo presente no auditório, comentavam entre si frases maldosas perante à situação. As pessoas falavam cruelmente o ocorrido anterior. O ataque de Alice teve os seus benefícios, mas também trouxe o desconforto para a Casa de Copas, Inês encontrava-se sentada do lado esquerdo da sala ao seu lado direito encontrava-se Sebastian, Pedro e Hélder estavam sentados atrás da Rainha e de Sua Eminência. Heitor e César encontravam-se do lado oposto da rainha, quando adentrou na sala um homem de estatura mais farta, de cabelos grisalhos e encaracolados, sua expressão carrancuda. Caminhou com passos pesados em direção do púlpito que ficavam mais alto, martelou no martelo para dar inicio à audiência.

- Que a culpada entre. – assim que o juiz disse tais palavras as enormes portas foram abertas, três figuras adentraram na sala, Isabel estava sendo escoltada para o centro da sala acompanhada por dois cavaleiros. Suas mãos estavam amarradas atrás de suas costas, sua cabeça estava escondida por entre uma capa castanha, sua cabeça estava cabisbaixa. Assim que a irmã gémea de Inês entrou no tribunal, recebeu uma enxurrada de injúrias que o meritíssimo teve que bater com o martelo para colocar ordem no tribunal – Vamos começar a audiência! – ordenou o juiz, Isabel estava com o seu rosto cabisbaixo, a sensação de culpa era tanta que se via através do seu olhar de arrependimento.

A irmã de Inês encarou para o casal que estava sentado à esquerda, seu olhar estreitou-se apertando o seu lábio inferior, de seguida Isabel encarou para o seu lado direito, olhava para Heitor que encarava-a com desprezo. Desgraçado, enganaste-me! Isabel levantou-se fazendo com que os cavaleiros apertassem os seus braços evitando que ela cometesse alguma barbaridade.

- Meritíssimo, eu sei os erros que eu fiz, mas tenho que confessar que eu não posso ser acusada sozinha, pois eu tenho um cúmplice – a revelação da gémea fez o auditório entrar em choque, Heitor naquele momento se levantou quase que em pânico, Inês e Sebastian encararam-se um para o outro, até mesmo Pedro e Hélder ficaram pasmos com a notícia. Isabel encarou para Heitor e um sorriso cínico surgiu nos lábios da irmã da rainha – Heitor Esteves, também contribui para que a vinda de Alice. Foi ele que me ajudou a fugir da Torre das Preces, e foi ele que ajudou a roubar o Bastão da Invocação, para que também pudesse matar o seu irmão Hélder. – disse, naquele momento Heitor apontou para a ré apertando o seu punho de raiva.

- Meritíssimo essa traidora está me acusando de um crime que ela própria cometeu! – Heitor apontava para Isabel, a expressão de Heitor era de desespero, naquele momento César se levanta fazendo com que a atenção de todos focassem nele.

- Meritíssimo, eu posso confirmar que Sua Graça tem razão – a afirmação de César fez todos no auditório ficassem chocados.

- Diga-me porque Isabel de Aragão tem razão? – indagou o juiz encarando o futuro duque de Paus.

- César! – Heitor gritou o nome do homem, seu olhar de azurita encararam os olhos achocolatados de César, sua expressão estava misturada com raiva e tristeza, abanou a sua cabeça para os lados não acreditando na traição do seu amor, César encarou para o loiro elevando o seu braço direito acariciando a face do seu amado, por muito que amasse Heitor, a verdade tinha que ser dita.

- Porque eu fui cúmplice de Heitor, mas não sabia que Heitor sabia do verdadeiros paradeiro da irmã da Vossa Majestade – falou, o auditório entraram em uma histeria que fez com que o juiz batesse o martelo para que todos se acalmassem.

- Ordem no tribunal! – ordenou o juiz, endireitou os seus óculos e começou a ler a sentença – Por ouvir e por ser confirmado a cumplicidade de Heitor Esteves com Isabel de Aragão declaro que os dois passam o resto das suas vidas nas masmorras – antes de bater o martelo Inês se levanta.

- Não! – gritou a rainha fazendo o juiz encará-la confuso.

- Majestade, não interrompa a sentença, o veredito já está anunciado. - o juiz foi interrompido.

- Meritíssimo, eu sei que eles erraram, mas sei que minha irmã não merece isso. Nós fomos separadas à nascença e por uma falsa crença a segunda criança seria filha de um demónio. Eu compreendo todo o rancor que Heitor sentiu e também sei que para a minha irmã Isabel passou por muita coisa e que não tenha sido fácil, ser atacada por Alice e quase morrer. Ouvir sempre do nosso pai que a nossa mãe havia sido morta por ter nascido um segundo bebé e que supostamente era filho de um ser maligno. Não os culpe por ignorância dos antepassados. – Inês virou-se para o homem e com determinação em seu olhar ordenou – Quero proibição do preconceito com os gémeos e quero que este tribunal fica sem enfeito. Isso é uma ordem! – todos ali presentes ficaram em silêncio, Sebastian até então não disse nada levantou-se, agarrou o braço de Inês com delicadeza e sussurrou ao ouvido.

- Tens mesmo a certeza que queres fazer isso? – indagou Sua Eminência, não tendo a certeza na ordem que Inês impôs. Olhou para Isabel que de cabeça baixa encara Inês com espanto, Heitor também olhava para a rainha em choque. Inês abanou a sua cabeça afirmativamente. – Sua Excelência, acho que as ordens da Rainha foram claras. – falou Sebastian, o juiz encarou para o casal engolindo em seco dando em seguida um enorme suspiro.

- Majestade, o que pretende fazer com Isabel e Heitor? – indagou o juiz, Inês caminhou em passos lentos para o centro do auditório, virou o seu corpo para o público olhou atentamente para todos os presentes, cada pessoa ali tinha o seu pecado e mesmo assim eles julgavam o próximo sem piedade e sem remorso. Inês olhou para sua irmã Isabel que estava de cabeça baixa perante àquela situação.

- Heitor Esteves, eu declaro que sejas o cavaleiro real de Isabel, protegendo-a de todos os perigos e ameaças. Isabel de Aragão, minha irmã mais nova, será a segunda sucessora ao trono. Casarás com Pedro Alves, Duque de Copas. Declaro-a Princesa de Copas. Se houver alguma conspiração perante o País das Maravilhas e à Coroa Real, por parte de Heitor e de Isabel eu ordeno pena de morte, na guilhotina. – o olhar de Inês tornou-se sombrio, encarou Heitor e de seguida para Isabel, Heitor ajoelhou-se perante Inês e sua irmã também.

- Obrigada Majestade por sua compaixão - disseram os dois ajoelhados diante da rainha, todos os presentes começaram a fazer um burburinho no tribunal fazendo com que o juiz martelasse mais uma vez o martelo.

- Silêncio! Ordem no tribunal! – quando todos se calaram o homem olhou para todos os presentes – Faço as palavras da Rainha as minhas. – e bateu o martelo encerrando o tribunal.

Rainha ImpostoraOnde histórias criam vida. Descubra agora